《0.4》

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Pov's Demi

Aquela mulher era linda e estava me desconcertando inteira, a mulher nos deixou sozinha e ela me olhou estranho.

- No que posso ajudar? - Ela falou, me analisando inteira.

- Preciso conversar com você, posso entrar? - Falei mostrando o destintivo e ela deu espaço para que eu entrasse, me oferecendo lugar para sentar.

- No que posso ajudar?

- Preciso saber sobre sua prima, Lauren Jauregui.

- Não posso ajudar.

- Por que não?

- Não posso falar dela.

- Preciso da sua ajuda, estou tentando ajudar ela, aliás, minha irmã está tentando ajudar ela e precisamos de informações. - Ela se levantou e abriu a porta.

- Sinto muito, mas nisso não posso ajudar, bom dia. - Dei risada, levantei, fechei a porta e prensei ela na parede.

- Podemos fazer isso do jeito fácil ou difícil, porque não pode falar?

- Olha, meus tios são complicados. - Ela falou e começou a chorar. - Eles não gostam que falemos dela.

- Porque eles internaram ela?

- Eu tenho medo de ir parar lá também, eles internaram ela porque ela gosta de mulheres.

- E porque tem medo?

- Sou como a Lauren e eles que me criam, tenho medo de descobrirem que gosto de mulheres e me colocarem lá.

- Taylor, eu preciso da sua ajuda, queremos tirar ela de lá, ela está sofrendo muito.

- Eu não sei se posso ajudar, tenho medo.

- Eu posso proteger você, você pode ficar lá em casa enquanto resolvemos tudo. - Falei me afastando dela.

- Você tem visto a Lauren?

- Ainda não, só minha irmã que vê ela. Há quanto tempo você não vê ela?

- Desde quanto ela foi internada. - A jovem estava um pouco para baixo e assustada.

- Pode ir comigo então? Nos ajudar a descobrir melhor as coisas e cuidar da sua prima, vai ser bom ela ter alguém da família que a quer bem e por perto.

- Demi, as coisas são complexas.

- Você namora e não quer deixar a namorada? - Ela deu risada.

- Não é isso, meus tios são bem influentes, então podem nos achar fácil.

- Gatinha, prometo que não vão te machucar, só preciso de ajuda.

- Okay. - Ela falou e se virou, pegou algumas roupas, colocou em uma mochila, e colocou seu tênis.

- Você vai com esse short?

- Algum problema? - Nossa, eu só dava mancada.

- Não, nenhum! - Falei, ela deu risada e saímos do quarto dela. Ela foi andando na frente e eu não pude não olhar a bunda dela, eu tinha que agradecer a Ally por ter me mandado atrás dessa gostosa.

[...]

Pov's Ally

Eu estava angustiada essa manhã, Demi havia sumido em busca de notícias sobre Lauren e eu havia recebido um memorando pelo meu celular da equipe de Griffin, dizendo que hoje haveria tratamento e que eu poderia acompanhar. Eu estava em meu escritório lendo a matéria de uma fotógrafa, Paola Paredes, que descobriu diversas clínicas pelo mundo que ainda hoje tratam pessoas como lixo, faziam a tal cura gay por meio de retenção de alimentos, choques, lavagens cerebrais e os estupros corretivos. Eu não sabia se Lauren era ou não lésbica, mas os tratamentos absurdos que ela sofria se assemelhavam aos de correções de gênero, onde família religiosas e abastadas, pagavam clínicas para internar seus filhos e filhas para receberem a cura gay. Eu estava ali, sentada de frente para o meu computador, horrorizada com tudo que eu estava lendo, até que meu celular vibrou e era novamento o Griffin por SMS.

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