43

174 22 74
                                    

But you'll never be alone
I'll be with you from dusk 'till dawn
I'll be with you from dusk 'till dawn
Baby, I'm right here

Obito:

—Bom dia...—abri a janela do quarto do albino enquanto ele mantinha o rosto enterrado no travesseiro—Já escovou os dentes?

—Sim...

—Precisa comer alguma coisa. Toma, fiz misto quente.

—Não quero.

—Mas você tem que comer—entreguei o prato a ele e me sentei no chão ao lado da cama—Pelo menos um pouco.

Ele suspirou e encostou as costas na cabeceira, pegou o prato e começou a comer devagar.

—Não dormiu a noite de novo?—perguntou—Suas olheiras estão mais fundas. Não precisa se preocupar comigo, eu...

—Dormi um pouco. Relaxe, eu estou bem—menti. Kakashi não precisava saber que eu passava a noite acordado com medo de ele ter uma crise de pânico. Eu precisava ser forte. Por ele.

—Lembra de quando éramos pequenos e pensávamos que viveríamos felizes para sempre?

—O felizes para sempre não existe, nunca existiu.

—Eu acho que existe sim. Mas nem sempre é a felicidade que queremos—ficamos em silêncio. Apenas se ouvia os dentes do albino cortando o pão e mastigando lentamente.

Fiquei brincando com a aliança, que eu nunca havia tirado, enquanto ele terminava de comer e tomar um copo de suco. Sorri levemente ao ver o rosto dele corado quando eu disse que sempre cuidaria dele.

—Seus parentes chegam hoje. Vai tomar um banho e eu arrumo a casa.

—Toma banho...comigo?—ele perguntou de cabeça baixa.

—Tomo...Mas entra primeiro, vou levar essas coisas lá pra baixo—ele assentiu. Peguei o prato e o copo, levando para a cozinha. Quando subi, entrei no banheiro, onde o albino já estava dentro do box.

Retirei minhas roupas com cuidado e as joguei no cesto de roupas, antes de abrir o box e entrar nele. O Hatake estava de costas para mim.

—Esfrega minhas costas?—assenti, pegando a esponja com o sabonete e passei devagar nas costas dele, aproveitando cada segundo daquele momento. Eu e Kakashi estávamos separados a algumas semanas desde a confirmação da morte do pai dele. O corpo fora cremado e o velório seria mais tarde, naquele mesmo dia. Eu ainda não conseguia acreditar que Sakumo havia morrido. E provavelmente, Kakashi também não.

Virei o albino sistematicamente enquanto passava a esponja por seu peito, dando de cara com o rosto, inchado, vermelho e molhado. Os fios de cabelo estavam encharcados e caiam sobre sua testa.

Beijei sua bochecha delicadamente, antes de ficar na ponta do pé para abraçá-lo bem forte. Passei meus braços por seu pescoço e acariciei os cabelos que estavam na nuca, antes de sentir os braços do albino rodearem minha cintura. Senti algumas gotas caírem em meu ombro e não soube identificar se era o chuveiro ou lágrimas.

—Por que continua fazendo tanto por mim?—ele sussurrou em meu ouvido.

—Prometi não te deixar nunca—sussurrei de volta. Ele se afastou um pouco de mim, apenas para encostar sua testa com a minha.

OKOnde histórias criam vida. Descubra agora