Foi apenas uma brincadeira

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Com pedidos feitos e todos devidamente acomodados, Naruto virou-se para o amigo de infância, respirou fundo e lançou:

— Muito bem, Kiba! Desembucha e conta tudo!

— Contar tudo desde que parte? — Kiba perguntou e recebeu uma careta em troca.

— Desde a confusão na casa de banhos, cara. A hora que aquele Alpha entrou na sala eu gelei! — E Naruto não era um Beta que sentisse receio por pouco. — Quando ele te atacou! Kiba, nunca mais quero passar por isso de novo! Foi horrível! E... Aquele outro Alpha usou a voz de comando... Isso ajudou a manter o equilíbrio e pode ter salvado minha vida, mas... Caralho! É uma sensação desgraçada!

Kiba respirou fundo, olhou brevemente na direção da outra mesa, na posição em que estavam ele podia ver somente as costas de Shino. Kankuro, que se sentara de frente, olhou na direção deles, uma clara dica sobre o assunto na conversa dos Alphas.

— Não me lembro de nada, sabe? Num minuto a gente estava sentando na banheira, começando a relaxar, daí minha mente ficou um borrão, tenho mais uma impressão do que lembrança. Depois meu cérebro só volta ao normal no quarto do hospital, aí me lembro da porra da dor e essa Marca no pescoço.

— Caralho, Kiba. De onde a gente tirou que essa invasão seria divertida? — Naruto resmungou. — De tudo o que a gente fez, foi a que mais me arrependi!

— Tá de brincadeira, maldito? Eu terminei meio casado! A única vantagem até agora é que a mamãe nem me bateu, só deu um sermão de derrubar o cu da bunda e tá com aquele olhar de decepção que é pior do que uma surra. — Nessa parte da conversa Naruto riu e esfregou o topo da cabeça.

— Ah, Tsume-kaasa me deu todos os cascudos que eu mereci e os que seriam seus de quebra, não se preocupe, o sermão veio de brinde, mas o lance da decepção foi pesado mesmo. — A última parte da revelação afastou o bom humor do Beta.

Antes que Kiba respondesse, o garçom se aproximou com o pedido de ambos: duas tigelas enormes de lamen, com o dobro de carne. O Ômega já pensava em repetir (ou talvez provar um prato novo), afinal, era por conta de Kankuro (a hesitação em gastar o dinheiro alheio passou rápido). Os próximos minutos foram dedicados a provar da comida que, por sinal, era deliciosa, o Ichiraku era um restaurante barato e familiar, cujo sabor dos alimentos demonstrava a perícia e dedicação do cozinheiro.

— Hum... — Naruto murmurou depois de comer um pouco. — Que história é essa de "meio casado"?

— Ah, a Marca fez um vínculo entre o Shino e eu. — Kiba explicou. — Mas tá incompleto, porque o ritual pra marcar tem duas partes: a mordida e o sexo. Como faltou a coisa toda do sexo, o compromisso das partes animais ficou pela metade.

— Que caralho, Kiba! E não dá pra desfazer isso?

— Dá, mas tem que fazer do jeito certo, pra depois desfazer. — O Ômega começou a mexer o hashi claramente sem jeito.

Naruto não era bobo, compreendeu fácil o ponto.

— Porra. Vocês vão ter que...?

— Sim! Antes de sair do hospital a gente fez exames completos, pra garantir que não temos DST, ou alguma doença.

Naruto sufocou uma risada.

— DST! Você é virgem! Pra que exame?

Kiba arrepiou-se todo:

— Você também é! Tá rindo por quê?! E não tem essa, ué, vai que eu peguei DST de outro jeito e posso passar pra alguém? Não dá pra saber!

— Pensei que o "S" do DST significasse "sexualmente". Mudou?!

— Vai se foder, Naruto! Você entendeu e fica me zoando, cara. Isso não se faz!

Raison d'être (ShinoKiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora