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DAHLIA

Na semana não acontecera nada de importante, exceto pelos inúmeros trabalhos que os professores nos passavam. Por estarmos no sétimo ano e logo termos que prestar os NIENS, os estudantes quase não tinham um minuto de folga. Sendo sempre perseguidos por enormes lições e muitas horas na biblioteca. Por sempre adiantar meus trabalhos e ter uma pequena mania de organização, minha rotina estava muito tranquila se comparada com a de Noah. Fora ele ser muito desorganizado e deixar tudo para a ultima hora ele ainda tinha os treinos de quadribol, que exigiam grande parte de seu tempo.

Hoje já é quarta-feira e, depois de aguentar uma deprimente aula do Professor Bins, eu percebi que não aguentaria passar o resto da semana nessa monotonia, então resolvi começar logo com as aulas de Avery, pelo menos terei algo para ocupar a mente. Escrevo um bilhete para ele me encontrar meia-noite na floresta proibida, no mesmo lugar que havíamos aparatado com eles da ultima vez. Nem me dou o trabalho de assinar. Não acho que ele seja um completo inútil. Vou para o corujal e procuro por sua coruja. Finalmente a acho e lhe prendo o bilhete.

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Já havia escurecido a muito tempo. Esperei as garotas do meu dormitório dormirem, para que eu finalmente pudesse sair. Me levanto da cama pego a bolsa preta que costumo colocar o capuz que uso como Nix , aproveito e adiciono um vestido preto qualquer, assim como uma bota que se encontrava do lado de minha cama. Vou andando em passos silenciosos em direção a porta do quarto. Quando minha mão toca a maçaneta, escuto a voz rouca e sonolenta de Narcisa:

—Você devia dormir, Farwley.—ela diz com os olhos fechados.

—Sem sono. —Dou de ombros e finalmente saio do quarto. Tomo muito cuidado em minha caminhada pelos corredores do castelo, só quando finalmente me encontro no fundo da floresta negra, é que resolvo me trocar com as roupas que trouxe. Visto cada uma o mais rápido possível, quando finalmente estou pronta. Olho para o relógio de bolso que sempre levo comigo e percebo que estou vinte minutos atrasada. Caminho em direção ao local combinado com Avery e, no meio da escuridão da floresta e do barulho das diversas criaturas que viviam nela, encontrei Nathaniel sentado no chão e com a varinha nas mãos.

—Que bom que você chegou na hora certa! —Digo me aproximando, já com o capuz escondendo meu rosto. Ele toma um susto quando falo e logo se põe em pé. E finalmente posso ver melhor seu rosto, que aparentava estar um pouco pálido, devido a baixa temperatura da floresta, ou talvez, por medo dos barulhos assustadores das criaturas que viviam nela. Por causa da pouca luz, não consegui observar direito seus olhos, mas podia jurar que havia raiva por baixo de seu medo. Ele parece um pouco nervoso quando novamente me vê sobre a capa. "Pelo menos alguém chegou na hora certa" Ele resmunga em sua própria mente e eu sorrio.

—Sabe que eu posso ouvir seus pensamentos, não sabe? —Ele se repreende com um resmungar inaudível e se curva de maneira engraçada.

—Desculpe, não foi minha intenção Senhorita. —ele murmura desajeitado e eu rio, o que o deixa confuso e estressado .

—Senhorita? Acho que você pode encontrar nomes melhores para me chamar.

—Então você não vai me punir ? —Pergunta confuso . Em toda a conversa, ele mantem um tom de arrogância na voz.

—Não, não irei.

Ele suspira aliviado , mas depois de um tempo em que o levo até onde acontecerá realmente o nosso treino ele eparece angustiado querendo dizer algo.

—Pode perguntar. —Digo para ele

—Por que não vai me punir?

—Você quer ser punido? —falo com um tom malicioso.

-O.. O que? Nã...não, claro que não- Arqueio as sobrancelhas, que ele não pode ver.- Quer dizer. Não foi isso que eu quis dizer. Eu.. Eu...  -Ele gagueja e eu preciso sorrir, talvez esses treinos não sejam uma total falta de tempo. Nate é e sempre foi um completo descarado, aparentemente não está sabendo como agir nesse momento, o que é bem divertido.

—Estou brincando com você. —Falo para impedi-lo de se humilhar mais, tentando se explicar.

—Por que? Não era pra você ser a professora chata, assustadora é antissocial?— Ele pergunta surpreso e desconfiado e eu tenho vontade de rir.

—Vamos passar alguns meses treinando juntos. É bom que tenhamos ao menos uma boa convivência. Fora quê, minha semana tem sido bem entediante, preciso atormentar alguém e, o papel de megera é bem cansativo. Mas isso não quer dizer que serei gentil com você nos treinos. E se você me irritar..... bem, é melhor ir pedindo ajuda a Merlin para isso não acontecer. —Continuo a andar na frente dele

—Para onde estamos indo?

—Nosso campo de treinamento a partir de Hoje. Os treinos serão sempre no mesmo local ,na mesma hora e no mesmo dia da semana. Não se atrase! —Ele parecia querer retrucar a ultima afirmação, mas eu falei antes -- Eu posso me atrasar! Você não. —Enfim ele ficou calado. No caminho, algumas raízes nos faziam tropeçar, mas finalmente chegamos em um enorme campo livre de árvores ou qualquer outra superfície disforme e elevada. O lugar era bastante iluminado pela lua oque me permitiu uma visão melhor de Nate, que possuía os cabelos todos bagunçados pelo vento e os olhos azuis observavam com prepotência o campo aberto.

-—Não me diga que vai me mandar correr? -Pergunta sarcástico.

—Talvez. —Deixo a dúvida no ar e vou até o centro do campo e ele me segue com um olhar amedrontado. -- Espero que saiba duelar. —Falo pegando minha varinha.

—Você quer que EU. duele com VOCÊ, no meu primeiro dia de treino? —Pergunta indignado

—Eu disse que não pegava leve. —Vejo ele parar, balançar a cabeça em negação e, depois abrir um lindo sorriso em minha direção.

—É, você disse. —Então ele fica de frente para mim, e nos preparamos para começar a duelar. Seus olhos azuis brilham em uma diversão perversa e, não acho que os meus estejam diferente.

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Verde e prataOnde histórias criam vida. Descubra agora