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I know my good friends now they'll last
The same ones that stood by me when my daddy past

All I know is that we'll never really be alone
Cause we got a lot of love and a happy home

Obito:

Faziam duas semanas que o pai de Kakashi havia sido internado. Estávamos indo para o campeonato de basquete entre as escolas. Óbvio que ele queria ficar na cidade e cuidar do pai dele, mas depois de mil e uma promessas de Henry dizendo que Sakumo estaria bem e que ele ligaria quando acontecesse algo, eu convenci o albino de ir no campeonato. Ele me deu apenas uma condição.

Você vai comigo. Não quero nem desculpa.

Tentei negar, burlar as regras, dar várias desculpas mas ele não quis nem saber. E agora, estamos no avião para Nova York. O albino dormia em meu ombro enquanto eu lia "Orgulho e Preconceito". Era meu livro favorito desde os dez anos de idade, que foi quando Kakashi me deu de aniversário.

Kakashi está na janela, eu no meio e do meu lado, está Yamato. Por isso coloquei meus fones e não dar nenhuma oportunidade de que eu iria conversar com ele. Rin havia ido alguns dias antes por que iria de carro junto com Levi. Kurenai, Asuma e Guy estavam sentados nos três assentos ao nosso lado. Peguei meu celular para olhar a hora. Faltavam algumas horas para a previsão de chegada em Nova York.

—Ei, quer um pouco?

Fechei os olhos, tentando fingir não ter escutado Yamato e apertei a mão que segurava o braço de Kakashi. Sem querer, o fiz acordar.

—Te acordei amor?—perguntei olhando apaixonado a face do albino serena e um pouco amassada. Ainda assim, era linda.

—Tudo bem—ele se espreguiçou—O que está fazendo?

—Lendo—mostrei o livro. O Hatake sorriu e ouvimos um suspiro alto atrás de nós. Meu namorado logo fechou a cara e eu sabia que era porque Yamato suspirou. Ele voltou a se deitar em meu ombro.

—Deixa eu ler com você? Em que parte você está?—ele perguntou entrelaçando nossos braços.

—Na parte em que a Lizzie está lendo a carta que Mr. Darcy fez—ele assentiu devagar.

—Quando que a gente almoça?

—Alguns minutos—respondeu Yamato—Eu perguntei pra aeromoça.

—Hm. Será que meu pai está bem?—ele se questionou.

—Minha tia fez a cirurgia dele e disse que talvez ele não esteja bem. A placa quebrou no corpo dele, além de que ele a ambulância demorou a chegar. Provavelmente...

—Okay Yamato, cala a boca—disse percebendo que o albino estava a ponto de chorar. Ele apoiou o cotovelo no braço do banco e pousou seu queixo sobre sua mão. Me encostei nele, apoiando meu queixo em seu ombro—Não liga pra ele—sussurrei.

—Não ligo. Só odeio ele, isso é normal. Meu pai vai ficar bem, eu tenho certeza.

—Que bom—sorri.

—Obito, eu...—ele começa

—Almoço—a aeromoça nos entrega os pratos—O que querem beber?

—Duas cocas por favor—pedi.

—Também quero coca—disse Yamato.

—O que você ia dizer?—perguntei.

—Nada demais. Vamos comer—ele sorriu levemente.

—Itadakimasu

~//~

—Daqui a pouco eu entro em campo. Você vai ficar aonde?

—Primeira fileira, do lado da Rin—sorri passando meus braços por seu pescoço, percebendo que ele estava tenso—Só mais três dias e voltamos pra casa.

—E se...meu pai...

—Ele não vai. Aliás, ele te daria uns bons tapas por não estar concentrado no jogo, certo?

—Se o Henry ligar, você me tira do jogo na hora, okay?

—Tá bom. Agora vai lá e faz uma cesta pra mim—beijei sua testa, fazendo um carinho constante em suas orelhas. Ele me puxou pela cintura, colando nossos corpos e apoiou a testa em meu ombro—Você tem que ir amor.

—Não quero. Tá quentinho—rio, beijando sua bochecha e o deixando ficar poe mais alguns minutos.

Sua respiração lenta e calma acariciava minha pele. O albino continua tenso e eu não sabia o porquê.

—Obito, eu quero terminar.

Henry:

—Senhor Nohara, o paciente Hatake está chanando por você—caminhei rápido até o quarto de Sakumo, onde ele delirava, chamando meu nome.

—Henry, Henry, Henry...

—Estou aqui Sakumo. Pode falar—a enfermeira saiu da sala—Estamos sozinhos.

—Ka-kakashi...L-l-liz...

—Kakashi viajou, a Liz morreu...

—E-eu t-te a-amo H-henry...—olhei para o rosto pálido, que agora ficou sereno. Algumas lágrima escorrerram de meus olhos. Peguei meu celular para ligar para Obito.

—Henry?—a voz do moreno estava chorosa do outro lado da linha.

—Está tudo bem?

—S-sim, não se preocupe

—Avise Kakashi que—ele soluçou—Obito, me diga o que houve?

—Eu e ele...terminamos...

—Oh...—comprimi os lábios numa linha fina—Perdão...

—Não tem nada que se preocupar. O que eu tenho que avisar Kakashi?

—Sakumo deu uma delirada hoje, chamou por ele,  Liz e a mim. Mas ele está bem e disse que ama o Kakashi.

—Okay. Obrigada por avisar.

—Diga a Rin que eu a amo.

—Eu direi. Tchau—ele desligou e voltei a olhar para Sakumo.

O que eu teria feito se Sakumo não estivesse bem?

E se ele não tivesse sobrevivido?

Por que ele escolheu me salvar?

Por que eu não pude morrer?

Qual o propósito disso?

Antes que me desse conta, eu estava chorando novamente. Por que ele? Tudo teria sido tão mais fácil se eu nunca tivesse voltado pra casa. A Rin estava bem sem mim, ele também estava muito bem sem mim...E ainda tinha o Kakashi, que estava bem menos preocupado com o pai.

Automaticamente pensei em Obito. E no término dele com Kakashi. Eu não sabia o porquê, mas devia ser algo muito nada a ver. Não conheço muito deles, mas o olhar de apaixonada de Kakashi para Obito era algo que não tinha como negar. Ele se preocupava constantemente com o moreno, e pelo que minha filha me disse, o albino sempre cuidou dele, antes mesmo de começarem a namorar.

Em meio a estes pensamentos, adormeço, deitado sobre a barriga de Sakumo e segurando sua mão.

OKOnde histórias criam vida. Descubra agora