Com ou Sem a Lua Cheia.

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Teddy estava preocupado.

Ele procurou por todos os lugares, seu pai havia simplesmente não aparecido pro café. E ele sabia, seu pai era mais velho e poderia muito bem ter só se atrasado. Mas não era de seu feitio e ele estava preocupado em relação a aquela poção que Snape havia dado.
Ele saiu correndo a procura dos aposentos do professor, levando torradas e uma maçã em seus bolsos. Mas ele não sabia onde era. Padfoot ainda o seguia porquê não havia o levado para o salão comunal após o café, como de costume, então ele teve uma ideia.

-Padfoot, você consegue sentir o cheiro do meu pai? Eu preciso acha-lo, acho que ele está doente.-Se abaixou olhando nos olhos do enorme cachorro preto, que estava bem mais forte e saudável desde que se tornara de Teddy.
O cão abanou a sua cauda e logo saiu correndo pelos corredores do Castelo, com o Lupin atrás de si.

Não demorou muito para acharem uma porta no quinto andar, em que Padfoot arranhava.

-Boa, Padfoot.-Teddy pegou uma das 7 fatias de pão e deu pro cachorro como recompensa.-Alohomora!

E a porta se abriu.

A primeira coisa que Teddy notou era que aquele era o quarto que a porta da sala de DCAT dava, o que fez ele pensar que era um idiota por não ter pensado nisso. O quarto estava escuro, pelas cortinas fechadas, mas estava organizado e tinha cheiro de café, canela e chocolate. Enormes estantes cobriam a parede da esquerda e havia uma mesa com dois lugares no meio, essa cheia de anotações e livros. Do lado direito, perto da varanda, uma cama de solteiro totalmente bagunçada, com um montinho perto da parede. Teddy sorriu fraco.

-Papai?-Ele fechou a porta e foi até a cama. Tocando no ombro do homem, que parece realmente estar mal. O coração de Teddy se apertou.-Pai...

Um resmungo, essa foi a única resposta que conseguiu.

-Vamos, levante-se. Eu trouxe pão, queijo e uma maçã. Posso ir fazer um chá...-Teddy disse se sentando na beirada da cama. Padfoot estava ganindo, tão preocupado quanto o menino.
-Teddy...-A voz do homem estava quebrada e fraca.- Eu estou bem. Vá embora.
-Não vou a lugar algum. Por favor, pai, me fale o que está sentindo. Eu posso te ajudar.-Teddy disse, seus cabelos ficaram castanhos e seus olhos brilhavam marejados.

Então, Remus se virou. Ele estava machucado, novas cicatrizes cobriam seu rosto e seus braços, enquanto a sua pele parecia pálida e sua aparência frágil.

-O que aconteceu?-Teddy perguntou com a voz fraca. Apressado, se levantou e foi até a pia, achou um pano de prato e umedeceu. Logo, voltou correndo pra limpar os machucados.

-Não quero falar disso...Teddy, vá embora.-Disse Remus, desviando os olhos, parecendo se encolher aos toques do menino. Os cabelos de Teddy ficaram pretos.
-Eu sou seu filho!-Teddy fechou os punhos.-Eu quero saber o que te faz mal e te ajudar! Isso é injusto!
-Teddy...-Remus o olhou, surpreso.
-Eu não posso te perder, pai! Você não vai me mandar embora, não há nada que você faça pra mudar isso. Eu vou ficar e te ajudar. Me fala o que está acontecendo.-Teddy implorou.
-Como que você...Como que você pode se preocupar comigo?-Remus se sentou tapando o rosto.
-O-O que? Claro que eu me preocupo...-Teddy disse confuso.
-Você não deveria.-Remus parecia angustiado com o que ele mesmo dizia.
-Claro que deveria.-Teddy respondeu ficando irritado, como que não se preocuparia com seu pai? O homem carinhoso e atencioso que pouco conhecia, mas já amava.

-Não, não deveria.-Remus o olhou. E Teddy percebeu, seu pai estava chorando.-Eu sou um monstro!
-Que?-Teddy ficou ainda mais confuso.
-E-Eu...Sou um lobisomem, Teddy...-Remus disse baixo.-Eu sou uma criatura sanguinária monstruosa que toda lua cheia perde a consciência e pode matar alguém. E eu...

Teddy riu.
Ele realmente.
Riu.

-Desculpa, mas sério?-Teddy sorria, colocando uma mão na cintura.
-Do que está rindo?-Remus arregalou os olhos, o olhando.-Eu estou falando sério.
-Eu sei.-O garoto deu de ombros.-Mas você não é uma criatura sanguinária que mata pessoas. Você pode ser um lobisomem e...Só isso. Realmente acha que é um monstro? Pai...-Teddy negou com a cabeça.-Você colocou uma barra de chocolate no meu bolso, sabendo que eu não havia comprado nada na Dedos de Mel. Você me abraçou e me acalmou quando eu fiquei com medo. E o mais importante, você é o meu pai, não um monstro.

-Teddy, eu...-Remus começou.
-Chega, pai. Nada que você diga vai mudar o que eu sinto por você. Ok? Eu já li sobre lobisomens e...Nossa, agora tudo faz mais sentidos, os Marotos viraram animagos pra te ajudar. Isso foi legal...-Remus sorriu fraco ao ouvir seu filho tagarelar. -Bom, continuando, lobisomens só viram "criaturas" nas noites de lua cheia e existe a poção mata-cão, que te dá consciência durante elas, então, você é um bruxo normal com noites turbulentas. Só, isso. Com ou sem lua cheia, eu te amo, pai. Sendo ou não sendo lobisomem. -Edward sorriu carinhoso- Agora, vamos, você ainda tem aulas pra dar.-Teddy discursou enquanto cuidava dos machucados de seu pai.

-Você não se importa?-Remus perguntou ainda confuso.
-Claro que me importo! Você fica mal com isso e se machuca! Vou ter que virar animago, nunca mais vou te deixar sozinho. Mas tirando isso? Nada muda, pai.-Teddy achou um kit médico de baixo da cama e terminou os cuidados rapidamente, enquanto seu pai continuou em silêncio.-Pronto, agora coma.

Teddy olhou a hora.
-Obrigado, Teddy.-Remus sorri fraco. Ele amava seu filho. Teddy sorriu, levantando a cabeça.
-Nada. -Ele deu de ombros. -Quem iria te substituir hoje?-Perguntou Teddy.
-Snape.-Remus respondeu enquanto comia.
-Oh...Nem pensar. Qual era a matéria de hoje para os alunos de agora?-Perguntou Teddy.
Remus ficou pensativo e arregalou os olhos.

-Lobisomens.-Disse ele.

-Ande logo! Snape sabe, certo? Ele vive implicando comigo, então não tenho dúvidas que ele vai usar essa aula pra te atingir. Vamos, vamos!-Teddy abriu sua mochila.-Toma, se vista.
-O que é isso?-Perguntou Remus se levantando da cama e pegando o pacote.
-Presente de dia dos pais, adiantado ou atrasado, você decide. Harry e Ron compraram a blusa e as meias pra você de Natal.-Teddy fechou sua mochila.-Te espero do lado de fora.
E saiu.

XxX

-Como estou?-Remus saiu poucos minutos depois, já vestido. Teddy sorriu. Uau, ele realmente conseguiu acertar os tamanhos. Seu pai estava lindo.
-Os alunos vão começar a babar pelo meu pai, devo me preocupar em ter uma futura madrasta ou padrasto?-Teddy cruzou os braços e riu ao ver seu pai corar.

Remus tentou andar até ele, mas mancou levemente, alguns machucados ainda estavam com curativos.
Teddy correu pra dentro e transfigurou uma vassoura em bengala.

-Aqui, Lorde Lupin.-Entregou-a.
-Sério?-Remus riu.
-Sim! -Teddy piscou pra ele. -Agora, vamos!

XxX

-Abram seus livros na páginas 14. Falaremos hoje sobre Lobisomens.-Disse Snape.

Alguém bateu na porta.
-Professor Snape, desculpe o atraso, eu estava tirando dúvidas com o Professor Lupin e acabei o atrasando para a aula. O senhor está liberado para seus afazeres.-Teddy disse. Sorrindo levemente.

Remus entrou na sala.
-Obrigado por ocupar os alunos enquanto eu vinha, Snape, pode ir.-Remus disse.
Os alunos suspiraram e começaram a cochichar. As roupas remendadas foram substituídas pelo belo terno cinza. O Professor Lupin parecia um Lorde respeitável e ainda mais, um homem lindo.

Snape resmungou, pegando suas coisas e saindo.

Teddy se sentou. Ansioso pela aula.
-Bom, vamos começar. Os lobisomens são...-Remus começou a explicar de forma didática e é claro, mostrando como lobisomens são nada mais que bruxos que sofrem com licantropia.

Assim como Teddy havia dito, não eram monstros. Monstros são pessoas que escolhem ser assim, maus e que querem causar o caos e a morte, mas Remus? Remus sofria com a doença, mas continuava sendo o bom homem e ótimo professor que era.

Os Herdeiros dos MarotosOnde histórias criam vida. Descubra agora