Reencontro

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Ichigo estava nervoso, como não ficaria. Fazia tantos dias que não via ele, um período difícil que preferia ter passado ao lado dele.

O carro parou em frente a uma casa mais afastada da cidade, era grande pintada em cor neutra, a soleira da porta iluminada por lamparinas. Isshin acenou de longe para os polícias no carro fazendo a vigília e Ichigo somente seguiu o pai em direção a entrada.

- Ichigo... – Isshin chamou o ruivo já de frente a porta e sorriu para ele tocando seus ombros. – Se controla ok? Não importa a conversa ou o que Uryuu diga, se controle, você não está em condições para sofrer...

- Tudo bem, pai. Eu estou tentando...

- Ichigo é sério. Sua recuperação vem em primeiro lugar.

O ruivo acenou, mas logo voltou o olhar a porta. Isshin suspirou e bateu na madeira não demorando muito ver uma mulher a abrindo os olhando surpresa.

- Ichigo? – Ela sorriu triste quando ele confirmou confuso. – Meu nome é Luísa, nos falamos antes. Eu sou...

- A mãe do Uryuu. – Completou surpreso.

Ela concordou de olhos embassados.

- P-posso te abraçar?

Ichigo ainda confuso olhou para o pai, mas depois sorriu para ela concordando. Luísa o envolveu suspirando fundo.

- Fico feliz em te conhecer, e que tenha vindo. Obrigada. – Depois de se afastar os convidou a entrar no corredor e fechou a porta.

- Onde...

- Ele está na sala. Está mais inquieto hoje e não me deixa examina-lo. Te ver vai fazer bem a ele. – Sorriu apontando em direção a sala no corredor depois limpou os olhos molhados.

- Espero que sim.

- Vai sim. – Afirmou e olhou para Isshin ao lado. – Que tal tomarmos um chá ou café enquanto eles conversam?

Isshin sorriu e aceitou o convite indo em direção contrária à sala. Ichigo suspirou os olhando se afastar e tomou o caminho contrário entre as paredes de madeira e no momento que entrou no espaço aberto da sala o viu vindo em sua direção parecendo estar prestes a entrar no mesmo corredor. Mas parou assim que o viu.

A primeira coisa que Ichigo notou foi o cabelo, estava maior na metade da nuca. A próxima foi a presença dos óculos e seus olhos pretos e brilhantes atrás das lentes, e eles o fizeram travar. Uryuu parecia se sentir da mesma forma já que não se moveu.

- Isshin... É claro. – Foi o que ele disse e abaixou a cabeça mexendo na roupa... Nervoso demais para Ichigo não notar.

Notou também agora as roupas de pano fino e folgadas nele, presumiu que ele deveria estar prestes a ir dormir. Procurando pelos machucados não encontrou nada no rosto claro, mas quase todo seu corpo estava coberto pela calça e moletom, não dava para saber seu estado assim. Sua expressão estava cansada, um pouco distante como o pai já havia dito, mas não apático, não, ainda não.

Ichigo acompanhou os lábios trêmulos dele, seu corpo tenso, o olhar ganhar mais brilho cheios de água e notou ele o inspecionar da mesma forma que fazia nele, viu o olhar dele se fixar em seu peito e então ele apertar os punhos como se impedindo de fazer algo.

E Ichigo estava abalado demais, com saudade demais para saber exatamente o que falar, mesmo que tenha pensado em várias frases enquanto vinha. Também não estava conseguindo pensar agora, então somente atravessou aquela sala em direção a ele e o abraçou o sentindo suspirar rapidamente antes de envolvê-lo de volta.

Ponta Solta [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora