Nosso amor em Paris

10 - A padaria

   E assim fizeram. Quando chegaram na padaria, Adrien parou na calçada e ficou olhando. Aquela era a padaria que o senhor Kurtzberg lhe falara. Ele queria desmontá-la para fazer uma grande loja de modas Agreste. Marinette o chamou e entraram. Lá dentro um senhor baixinho de cabelos bem brancos os atendeu com um enorme sorriso.

Sr Antônio:— Que casal bonito! Aceitam um croissant? Acabou de sair do forno e está recheado com chocolate!
  
   Marinette logo pegou um, deu uma mordida e fechou os olhos.

Mari:— Nossa, que sabor maravilhoso! Tão bom quanto os que o meu pai faz! - dizendo isso deu um pedaço ao Adrien

Adrien:— Realmente é delicioso!

Sr Antônio:— Seu pai é cozinheiro, mocinha? Tem que ter habilidade para fazer essa massa bem leve

Mari: — Meu pai é francês e tem uma padaria lá na China. Ele aprendeu com meu avô, Rolland Dupain, ele tinha uma padaria aqui.

Sr Antônio:— Vc é neta do Rolland? Eu trabalhei com ele. Ele me ensinou tudo o que eu sei. Como ele está?

Mari:— Ele faleceu há dois anos, infelizmente.

Sr Antônio:— Sinto muito. Seu avô era um homem de muito caráter e muito comprometido com seus clientes. Ele fazia mini croissants para distribuir para as pessoas que não tinham dinheiro para comprar um. Era muito querido por todos. Fico feliz que o Tom seguiu os seus passos.

Mari: — Conhece meu pai?

Sr Antônio— Conheci menino...ele gostava de lamber as vasilhas de creme de bolo - riu

Mari:— É, eu puxei isso dele - riu

Adrien: — Por isso que é esfomeada até hoje - disse soltando uma gargalhada que deixou a menina corada

Mari:— Bem, foi um grande prazer senhor, mas temos que ir. Vem Adrien, vamos escolher uns pães e a sua torta

Sr Antônio:— O prazer foi meu. Os pães estão daquele lado, acabaram de sair do forno. E que torta vocês querem?

Mari:— Uma torta pequena de maracujá,  tem?

Sr Antônio:— Claro querida! Vai escolher seus pães que eu vou lá dentro pegar uma torta especial para vocês.

Mari:— Muito obrigada. Vem Adrien

   E foram pegar os pães. Mari ensinou ao loiro como apertar o pão e ouvir a crocância, sentir o cheirinho do fermento que acabou de assar.

Mari: — Uma padaria é como uma grande família, Adrien. As pessoas passam tanto tempo juntas aqui dentro que fica impossível não se importarem umas com as outras. Todos se ajudam, se consolam. Comemoram vitórias e choram derrotas juntos. Cada um tem uma função mas separados não funcionam. É muito gostoso acordar cedinho e sentir o cheiro do pão no forno, o cheiro do café que acabou de ser feito. Ver o sorriso das crianças quando ganham um pirulito. É um ambiente em que a gente se sente bem.

   Adrien ouviu tudo aquilo com atenção. Talvez pudesse repensar a decisão que teria que tomar em relação ao prédio. Teria que marcar uma nova reunião com o senhor Kurtzberg, mas não pensaria nisso agora. Hoje o seu dia seria para se distrair com a Marinette. Talvez ela tivesse razão, ele precisava de uma folga.

   Logo que o velho trouxe a torta de maracujá, eles pagaram e foram embora. Andaram até o Hotel e subiram para o quarto. Pouco depois Adrien recebeu um telefonema. Era Luka, seu amigo, querendo saber como tinha sido a reunião com o velho Kurtzberg. Adrien respondeu que não tinham decidido nada e Luka não gostou dessa resposta. Disse que pegaria um voo para Paris para que pudessem resolver isso juntos.

   Já era começo da tarde e eles saíram para almoçar. Adrien pegou o carro e perguntou se Marinette gostaria de almoçar em algum lugar específico. Ela perguntou se ele tinha algo em mente e ele disse que não. Então ela sugeriu um restaurante de frutos do mar ao lado do Sena, onde teriam uma vista bem prazeirosa.

Adrien: —Tudo bem, só me indique o caminho.

Mari:— Ok, siga em frente.

   Marinette foi orientando Adrien até que chegaram lá. Era um lugar pequeno, aconchegante, com mesas do lado de fora.