Ponta Solta [Concluída]

Deixe-me ir

Ichigo voltou cedo, passou ainda antes em um lugar para buscar os óculos novos que comprou para o Ishida. Sabia que ele não o pediria e se comentasse ele o faria prometer não comprar então o jeito era surpreender-lo.

Mas quando chegou ele não estava, rodou a casa duas vezes e tendo a certeza ligou para seu celular, logo caindo na caixa postal. Ligou para o pai o questionando do paradeiro do namorado, mas Isshin não sabia também.

Voltou para o quarto encontrando a bolsa de Uryuu ainda no guarda roupa, o desenho seu, a carta de Luíza, estava tudo ali. Faltava apenas o celular e os documentos.

E claro, ele.

Ele deve ter apenas ido em algum lugar. Estou paranoico.

Pensava consigo mesmo. Mas o fato do Ishida não deixar nenhuma mensagem, nem o atender era estranho.

Prometeu a si mesmo que esperaria uma hora antes de ligar novamente ou ir procurá-lo, mas só aguentou vinte minutos.

[...]

Ichigo não se aguentava mais, por isso quando percebeu que anoitecia saiu, foi em alguns parquinhos e lugares de lazer da região e quando voltava foi decidido em direção a mansão do Ishida.

Chamou no interfone e perguntou primeiro se Marcus estava, a resposta foi um não, que aquele motorista havia sido demitido no dia anterior. Mesmo surpreso Ichigo logo perguntou ao homem de voz baixa se Uryuu estava.

Sim, ele estava. Essa foi a resposta, seguida de: Mas não quer receber visitas hoje. Gostaria de deixar um recado?

Gostaria de deixar perguntas.

O que diabos estava acontecendo?!

Ichigo se sentia tonto sem saber o que fazer. Teve que chamar novamente o homem no interfone e pedir que chamasse o moreno, pediu várias vezes. Não sairia dali até saber o que estava acontecendo! Foi ignorado nos primeiros momentos e depois o homem ameaçou mandar os guardas o expulsarem ou até a polícia.

Bufou chutando aquele portão.

- Ótimo! Chama então! – Na verdade Ichigo estava apavorado. Se Uryuu fosse machucado novamente. Se aquele homem fizesse algo contra ele!

Ele podia estar fazendo isso agora! Uryuu podia estar precisando de ajuda e Ichigo preso ali. Pegou o celular e ligou para ele de novo. E, surpreso, notou que dessa vez foi atendido.

- Uryuu? O que ouve? O que...

- Vai embora Ichigo. – A voz mais séria foi ouvida do outro lado.

- O que? Uryuu... – Ichigo teve que se segurar nas barras de ferro sem direção.

- Preciso que você vá embora. Eles vão realmente mandar os guardas aí...

- Vem aqui Uryuu, saía daí agora porra!

- Ichigo... – Se calou do outro lado.

- Ele te machucou? – Perguntou encostando mais nas barras.

- Não. Não aconteceu nada. Ele apenas abriu meus olhos. Foi especial o que tivemos Ichigo, foi intenso, diferente para mim...

- Que merda você...

Uryuu voltou a falar mais sério:

- Mas foi apenas um período. Um que acabou, eu sinto muito. Não volte a me procurar, eu não quero mais saber disso e irei viajar, vou sair do país...