Recomeço - último capítulo

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Uryuu ficou para o jantar, sua vontade nem era ir, mas não poderia ficar. Os policiais ainda o estavam escoltando, mesmo que o perigo não fosse tão certo. Um dos três capangas de Ryuken já havia sido preso e ele afirmou que nenhum dos outros estaria em atividade e provavelmente nunca mais estariam naquele país outra vez.

Uryuu odiava o fato de Roberto não ter sido encontrado, mas tentava não pensar muito nisso, muito menos ficar se lembrando tudo o que passou com ele. Queria muito deixar para trás tudo que o fizesse mal e se concentrar apenas em melhorar. Por isso esperava logo não precisar mais de policiais em volta de si.

Quando o jantar com a família Kurosaki terminou Uryuu e Ichigo subiram para o quarto do ruivo onde ficaram um tempo conversando e aproveitando a companhia um do outro. Se despedir para ir que foi difícil, e talvez só tenha conseguido dormir quando chegou naquela casa estranha e afastada foi pelo beijo que o Kurosaki o deu. Realmente não imaginava como achou que conseguiria ir embora para longe dele, não teria aguentado aquilo mesmo!

Eles se falaram por telefone logo no dia seguinte e Ichigo queria se encontrar com o moreno então marcaram. Aquilo deixou o moreno apreensivo ate o momento que o ruivo chegou. Não queria imaginar o pior, mas era inevitável; aquela insegurança as vezes parecia inquebrável, mas Luísa pôde o acalmar até aquela conversa. Quando chegou ele propôs de morarem juntos naquela casa por um tempo. Como tinha sido a ideia deles de viajarem juntos a um tempo atrás.

Uryuu já pensava nisso a muito tempo e tanto que sabia mais ou menos que deveria negar devido sua situação conturbada, mas mesmo assim travou na hora. Ainda sim ele conseguiu explicar suas dúvidas para Ichigo, não queria que seu estado afeta-se o ruivo negativamente, porém ele próximo era sim estímulo para Uryuu querer se cuidar e melhorar. O Ishida jurou antes que seria mais sincero com ele, então o foi e Ichigo o entendeu. Eles levaram a dúvida para Luísa e Isshin que não viram problema se ambos queriam.

Até resolverem toda a mudança os dias passaram como um flash, na opinião de Uryuu. Não esteve tão apreensivo com tudo a sua volta por aqueles dias. Esperou o ruivo se recuperar mais e as meninas voltarem a frequentar a escola.

Quando se reservaram naquela casa mais afastada junto com Luísa não sabiam quanto tempo ficariam, talvez até Uryuu se sentir bem novamente, superar um pouco das crises, lidar melhor com o trauma e conseguir fazer outras atividades. Nos primeiros meses foi penoso, ele ainda não via os problemas que tinha, não conversava com o psicólogo, com os vários que teve até conhecer um que se deu bem. Ainda sim, isso demorou a acontecer, mas nunca pareceu impossível. Não para Ichigo e Luísa que viam de perto como ele se esforçava, como se abria e aceitava aos poucos o mundo que mal conhecia. Como se tornou tão próximo de Rukya e Isshin, e se apegou as meninas como se fossem sua família. Finalmente o mostrando o que era uma família de verdade e não mais os pesadelos que viveu por tantos anos.

Quando ele se permitiu ser rodeado pelas pessoas que amava ele viu que viver poderia sim ser um privilégio e que estava mais que pronto para isso. Ainda assim, a coragem precisou ser colocada em prática, precisou ganhar batalhas diárias. E de acordo que as vencia se tornava mais confiante para prosseguir.

Cuidar de seu corpo, supervisionar o que o deixava triste, fazer atividades que o trouxessem distração durante a semana, tratar os pesadelos, enfrentar o pai em sua mente, estar com Ichigo, se apaixonar outra vez por ele, e outra vez e mais outra, então ver que já vivia novamente.

Luísa já havia comprado uma casa próxima até demais da casa dos Kurosaki quando Uryuu se decidiu. A herança dos Ishida havia ficado todo para ele, mas foi recusada. Isso foi discutido por um tempo de forma a não prejudicar ainda mais ele. Era um fato que um tratamento não seria barato, e que aquele dinheiro era dele por direito. Então, por enquanto, quem administraria seria Luísa, segundo ele era dela para fazer o que quisesse só não queria nunca mais falar ou se envolver com aquilo.

Ponta Solta [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora