OiOi!
Sabadou?
Antes de mais nada, a capa deu uma pequena mudada de novo, para prestigiar mais um trabalho de uma @ talentosa que me enviou. Obrigada demais!<3
Depois, queria dizer que a minha vontade era postar amanhã para contribuir com o dia 27 do mundinho Rabia (contribuir médio, porque eu ando fazendo vocês sofrerem, né? enfim!), mas eu viajo amanhã e seria complicado, então estou antecipando.
Que mais?
Ah, sim, fiquei feliz que vocês gostaram do último capítulo e do Mimo. O retorno de vocês tem sido essencial ... E, ah, se vocês pudessem saber o quanto...
Foi um capítulo chatinho de escrever, por ser mais narração do que diálogo, mas ele é bastante necessário.
Leiam com paciência e otimismo, como vocês já estão tendo, que tudo se coloca no lugar.
Boa leitura!
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O som de passarinhos cantando foi o primeiro estímulo sensorial que ela teve naquela manhã.
E a cadência dos piadinhos não era desconhecida – porque em algum nível de sua consciência parecia mesmo que ela já tinha ouvido aquilo muitas e muitas vezes – mas não foi o suficiente para fazer a mente ainda saindo do estágio de dormência dar conta de situá-la.
Os olhos, por sua vez, ela até tentou abrir para adicionar mais um estímulo, mas a claridade lhe espancou e forçou o aperto defensivo das pálpebras.
Não precisou tentar de novo, porém, porque o que veio em seguida deu conta de muito: a essência que ela sentiu desprendendo do tecido de toque acetinado que encostava em seu rosto era absolutamente inconfundível...
Porque era o cheiro de Bianca!
Inconfundível e indomável, já que o efeito imediato de tê-lo reconhecido foi o gesto que ela já tinha incorporado, e que infelizmente ainda não tinha lhe abandonado.
E foi por isso que, de bruços, ela deslizou a mão no lado esquerdo da cama e, como vinha acontecendo nas últimas duas semanas, não encontrou nada.
Sem abrir os olhos, cogitou ter sofrido uma alucinação olfativa logo como primeira sacanagem do dia, mas inspirou fundo novamente e sentiu outra vez o mesmo aroma.
Sentiu tão intensamente que naquele momento as pálpebras antes intimidadas com a claridade se abriram quase reflexamente, sem qualquer receio. Com a visão liberada, a mente também despertou imediatamente e acompanhou a conclusão que, enfim, ordenou todos os sentidos.
Porque, sim, Rafaella estava mesmo deitada no lençol confortável de Bianca, nos travesseiros da cama dela, com o rosto voltado para a sacada onde, ela ainda lembrava bem, os passarinhos do bairro costumavam encontrar um lugarzinho para o canto matinal.
Ela entendeu isso, claro, mas teve dificuldades em decifrar o porquê estava ali, já que, depois de sentir o vazio na cama, a sensação seguinte que ela teve também era a mesma de todas as manhãs nas últimas duas semanas: a agonia do coração partido.
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Cinco Dias (RABIA)
Fiksi PenggemarQuando o isolamento não deixa outra alternativa a não ser dar vida ao que se tentou evitar e mascarar, mas que de fato tem força suficiente para mudar a nossa vida.