Machucado

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ALERTA DE GATILHO!!
Contém violência familiar, abuso de autoridade e pressão psicológica

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Uryuu voltou para casa no final da tarde. Logo que chegou foi para seu quarto seguindo para o banheiro. Olhou no espelho o curativo em seu rosto pensando nos machucados do Kurosaki e no que Isshin falaria. Sentia que precisava conversar com o pai de Ichigo e explicar que por mais que soubesse dos riscos não conseguia mais ficar longe do filho dele.

Sorriu com isso vendo a expressão no espelho.

- Isso vai nos ferrar.

Parecia ser a coisa mais óbvia, mas também a mais sem importância no momento. Não demorou a ouvir o chamarem fora do quarto e logo soube que Ryuken o queria para o jantar. Visto que não tinha escolha vestiu uma roupa mais formal e deixando os óculos de lado foi. O pai havia voltado de viagem aquele dia, já fazia semanas que Uryuu não o via e poderia passar anos assim, mas sua vida não era assim. Hesitou um momento próximo da sala de jantar, mas suspirando entrou logo se sentando. Sentiu o olhar pesado daquela pessoa que odiava, mesmo assim agiu normalmente o dando boa noite e aguardando o prato ser servido.

- Tem algo para me contar Uryuu? – O mais velho tomou um pouco de vinho, a voz normal. Uma mulher entrou no local trazendo o jantar.

Uryuu olhou o pai.

- Nada demais, eu apenas me machuquei no colégio. – Tocou o curativo.

A comida foi servida nos pratos. Ryuken deixou o guardanapo na mesa e esperou estarem sozinhos antes de levantar-se indo até o filho. O curativo foi arrancado do rosto e seu queixo erguido enquanto o prateado analisava, durou pouco tempo e o moreno se concentrou em qualquer parte do local.

Ryuken o soltou e voltou ao seu lugar começando a comer. Uryuu se forçou a engolir a comida.

- Não temos segredos nesta casa, para que curativos? – O mais velho comentou irônico. Passou poucos minutos antes dele voltar a falar. – Então, fale, como conseguiu se machucar assim? Pessoas comentam Uryuu, deveria tomar cuidado.

- Não foi nada demais, logo irá sumir. – Disse monótono vendo a atenção do outro em olhar a marca, parecia vidrado nela.

Como se gostasse da imagem.

- Agora você deu para se machucar? Está distraído demais, preste atenção.

- Sim, senhor.

- Não queremos você desfilando por aí coberto de hematomas, certo?

- Sim...

- Você devia ver como está... Terrível em seu rosto... – Ele riu curto antes de voltar a comer por um tempo. - Então a ligação que recebi hoje do seu diretor sobre uma briga é mentira?

Uryuu o olhou controlando as pressas a surpresa.

- Eu apenas estava no local errado na hora errada. Já foi tudo resolvido e eles foram expulsos.

- Não tenta mais mentir para mim Uryuu. Eu sei de tudo sobre você.

- Sim, senhor. Desculpe, não era tão importante.

Ryuken concordou deixando o jantar prosseguir. Quando terminou, Uryuu pediu para se retirar, não foi permitido e precisou esperar o outro se sentir satisfeito para liberá-lo. Se afastou, porém, já convivia tempo o bastante com o pai para sacar quando teria paz ou não e do jeito que ele o olhava tinha algo que o Ishida menor ainda não estava captando.

O mais velho voltou a se aproximar no corredor e segurar seu rosto.

- Pai... – Uryuu tentou porque pensou em Ichigo, mas o tapa veio mais rápido. A pele sensível ardeu e afastou o rosto da mão dele pelo susto.

Ponta Solta [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora