⊱⋅ ───── 𝒋𝒖𝒍𝒊𝒆 ───── ⋅⊰

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Carrie pediu um tempo e eu não faço questão, deito na cama e confiro a hora. São quase 23h30m. Amanhã tem aula. Apesar de saber que preciso dormir, não acho que vou conseguir. Preciso pensar em algo pra provar para a Flynn que eu não estou louca, preciso saber o que aconteceu com os meninos, preciso pensar em algo que traga os meninos de volta pro futuro... É sério, destino, universo, Deus ou o que quer que esteja regindo isso?

Ok, eu admito que sou um pouco viciada em de volta pro futuro, mas isso não significa que eu queria viver isso. Principalmente do lado que NÃO viaja no tempo. E nem pra eles voltarem pro mesmo momento que sumiram? É assim que funciona no filme. O Marty volta pro mesmo momento. Porque eu não pude ter meus meninos de volta? Eu teria acreditado se eles dissessem que voltaram no tempo, eu acredito em fantasmas mesmo. E não acreditava antes.

Porque precisava ser assim? Eu tive a melhor sensação do mundo podendo tocar nos meninos... No Luke. A maior felicidade que já senti desde que perdi minha mãe. Realizei o sonho da minha banda de de apresentar no Orpheum, toquei no Orpheum, meu pai estava lá, minha família estava lá, minha mãe estava lá. Eu revi o Luke hoje. Eu os vi tocando no Orpheum. E nossa, a Sunset Curve é fantástica. Todas as músicas que eles tocaram, tudo estava perfeito. E a minha mãe também estava lá.

Levanto e pego a dália que a minha mãe me deu no dia da apresentação. Sim, foi a minha mãe e ninguém nem nada vai mudar essa ideia da minha mente. Abraço a flor e tudo parece sumir por enquanto. Tenho certeza que tudo ficará bem, apesar de não saber como.

─ Mãe, me desculpa por não cuidar bem dos meninos - digo baixinho e quase a ouço sussurrar no meu ouvido "não é sua culpa, mi hija, não tinha como você saber", ou isso é só a minha mente querendo que ela esteja aqui? Não importa. A flor que a minha mãe me deu está nos meus braços. Ela está nos meus braços.

Tomo um susto quando ouço a porta do meu quarto abrir e me viro rapidamente na cama

─ Papa! - falo com uma mistura de alívio e decepção. Eu amo o meu pai, entendam. Mas adoraria ver mimha mãe ou um dos meus garotos passar por essa porta.

─ Mi hija. Passei para ver se você estava dormindo. E pelo visto não.

─ Minha cabeça estava um pouco agitada, mas a mamãe estava me ajudando - mostro a ele a dália em meus braços.

─ Algo que queira conversar?

─ Não, papa. É só saudade - mas não só da mamãe

─ Eu também sinto saudades da mamãe. E sinto que com você, ela teria muito mais facilidade com algumas coisas.

─ É? Tipo o que? - pergunto travessa arrancando um sorriso dos seus lábios

─ Quem sabe quando você crescer, eu te diga. Agora você já está abraçando sua mãe, que tal um abraço do seu papa pra ver se acalma a mente mais ainda?

Me sento na cama e abraço meu pai. E parece que mais uma vez ele está certo. Seu abraço me enche de paz.

─ A Rose sempre te amou e eu também, minha pequena garota. Nunca esqueça disso. - e penso em quando vi a minha mãe hoje. Não foi a melhor situação do mundo. Mas foi a minha mãe.

Dou um beijo na bochecha do papa, deito na cama e recebo um beijo na testa. Deixo a sensação de paz me invadir e fecho os olhos.

Back to the Future • au JukeOnde histórias criam vida. Descubra agora