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Obito:

Agora eu me encontrava com o loiro na minha frente. O mesmo estava com os cabelos presos em um rabo de cavalo, uma camiseta da escola totalmente amarrotada e perfumes misturados. Exatamente como ele estaria após uma foda rápida.

—Obito, por favor, volta pra mim. Eu errei, sei disso. Mas se me der uma chance, você sempre disse que o amor...

—Eu me lembro de anos atrás. Alguém me disse que eu deveria ter cuidado quando se trata de amor, eu tive. E você foi forte e eu não
Minha ilusão, meu erro. Eu fui descuidado, eu esqueci.

—Eu preciso te dizer que...

—Só cala a boca Deidara. Agora que tudo se foi, não há nada a dizer—mordi os lábios tentando segurar as lágrimas.

—Minha família te ama. Minha mãe ama quando você vai lá nos domingos e meu pai adora conversar contigo sobre sua vida. Minha tia ama cozinhar com você e...Eu te amo.

—Para de mentir, o que acha?—levantei o rosto, finalmente olhando em seus olhos—Você não me ama. Se me amasse...

—O que eu vou dizer pra minha família?!

—Diga a eles tudo o que eu sei agora. Grite isso de cima dos telhados. Escreva isso no horizonte. Tudo o que nós tínhamos se foi agora. Diga a eles que eu era feliz. E meu coração está partido. Todas as minhas cicatrizes estão abertas. Diga a eles que o que eu esperava seria...impossível.

—Vai mesmo fazer isso comigo?

—Vou.

Dias atuais

—Quanto tempo Ma boy—disse o loiro sorrindo sádico após pegarmos o telefone.

—Não se acostume com isso Deidara. Só vim aqui por ser extremamente necessário—engoli em seco segurando o envelope laranja em minhas mãos.

—O que está havendo?—ele perguntou coçando a barba por fazer que havia em seu rosto—Pelo visto você está preo...

—Sasori foi morto. Missão policial a duas semanas.

—C-c-como?—os olhos dele aguam—D-duas s-semanas?

—Não finja que não sabe de nada. Existe um registro dele anteontem. Me explique isso.

—O que traz no envelope?—ele apontou com o queixo.

—Provas.

—Como vai tia Tsunade?

—Não mude de assunto Deidara. Quem veio aqui no lugar do Sasori anteontem?

—Uma amante. Ela engravidou—soltei um riso sem graça.

—Você não muda né? Traiu uma vez, vai trair sempre. Deus, eu deveria ter ouvido Kakashi naquele cinema.

—Se você não tivesse ouvido Kakashi, nunca estaríamos nessa situação.

—E eu seria traído mais quantas vezes? Se eu não tivesse ouvido Kakashi, nunca seria feliz.

—O nome dela é Hinata Ackerman. Ela tem cabelos lisos, mas sempre estão com cachos na ponta. Ela trabalha na cafeteria dos Ackerman's. Te recomendo falar com ela, quem sabe você cuida da bosta que eu e ela fizemos.

—E por que ela usou o nome do Sasori?

—Porque senão não a deixariam entrar. Não a culpe, ela só queria me avisar sobre aquele pedaço de merda que está na barriga dela.

—A criança não tem culpa de ter um progenitor tão escroto. E eu tenho certeza que ela é uma boa pessoa.

—Então não dê bebida a ela.

—Você se aproveitou dela bêbada?? Por algum acaso você é retardado?

—Ela literalmente esfregou em mim—o sinal de que nosso tempo acabou ecoa—Eu nunca deixei e nunca deixarei de te amar Obito. Eu te amo. Até logo mais.

Me levantei da cadeira, decidido a encontrar aquela mulher. Apertava cada vez mais firme o envelope em minhas mãos enquanto acelerei o passo para chegar mais rápido na sala de Sakumo. Abri a porta bruscamente.

—Preciso que me levem em um lugar.

~//~

Deidara estava certo. Uma mulher com o crachá escrito "Hinata" estava servindo uma das mesas. Os Ackerman's eram extremamente tradicionais. O uniforme dela era uma camiseta social, calça e uma saia que parecia um avental. Nos cabelos, ela usava uma bandana, presa estilo anos 70 e usava óculos.

—Com licença—me aproximei dela—Hinata Ackerman? Sou Obito Uchiha.

—Perdão, mas eu te conheço?

—Você provavelmente conheceu meu ex-namorado, Deidara—ela me olhou com certa preocupação—Relaxa, fazem três anos que eu terminei com ele. Eu namoro outro cara agora. Eu...queria conversar com você sobre...sobre seu bebê—ela colocou a mão sobre a barriga e firmou a bandeja.

—Olha, Obito né?—assinto—Er...Eu tô trabalhando. Então, vou te passar meu número e qualquer dia a gente conversa sobre isso, pode ser?

—Claro, claro!—peguei meu celular e entreguei a ela—Pode colocar seu número.

—Nunca consegui falar sobre Deidara para alguém...Obrigada por me procurar. Até.

—Até—salvei o contato e caminhei até o carro, onde Kakashi me esperava de braços cruzados.

—Por que demorou?

—Nada não—fui entrar no carro, mas ele segurou a porta—Tá com ciúmes?

—Estou incomodado, é diferente—sorri sacana. Segurei suas mãos e subi devagar por seu braço, roçando a pele naquelas veias saltadas que eu amava, entrelaçando minhas mãos no pescoço dele.

—Incomodado com o que meu bem? Fui visitar uma mulher grávida, nada demais.

—Garoto, você quer levar uma surra?—me assusto e fecho a cara—Surra de beijos—o albino começa a dar beijos variados em todo o meu rosto, até finalizar com um beijo intenso, colando nossos abdômens e as costas dele no carro.

Puxei levemente os fios brancos de sua nuca, trazendo-o cada vez mais próximo até mim. Paramos o beijo por falta de ar, mas logo voltamos a nos beijar mais intensamente. Os lábios rosados do albino trilharam um caminho até meu pescoço, onde ele escondeu o rosto, não parando de beijar.

—Podemos ir a um motel? Meu pai está em casa e o seu está com Hashirama.

—E qual o problema do seu pai estar em casa?—perguntei confuso.

—Ele está com Henry.

—E?—parei um tempo para analisar a situação—Ah, claro. Eles podem estar se pegando?

—Talvez.

—Mas Henry não é casado?—Kakashi assentiu—Então...?

—Segundo papai, ele está terminando com a esposa.

—Então eu shippo.

—Eu também shippo—ele ergueu a cabeça, me dando outro selar de lábios.

OKOnde histórias criam vida. Descubra agora