⊱⋅ ───── 𝒍𝒖𝒌𝒆 ───── ⋅⊰

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Peraí... pera, pera, minha cabeça dói, meus olhos estão pesados, não consigo respirar direito, meus ouvidos estão zumbindo, minha boca está com o gosto horrível daquele cachorro quente de 25 anos atrás e o vendedor acabou de me falar que eu acabei de tirar um cochilo depois de vomitar no sofá dele. Isso não pode ser real, não pode!

─ JULIE - grito o mais alto que consigo com meus pulmões cheios de ar - JULIE - mas parece que ainda é muito baixo, eu não consigo ouvir minha própria voz - JULIE - porque nada parece adiantar? - JULIE!

Derrepende sinto duas mãos nas minhas costas, me viro e vejo Alex. Certo. Alex. Me agarro ao Alex como se fosse minha vida. O meu Alex da minha banda Sunset Curve. NÃO. Julie and the Phantoms. A Sunset Curve desapareceu 25 anos atrás quando eu, o Alex e o Reggie morrem-

REGGIE! Cadê o Reggie? O Alex tá aqui, mas cadê o Reggie? Minha cabeça doi e tudo parece estar acontecendo rápido demais, eu não sei onde eu tô ou onde está meu amigo.

Me solto do Alex, olho pro lado e encontro o Reggie, o meu Reggie, meu amigo, meu baixista, minha única reação é agarrar os dois como se eles fossem tudo o que eu tivesse agora, e o meu maior medo é ter.

Fico nesse abraço por tempo o suficiente pra minha respiração acalmar e perceber: eu não sou o único sem entender a situação acontecendo ou tendo consequências físicas do que quer que seja que está acontecendo nesse momento. Agarro meus meninos com mais força. Seja a situação, eu tenho de ser quem eles confiam para entender a situação e fazer o que estiver ao meu alcance para eles se sentirem bem. Eu preciso guardar e suportar eles independente de qualquer coisa.

Sindo o Reggie se desprender do abraço, mas o Alex ainda se encontra em estado de choque, sem respirar direito e chorando no meu ombro. Aperto os dois com mais força.

─ Tudo vai ficar bem - digo sem muita confiança, porque eu não sabia se tudo ia ficar bem - tudo vai ficar bem, a gente se tem. Não importa o que aconteça, nós estamos juntos mais uma vez. Sempre estaremos - minha voz ganha mais confiança a medida que eu falo porque eu sei que é verdade e sempre foi. Não importa mais o que aconteça, nós três estaremos juntos. Nós morremos juntos, entramos em duas bandas juntos, tocamos no Orpheum juntos. Não há nada que nós não possamos fazer desde que estejamos juntos.

─ Eu não quero passar por tudo isso de novo, eu não quero encarar eles de novo, principalmente depois de saber como é viver sem isso - ouço Alex dizer ao meu ouvido em um tom desesperado

─ Como assim? Do que você tá falando? - pergunto, mas não preciso ouvir a resposta, olho pra parede e já sei onde estamos. Ou melhor, quando estamos. Tem um cartaz de procurado na parede no nome de Luke Patterson. Recém colocado. Meus pais estão procurando por mim. Nós estamos em 1995 novamente. Acabamos de comer um cachorro quente que nos matou.

𝒍𝒖𝒌𝒆 ⊱⋅ ──────────── ⋅⊰

─ Ok, meninos, é o seguinte. A gente vai tenta se teletransportar pra garagem, certo?

Depois de conseguia acalmar o Alex por não querer viver na casa dos pais homofobicos novamente e explicar pro Reggie que a gente voltou pra 1995, começamos os testes fantasmagóricos. Não atravessamos pessoas nem coisas. Mas a gente tocou a Julie ontem a noite. Essa pode ser a causa, né? Não ter conseguido minha guitarra quando eu desejei me faz ter o medo que a causa não seja essa. Além do mais, a Julie ainda nem nasceu.

─ No três - digo e olho pros meninos, que estão tão tensos quanto eu

─ Um - o Alex começa, eu consigo sentir o nervosismo em sua voz

─ Dois - O Reggie continua. Ele também tá nervoso, não sinto isso em sua voz, mas conheço o Reggie bem o suficiente pra saber que suas mãos não suam desse jeito

Back to the Future • au JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora