Arte dos negócios

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Uryuu fitou seus olhos vermelhos e cansados no espelho do banheiro quando voltou do colégio. Dava para entender aquela preocupação estampada no rosto de Ichigo a cada dia que passava. O Ishida não podia fazer grandes coisas quanto a isso por enquanto.

A ansiedade o atormentava ultimamente, talvez coisas demais para lidar ou pensamentos ruins o deixando assim. Estava cansado, mas seu rosto estava melhor dos machucados, seu braço e barriga também, contendo poucos marelões. O que era ótimo porque assim talvez Ichigo relaxa-se.

Saiu indo em direção ao escritório do dono da mansão já que o mesmo o queria todo dia ali para o administrar tarefas. Porém no meio do corredor sua vista escureceu, ficou muito tonto e não conseguindo se apoiar em nada foi ao chão apagando.

Quando acordou viu de vista embaçada o médico da família conversando com Roberto em seu quarto.

-... Isso só vai piorar cada vez mais... – O senhor mais velho falava.

- Todos serão informados. Qualquer coisa o pai dele contrata alguém pra vigiar, sei lá... – Roberto disse monótono com as mãos no bolso e o cigarro entre os lábios.

- Ele tem que parar com o que estiver tomando.

-... Okay...

Uryuu sentiu-se se afastar daquilo tudo. Acordou de repente levando a mão a cabeça.

- Você ouviu o médico, certo? Aprenda a engolir comida, bonitinho e chega de comprimidos estranhos. – A voz de Roberto estava mais perto. Abriu os olhos o vendo do seu lado.

- O que faz no meu quarto? – Perguntou baixo olhando em volta procurando o senhor de jaleco, mas ele não estava. Encarou Roberto.

- Só reparando se você não vai parar de respirar de repente e morrer. – Disse sério depois sorriu. – Brincadeira, estava esperando você acordar.

Uryuu massageou as têmporas e finalmente percebeu que recebia soro. Buscou seus óculos na cômoda, mas os recebeu do loiro. Estava meio lento e confuso então só ficou um tempo parado olhando o nada até perceber isso.

- Saía, por favor, Roberto. – Murmurou e o homem não demorou a se retirar, antes disso a atenção de Uryuu foi chamada para as duas armas na cintura dele se perguntando por que ele andava com aquilo até dentro da mansão.

Não demorou muito a porta voltar a abrir e Ryuken entrar. Os cabelos prateados desgrenhados junto do terno e uma garrafa de Whisky em uma mão, um pedaço do que Uryuu percebeu pouco depois ser madeira na outra.

- Acha que pode escapar de mim? Isso é tudo um plano seu não é?!

Nada mais que um bêbado. Uryuu pensou em correr e se trancar no banheiro, mas seu corpo exausto não acatou o comando. Se encolheu na cama quando a garrafa foi espatifada contra a parede acima de sua cabeça.

Se encolheu mais se escondendo temendo as pauladas, o pai se aproximou e puxou com tudo o tubinho que o dava soro. Ardeu muito, tampou o braço sangrando grunhindo de dor. Ele voltaria a agir, mas antes batidas foram ouvidas na porta e Roberto entrou.

- Ele já está aqui senhor. – Ele informou e Ryuken concordou.

Voltou ao filho que tremia na cama segurando o próprio braço que não parava de sangrar e agarrou seu outro braço o puxando.

- Venha, você precisa ver como se faz.

Uryuu foi levado a força para fora do quarto e pelos corredores até o escritório. No local havia mais dois guardas e um homem de terno escuro sentado na cadeira, ele parecia muito nervoso vendo o Ishida mais velho entrando.

Ponta Solta [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora