Eu sei que você quer andar no meu skate

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Depois de acabar de organizar aquela planilha e relatório Uryuu saiu de seu quarto (já que não fazia nenhum trabalho no escritório de Ryuken por vontade própria). Andou pela mansão até o estacionamento procurando o motorista, que não achou. Estava próximo ao fim da tarde e precisava colocar aquele envelope no correio, aquele trabalho tinha de estar amanhã no Rio para a secretária do seu pai validar. Era de extrema importância então tinha de chegar com segurança.

Logo Uryuu descobriu que o motorista tinha saído com o carro então foi em direção ao portão. Havia uma caixa de correio a umas duas quadras a frente da sua rua, só tinha que ser rápido, não podia oferecer chances para Ryuken ter de voltar mais cedo.

Demorou um pouco para sair da propriedade pelo caminho ser longo, mas logo caminhava pelas ruas até alcançar a caixa de correio no canto da calçada. Sua atenção foi desviada somente naquela calçada quando ouviu um barulho de rodas característico e virou o rosto.

Os cabelos ruivos simplesmente viam com tudo para cima de si, recuou, mas já estava bem em cima, fechou os olhos com força e por um segundo não ouviu nada até escutar uma risada. Abriu os olhos vendo o encrenqueiro bem do seu lado próximo demais rindo enquanto segurava uma ponta do skate.

- Sério, eu queria muito uma foto da sua cara agora. Está hilário! – Dizia ainda rindo. Usava uma camiseta laranja grande e calças jeans claras rasgadas nos joelhos. Uryuu estreitou os olhos.

- Isso não se faz Kurosaki! – olhou o envelope confirmando estar tudo bem.

- Ei, não combinamos que iria me chamar pelo meu primeiro nome? – Uryuu se virou caminhando em direção a caixa.

- Você não está merecendo muita coisa de mim.

- Que? Claro que estou... O que é isso? – Perguntou se referindo ao envelope que foi descartado.

- Nada demais. – Uryuu parou um pouco a sua frente colocando as mãos nos bolsos. – O que faz aqui?

- Nada demais. – Sorriu de lado. – Só andando e você, por que não apareceu no colégio? – curioso se aproximou.

- Tive que trabalhar para o dono da casa.

Ichigo deixou as sobrancelhas arquearem ouvindo isso. Não achou que Uryuu soubesse o que era trabalho, muito menos que o praticasse. Afinal ele deveria ser o jovem mais rico morando naquele estado. Ichigo tinha de parar de ficar tentando caracterizar o outro pelo dinheiro, sempre estava errado.

- Você quis dizer seu pai? – Perguntou um pouco confuso e sarcástico.

- É, isso mesmo. – Uryuu se virou voltando o caminho que fez percebendo Ichigo vindo atrás. Parou o olhando. - Vai me escoltar de novo? Estou começando a achar que foi contratado por ele para fazer isso. Explicaria muita coisa. – Disse como se pensasse seriamente nisso e voltou a andar. Ichigo incrédulo riu debochado.

- Desculpe princesa, não trabalho protegendo a bunda de ninguém, mesmo que a sua valha tanto.

O moreno voltou o olhando bravo pelas palavras.

- Para com isso!

- Você que começou.

- Credo, Ichigo, você é uma criança!

Ichigo riu mais, mas parou, de rir e de andar, Uryuu percebeu depois de dois passos e parou também confuso. Se encararam e o ruivo voltou a abrir o sorriso.

- Vem comigo, deixa eu te ensinar? – Indicou o que tinha nas mãos. - Eu sei que você quer andar no meu skate.

Uryuu por um momento não pensou em nenhum motivo para negar. Mas...

Ponta Solta [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora