Capítulo 11

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Finn

Termino de tomar uma ducha rápida após o treino e caminho até o meu armário. Temos um jogo importante marcado para daqui há alguns dias, e apesar de estar confiante com o time, treinar de forma excessiva durante essas semanas foi a única coisa que manteve minha cabeça no lugar. Abro a porta do armário na intenção de pegar uma muda de roupa para vestir, mas assim que o faço sinto meu coração apertar e disparar logo em seguida ao encontrar ali uma foto minha com Millie. Os dias pareciam passar se arrastando, e eu podia até mesmo dizer que já havia criado uma rotina. 

Eu acordava sentindo falta de Millie.

Ligava para ela incansavelmente.

Era ignorado em todas as chamadas.

Vinha para o estádio logo em seguida.

E descontava toma a minha frustração treinando até meu corpo não suportar mais. 

Eu estava cansado daquela situação, estava cansado de ser ignorado, estava cansado de me manter longe, e acima de tudo, estava ainda mais cansado de sentir o medo de perder minha melhor amiga, me fazer perder o sono todas as noites. Eu queria abraça-la, queria ouvir sua risada, comer sua macarronada, assistir um filme ao seu lado, acariciar seus cabelos, observa-la dormir em meu peito, beijar os seus lábios maci....

Não, não e não!

Toda essa confusão havia começado justamente por termos perdido o controle, e se para tê-la ao meu lado de novo fosse preciso deixar de lado esse desejo louco que venho sentindo, eu o faria. Rapidamente termino de me vestir e pego as chaves do carro enquanto caminhava à passos rápidos até a garagem do clube. Entro no veículo e sinto meu corpo paralisar por um breve momento ao encontrar a última peça de roupa que vi no corpo de Millie. Eu sei que pode parecer loucura andar para todos os lados com aquela camisa do Nirvana, mas de uma forma mágica aquela peça era a única coisa que me permitia matar a saudade que sinto do seu perfume...

Então, sim

Eu abraçava aquela camisa todas as noites antes de dormir.

E sim...

Estou ficando completamente louco!

Balanço a cabeça negativamente e volto a ligar o carro, não demorando a sair em disparar até o apartamento de uma certa morena que não saía da minha cabeça. Eu não suportava mais aquela distância, e querendo ou não, hoje Millie teria que me ouvir.

Millie

Eu não sabia ao certo quanto tempo havia se passado desde que voltei para casa com uma pequena sacola em mãos. Nem quantas vezes havia ligado para Sadie para tentar me desculpar pelo tapa. E muito menos há quantos minutos ou horas eu estava encarando a embalagem do teste já feito em minhas mãos. Após a saída de Sadie eu havia ficado completamente anestesiada, minha mente estava um caos, meu coração batia acelerado, mas mesmo assim meu corpo havia sido guiado até a farmácia mais próxima antes da minha razão me obrigar a comprar cinco testes de gravidez. Eu sabia que era um exagero, e queria acreditar que não havia motivos para me preocupar.

Eu não estava grávida! 

Eu NÃO podia estar grávida! 

Com certeza as tonturas, os vômitos, e o sono excessivo eram somente sintomas de uma virose qualquer, não havia motivo para preocupação. Olho mais uma vez para o celular e suspiro frustada ao ver que nenhuma das minhas mensagens haviam sido respondidas. As palavras de Sadie haviam me machucado de uma forma terrível, mas mesmo assim estava arrependida de ter lhe dado um tapa.

Acidente Perfeito - Fillie Onde histórias criam vida. Descubra agora