Festival parte 1

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A semana passou lenta até que chegasse o dia do festival no colégio. Um dos últimos eventos antes do fim do bimestre e consequentemente do terceiro ano. Foram dias de tarefas, revisões e conclusão de trabalhos, na próxima semana começava as provas e com isso todos estariam mais tensos. Então o festival era um bom momento para apenas relaxar e ver os trabalhos dos clubes.

Mesmo em volta disso foram dias tranquilos para Ichigo. Parecia até que o moreno estava mais preocupado com seu vestibular do que o próprio ruivo que depois de horas estudando aproveitava para roubar beijos, bem merecidos na sua opinião.

No sábado Uryuu foi à escola para ajudar nos preparativos, mas Ichigo ficou acompanhando uma Karin doente. Ele nunca saia com as irmãs doentes. Uryuu não viu muita graça em ir ao colégio sem o ruivo então ficou conversando com ele por mensagens enquanto terminava de ajudar. Queria muito o ver mas ele estava na casa da tia que também era médica e Uryuu não saberia como agir.

Na manhã de domingo o moreno seguiu em direção ao carro cedo. Queria chegar antes para ajudar Orihime, não que ela precisasse já que não tinha muito o que fazer, mas Uryuu não tinha motivos para ficar na mansão. No momento em que entrou no carro, infelizmente, deparou-se com Roberto no outro lado.

- Bom dia Uryuu, hoje vou te acompanhar. – O tom estava feliz enquanto batucava os dedos na porta do carro.

Ele tinha aquela mania de encarar fixo, mesmo que o Ishida o evitasse quase sempre. Aquele capanga estava quase com residência fixa naquela mansão e com Ryuken viajando, ficava andando livremente por dentro e quase sempre esbarrando em Uryuu quando ele saia do quarto. Era uma pessoa insistente que Uryuu conhecia desde os 14 anos.

Sentou-se calado e olhou para Marcus na frente que não demorou a por o carro em movimento.

- Pensei que fosse mais educado. – A voz ao lado saiu em um tom mais sério. Uryuu o encarou por alguns segundos, para as duas armas na cintura dele e depois voltou a olhar para frente.

- Bom dia.

Roberto sorriu.

- Se quiser posso ser seu guarda costas hoje.

- Não, obrigado. – Negou depressa pedindo mentalmente para, na verdade, aquelas palavras não serem uma ordem de seu pai.

- Que pena, adoraria. Então, está namorando Uryuu?

Por que a voz daquele cara era tão maliciosa?

O sorriso o deixava ainda mais cínico. Uryuu já achava que o efeito do analgésico para sua dor de cabeça matutina fora embora naquele estante. Não sabia direito o porquê não gostava daquele cara, só disparava um sinal de alerta em si toda vez que ele estava próximo.

- Não.

- Oh, solteiro. O dinheiro deve atraír elas como abelhas ao mel mas eu sei que você é inteligente demais pra cair. – Disse casualmente. Cabelos loiros bem arrumados para trás, pernas abertas no banco, mão na coxa enquanto sorria. – Então, você é romântico ou o sexo das vadias só não te atraí?

Uryuu engoliu o próprio incomodo olhando para a janela.

- Nenhum dos dois. Isso não me interessa. – Mas sua voz saiu mais baixa. Olhou para Marcus que parecia se concentrar no caminho e sentiu que Roberto falaria mais se estivessem sozinhos.

Lembrou de Ichigo também, afinal é nele que habitava seus desejos. Roberto riu alto.

- Claro que interessa, você é homem. Tem o pacote completo aí, não tem? Talvez só...

Mas o carro parava em frente ao colégio. – Até mais tarde Marcus. – E Uryuu saiu batendo a porta irritado com o capanga de seu pai.

Entrou na escola e foi para o clube. Keigo e Mizuiro terminavam decorações em um canto enquanto falavam de garotas. Uryuu preferiu olhar seus quadros que estavam pelo colégio.

Ponta Solta [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora