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Olho o relógio e xingo internamente tudo e todos que conheço com todos os palavrões conhecidos pela humanidade. Vou chegar atrasada na casa de Dudu e já era a minha chance de impressionar meus sogros. Porque tudo tem que dar tão errado? E logo hoje? O dia que deveria ser o mais perfeito da minha vida assim, indo pro lixo.

Depois de uma longa briga com a minha prima sobre ela não poder simplesmente pegar minhas roupas sem avisar, pedir gentilmente para ela tirar porque é o que eu gostaria de vestir hoje e ouvir insultos ao meu corpo vindos não só dela, mas do resto da família, me encontro no chão do quarto da minha irmã, chorando, sozinha.

Sem roupa, sem sobremesa, sem maquiagem e com o cabelo molhado, olhos inchados e completamente destruída. É assim que meu namorado me vê quando Laura entra no quarto segurando um celular com a carinha dele tomando toda a tela.

— Ju, tu sumiu... Poxa, eu sei que errei, mas quero muito te ver, e meus pais querem te ver também, me desculpa meu bem, por favor, vou ai te buscar, cê vem? — a voz dele soa estranha pelo telefone e minha tia dá um sorriso de compaixão enquanto eu pego o celular e o encaro. Ele acha que estou assim por causa dele, coitadinho, nem sabe que é a melhor parte do meu dia no momento.

— Dudu, não é contigo, é só que estou tendo um dia difícil, eu nem tenho roupa pra ir aí hoje, fala pra Lavínia que eu pedi perdão, sério.

— Se tu não quiser vir tudo bem, mas eu gostaria da sua companhia aqui.

— Pode descer, Eduardo, vou arrumar essa menina aqui e ela vai estar pronta em 30 minutos — minha tia pega o celular de volta e fala com ele. Os dois combinam horários e desligam — não vou deixar você ficar assim, honning, sei que esse é um dia muito especial pra você e não será estragado por essa família de malucos em que nascemos!

— Tia...

— Não quero ouvir desculpas. Senta na cama ai e espera que já volto.

Me sento na cama enquanto ela sai e deixa meu celular comigo, vejo que perdi 20 mensagens do Dudu pedindo desculpas, falando que a mãe dele iria servir o jantar só às nove horas, perguntando se eu ainda estava nervosa, mensagens de Lavínia, mãe dele preocupada comigo, mensagens das minhas irmãs me procurando, Jão me mandando fotos - que eu não abro.

Deixo o celular na cama novamente quando tia Laura volta com Júlia, Ana e Lyra

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Deixo o celular na cama novamente quando tia Laura volta com Júlia, Ana e Lyra. As quatro parecem as meninas superpoderosas trazendo uma maleta de maquiagem, secador de cabelo, uma mala - não entendo pra quê-, um copo de água e chocolates, entre algumas outras coisas que eu nem entendo o que são.

— Bebe a água, coma um chocolate, sente-se nessa cadeira e não se mova muito, pois temos que ser rápidas — tia Ana fala comigo e começa a me jogar em uma cadeira que ela pegou da cozinha.

— Querem me explicar?

— Júlia vai fazer sua maquiagem, eu o cabelo, enquanto Lyra escolhe sua roupa e arruma uma bolsa para você ir.

Então é NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora