| trentième seconde |

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O jovem príncipe de olhos azuis, saiu da capela com menos peso nas costas, mas com sua mente vagando, com sua mente inquieta e ansiosa. Queria ver os olhos verdes de Michael novamente, ele queria ver sua reação, ele queria apreciar absolutamente tudo sobre aquele homem, o homem que queria durante os dias e noites no Reino Unido, que nunca deixou sua mente, que estava sempre presente em cada uma de suas opções.

Ele finalmente seguiu um de seus impulsos e a sensação que teve, a partir desse contato, não fez nada além de aumentar seu desejo e querer mais. Ele precisava de tudo do Michael, não apenas um beijo, não apenas um esfregão tímido, mas a atenção dele. Ele queria seu toque por todo o corpo, ele queria seus lábios em cada canto de sua pele, ele queria ouvi-lo dizer todos os seus pensamentos, todas as coisas que ele gostava sobre ele, tudo o que o mantinha ao seu lado.

Mas ele parou sua caminhada no meio do corredor, quando em sua mente ele cruzou mais uma vez o que aconteceu com Lorde Wyatt, que ele escapou por todos esses meses que esteve no Reino Unido, todas aquelas festas.

O Príncipe Luke Hemmings de Camberra não era mais puro. 

Sua respiração estava estagnada em sua garganta e ele fechou os olhos firmemente, recordando as palavras do pároco, do homem da igreja que havia abraçado sua angústia em nome de Deus.

"Sua Majestade, você notou tal erro e arrependimento de coração. Seu olhar expressa tudo, sua atitude também, e como imediatamente se virou para o pai celestial para confessar tal erro, para encontrar a salvação. Em seus ombros não deve haver culpa, você notou o pecado e deve ficar longe dele."

Se o pecado fosse o Wyatt, é claro que ficaria longe dele, mas o pecado fosse fazer tudo que fez com Wyatt, ai se complicaria, porque com Michael ele nunca se sentiu culpado por sentir o que sentia, querer o que queria e fantasiar o que fantasiava.

Voltou a caminhar, observando os servos e a atmosfera alarmada do palácio. Faltavam 5 dias para sua coroação e todos estavam alarmados tentando fazer com que tudo saísse perfeito, mesmo ele sabia que agora em seu palácio pessoal, já estava começando a ser decorado sem descanso, dia e noite, onde sabia que os serviços de jardinagem continuavam funcionando, e os últimos detalhes da construção estavam sendo concluídos.

O príncipe observava ao seu redor, até que no final do corredor, notou a figura de Theodere distraída, nervosa, ansiosa. Ele se dirigiu a ela com cautela, na esperança de não assustá-la.

— Tudo bem? — Perguntou ele, interrompendo tal silêncio. A princesa ficou um pouco assustada, depois suspirou e acabou sorrindo timidamente.

— Estou preocupada. Eu não vi Michael, ele deveria me acompanhar para compor no piano, mas ele está longe de ser encontrado.

Luke engoliu pesadamente e depois suspirou. Isso não pode estar acontecendo com ele, não agora.

—  Você ordenou-lhes para procurá-lo?

— Eu perguntei, mas eu pensei que estava com você. Agora estou preocupado. Perguntei a Kabir e seus alunos, não tive nenhuma resposta, ninguém soube responder.

As mãos do Luke começaram a tremer e um mar de tempestades e destinos trágicos passou pela sua cabeça. Ele se apoiou na grade de segurança, a mesma em que ele tinha pendurado tantas vezes e tomou o ar profundamente.

— POR TODO O PODER DA COROA REAL DE CAMBERRA, EU ORDENO QUE TODOS OS SERVOS PROCUREM PELO MEU GUARDIÃO, AGORA!

As pessoas dos jardins e corredores deixaram no chão as coisas que tinham em suas mãos e começaram a correr, correr, abrir portas e quartos, olhar nas masmorras, até havia criados subindo nas árvores lembrando a estranha mania de Michael.

A busca durou uma hora onde todo o palácio se voltou para a busca do guardião. Nos estábulos, no lago, nas salas de treinamento, e muito mais. Calum veio ao lado do príncipe e confuso começou a lembrar-se de seu dia, onde ele tinha visto Michael pela última vez, mas que remonta a esse momento quando eles conversaram nos estábulos. Ele estava preocupado porque conhecia Michael e não estava em nenhum dos lugares que passou pela sua cabeça. Qual foi o objetivo dessa fuga repentina? Esse desaparecimento?

— Eu vou pegar um cavalo para ir até o reino. Ele deve ter ido para casa ou algo assim.


— Mas sua jornada não termina até eu ir dormir — Lembrou Luke, olhando atentamente para as ações dos criados, mas não havia vestígios de Michael ali.


— Algo deve ter acontecido com ele... — Disse Calum, enquanto se curvava levemente às altezas e saia dali para ir em busca de um cavalo no estabulo e ir ao reino.


. . .


— Altezas, são duas da manhã, vocês devem ir descansar.

O homem loiro negou e bebeu um gole de sua xícara de chá que Theodere gentilmente lhe serviu. Os dois estavam em vigília esperando por algum sinal de Michael, alguma notícia, porque há quatro horas tal busca tinha começado, três horas atrás Calum tinha deixado o palácio procurando por ele na aldeia, mas aparentemente não teve sorte.

— Vamos ficar — Responderam juntos, para compartilhar um olhar e virar os olhos para as portas do palácio.

Pareciam segundos eternos, não havia sinais.

— Ouça... — Theodere sussurrou de repente, e o príncipe enrugou sua carranca de confusão.

— Não há nada.

— Há um cavalo chegando.

O príncipe levantou-se de tal cadeira e ouviu como os portões do palácio se abriram. Ele apressou-se para ir até os portões, e antes de chegar, um cavalo agitado apareceu com duas figuras em cima dele.

Uma Calum agitada e um Michael inconsciente. 

— Eram rebeldes. 

Theodere afogou um grito quando viu os fios de sangue no canto dos lábios de Michael, enquanto ouvia sua respiração pesada.

Calum caminhou até o corpo leigo de Michael e acariciou suas feridas com seus olhos cristalinos, triste por vê-lo naquele estado.

— PRECISO DE AJUDA PARA LEVAR MICHAEL PARA A ENFERMARIA! EU O TENHO DEITADO...!

Mas Calum foi interrompido quando Luke colocou as mãos nos ombros de Michael e começou a puxá-lo, e quando ele notou que não demorou muito para que suas pernas caíssem do cavalo, ele deu dois passos para frente e tomou-o debaixo de seus joelhos.

Ele estava carregando seu guardião inconsciente quando lágrimas tímidas começaram a escorrer por suas bochechas.

— Ei, não faça isso comigo, não me assuste... — Ele sussurrou com um leve tom de voz, então levantou seu rosto para que pudesse ver o caminho.

Muitos servos o cercaram, esperando que o príncipe colocasse o corpo de seu tutor nas mãos de um terceiro, mas todos ficaram surpresos quando ele foi negado e continuou andando com Michael em seus braços.

Nesta ocasião, ele assumiria a responsabilidade por seu guardião, ele cuidaria dele, ele o protegeria, pois ele se arrependeu de como o tratou naquela manhã, mas embora ele soasse egoísta, ele não se arrependeu de beijá-lo, uma ação que possivelmente levou Michael a escapar daquele palácio.

Ele não o deixaria escapar tão facilmente, não antes de tentar.

. . . .

capitulo de dor e sofrimento que doem na alma.

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