9 - Irla

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Terça-feira, 26 de junho de 2085

O sangue jorrava por todos os lados

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O sangue jorrava por todos os lados. O ignus havia atacado Madu, acertando diretamente seu coração. Thomas e Gabriel ficaram paralisados, sem reação, enquanto a mulher misteriosa avançava por entre as densas árvores, rápida o suficiente para salvar o resto do corpo de Madu.

- Reajam! - gritou a mulher - Vocês querem enfrentar os infectados, mas não conseguiram proteger uma amiga querida!

Vitor, apesar do susto, conseguia lidar com os ignus menores, mas sabia que havia muito mais pela frente, ele não conseguiria acabar com todos sozinhos.

- Thomas! - Vitor gritou - Você quem decide... Voltamos ou seguimos?

Na mente de Thomas, a melhor opção seria voltar para o esconderijo com o corpo ensanguentado de Madu. No entanto, eles haviam chegado tão longe, e Madu os ajudara em sua jornada. Ao ver Gabriel abraçando o corpo ensanguentado da amiga, a decisão ficou clara.

- Você tem uma boa memória! - Thomas começou, chorando. Dirigiu-se a Gabriel - Acha que consegue levar o corpo de Madu de volta ao esconderijo sozinho?

Gabriel levantou-se, com ódio nos olhos. A melhor escolha era voltar ao esconderijo, os quatro juntos, com o corpo. Prestes a socar Thomas, ele se lembrou do esforço e das esperanças de Madu, o que o fez dar um pequeno passo trás.

- Consigo! - disse Gabriel, colocando o corpo de Madu em suas costas - Eu vou ficar bem, mas vocês precisam alcançar seus objetivos, seus idiotas. Pela Madu e por todos que esperam nosso retorno!

- Nós iremos para F-814 e voltaremos para B-196 em segurança, eu prometo! - concluiu Thomas.

Gabriel, mesmo relutante seguiu a passos largos mata afora e desapareceu entre as árvores, levando o corpo de Madu.

Após respirar fundo e observar o tremular de suas pernas, Thomas ajoelhou-se e começou a chorar, sentindo um pouco de alívio e o peso da responsabilidade cair em suas costas. Sua melhor amiga estava morta e ele não pôde fazer nada.

- Não podemos nos amedrontar agora! - disse Vitor, colocando uma mão no ombro de Thomas - Vamos seguir em frente por eles!

Thomas, engolindo as mágoas, enxugou as lágrimas e, ao levantar-se, deparou-se com um lugar escuro, aparentemente interminável. Sentia como se estivesse caminhando sobre água, mesmo que não houvesse uma gota abaixo de seus pés.

- Eu confio em você! - Madu estava diante dele, naquele lugar imenso, sentada no chão escuro, enquanto uma pequena corrente de água passava por entre suas pernas - Parece que você ativou suas habilidades telepáticas!

- Madu! - Thomas gritou, correndo em direção à amiga, mas não conseguindo alcançá-la. Ela estava a cinco passos à frente, tão perto e ao mesmo tempo tão longe.

- Eu queria falar com você uma última vez! Quero que saiba que confiei em você até o último segundo da minha vida e continuo confiando! - Madu afastava-se cada vez mais.

O mundo não prometido: Além Dos MurosOnde histórias criam vida. Descubra agora