Passeio

117 20 10
                                    

Enquanto caminhava de volta à sala depois da discussão com o Kurosaki, Uryuu foi surpreendido pelo cara encostado na parede que entrou na sua frente de repente impedindo sua passagem.

- Oi, Uryuu? – Perguntou com um pequeno sorriso mostrando as mãos como um sinal de que só queria conversar. – Eu vi o que aconteceu entre você e o Kurosaki. Você está bem?

Uryuu franziu o cenho confuso.

- Por que eu não estaria?

- Bem... – O garoto ficou com uma cara um pouco (muito) apavorada. – O Kurosaki parecia bem bravo, você tem que tomar cuidado Ishida! Tem que se manter longe dele e procurar não ter a má sorte de irritá-lo. Você não sabe as coisas que ele já fez com quem entrava em seu caminho.

Uryuu passou uns dez segundos perdido, depois por pouco, por muito pouco mesmo não riu daquelas palavras. Nunca sentiu uma vontade tão grande de dar boas gargalhadas como naquele momento. Acabou sorrindo. O garoto de calças lisas cor creme e cabelo bem penteado para trás pareceu se irritar.

- Eu estou falando sério! Se não acredita só azar para você. Aquele cara tem problemas... Você sabe, certo? Ele é perturbado!

Uryuu esqueceu à vontade rir e encarou o outro que já se virava.

- Espera, como assim?

O outro voltou-se dando de ombros.

- É o que circula. Ele é um viciado; perdeu a mãe quando criança e ficou pertubardo. Eu não consigo entender como essa escola ainda permite ele aqui. Eu nem chego perto, se fosse você fazia o mesmo.

- A mãe dele... – Uryuu calou-se. Se lembrou que as únicas coisas que já ouviu sobre o ruivo naquela escola foram ruins assim. – Você o conhece?

- Eu? Acha que eu sou louco?... Olha, cuidado, sério. Depois não diz que eu...

- Você não sabe nada dele, não é? Ninguém perguntou. – Aquelas palavras fugiram da sua boca surpreendendo até mesmo a si. Se virou no mesmo momento, mas logo seu corpo travou. – Não fale da mãe dele, tenho certeza que isso é pessoal.

Sem respostas saiu dali sentindo um sentimento estranho de raiva e revolta com aquele que o parou somente para falar coisas desnecessárias.

[...]

Depois do intervalo ocorreu uma palestra na quadra de esportes. O colégio vez ou outra recebia alguma figura ilustre, as vezes de última hora. Podia ser um reitor ou professor de alguma universidade importante, um escritor ou algo parecido a isso. Todos os alunos foram distribuídos no ginásio em cadeiras.

Uryuu estava decidido a ignorar os olhares constantes de Ichigo pelo confronto dos dois mais cedo, ainda estava um pouco irritado com ele e não queria agir como se o que falou antes não tivesse importância.

Bom, mesmo que decidido, o que fez foi completamente o oposto.

Passou todo o tempo trocando até vezes demais olhares com o ruivo que não tinha a menor vergonha na cara. Ele estava a poucas cadeiras atrás ao lado de Uryuu o secando completamente (o que Uryuu achava ser somente para provocar e importunar muito).

E quando o Kurosaki percebeu que o moreno estava se envergonhando com aquilo começou a rir baixinho fazendo o outro sorrir mexendo a cabeça negativamente. Uryuu se deu conta que sorria quando viu as sobrancelhas arqueadas de Ichigo e até de outras pessoas em surpresa, virou o rosto agora para não voltar a olhá-lo mais.

Logo após a palestra todos os alunos foram dispensados. Como não foi um evento marcado, Uryuu tinha que ligar para seu motorista para vim busca-lo. Estava indo em direção ao portão do colégio quando viu o cara alto de cabelos chamativos que entrara em sua vida naquelas últimas semanas encostado na parede ao lado do portão de braços cruzados. O jeito que encarava Uryuu claramente significava que queria falar algo.

Ponta Solta [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora