O pai do noivo

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Aos poucos Shino acordou, retomando a consciência. A primeira coisa que notou foi a letargia que se espalhava por seu corpo, um reflexo dos músculos cansados, de um jeito tal que só é possível após a saciação plena alcançada através do sexo.

A noite anterior tinha sido incrível. Começou com o jantar que fez Ino aceitar Kiba como parte da família, reconhecimento que serviu como a última engrenagem para que o garoto confessasse seus verdadeiros sentimentos. Kiba queria tentar uma relação verdadeira, dar uma chance ao vínculo firmado entre as partes animais, pois sentia que o lado humano de ambos combinavam o bastante para que dessem certo juntos.

O próprio Shino sentia algo assim. E aceitou que o vínculo continuasse.

Como consequência, tiveram uma das noites mais quentes que já experimentou na vida. Cumpriu a promessa de proporcionar tanto prazer quanto possível ao Ômega, a ponto de exauri-lo. E recebeu prazer em troca, a ponto de perder a hora e despertar apenas naquele instante, quando o relógio digital da cabeceira indicava dez e meia da manhã.

Precisaria ligar para a faculdade e se desculpar pelo atraso, não se preocupava muito com a ausência. A coordenadora do curso sabia de sua situação, vínculos recém lançados eram instáveis, era esperado certas recaídas que obrigassem Alpha e Ômega a ficar em casa.

Ômega que, por sinal, era o responsável pelo formigamento terrível que Shino sentia no braço esquerdo, haja vista o garoto estava deitando sobre ele, profundamente adormecido. A sensação era ambivalente, parte de Shino queria continuar assistindo o sono profundo e tranquilo, enquanto a outra parte queria muito mover-se e reativar a circulação sanguínea...

A cena durou mais alguns segundos, tempo em que Shino apenas admirou a expressão serena, que pareceu intuir a mirada intenção e começou a dar sinais de que despertaria.

Kiba suspirou, antes de espreguiçar-se e aconchegar-se um tiquinho contra o corpo de Shino (que imediatamente visualizou um gato...) e abriu os olhos.

- Ohayou... - Desejou sonolento, arrastando-se até deitar sobre o peito do Alpha. - Dormi feito uma pedra, mas tô um bagaço.

- Ohayou. - Shino dobrou o braço amortecido e o colocou sobre as costas do garoto, deslizando a mão para cima e para baixo, de modo a acarinhá-lo e afastar o formigamento incomodo ao mesmo tempo.

- Também tô meio varado de fome. Você não tá? Esse negócio de fazer sexo casado de verdade é uma maravilha, caralho. A noite foi foda, não foi?

- Foi. - Shino concordou fácil, flashes retornando a sua mente, fazendo-o relembrar que redescobriu o prazer de duas posições bem interessantes...

- Oe. - Kiba acertou um soquinho impaciente no tórax do outro. - Não adianta ficar animadinho não. Acalma esse fogo aí porque meu rabo não aguenta levar mais surra. Tá louco? Não quero ficar arrombando na nossa primeira manhã de casal oficial!

Shino limpou a garganta diante do ímpeto daquelas palavras que deram uma certa polida em seu ego. Segurava nos braços um garoto com metade da sua idade, que reclamava de nova rodada de sexo. Oras, que Alpha não consideraria isso um elogio?

- O vínculo...?

- É... - Kiba respondeu mal humorado. - Dá pra sentir o fogo começando a arder, sei que eu sou uma delícia e uma tentação, deve ser muito difícil resistir. Mas eu tô com fome e preciso mesmo me recuperar.

Shino se divertiu com a reclamação. Fez carinho nas costas do companheiro um pouco mais, antes de empurrá-lo de leve para o lado.

- Vou preparar nosso café. Trago aqui na cama para você.

Raison d'être (ShinoKiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora