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DAHLIA

Minha cabeça doía e estava tudo escuro, conseguia escutar algumas vozes próximas à mim, mas eu não abri os olhos para confirmar. Meu corpo reclamava por talvez ter ficado muito tempo parada, me movi tentando achar uma posição mais confortável e quem sabe não deixar a inconsciência me tomar novamente com a esperança de realmente descansar, já que não era a primeira vez que eu recobrava brevemente o controle sobre o cansaço e conseguia discernir alguns barulhos e pensamentos próprios, mas eu sempre preferia voltar a dormir, na esperança de descansar corretamente sem a interferência de algum dementador nos meus sonhos. Um desejo de tolo ao que parece.

—Sei que está acordada, abra a poha dos olhos de uma vez. —ouço a voz de Noah ao meu lado e penso em apenas ignora-lo e deixar a escuridão me vencer. —Lia.—O modo raivoso que ele fala meu nome me fez desistir da tentativa de possuir mais algumas horas de uma falsa tranquilidade.

—Cale a maldita boca. —As minhas palavras soaram baixas demais, roucas demais o que me fez perguntar para mim mesma a quanto tempo eu estava desmaiada. Um bufar que mais parecer uma risada, ecoou do meu lado e uma mão áspera segurou a minha de modo carinhoso.

—Sempre tão carinhosa quando acorda. —Me obrigo a abrir meus olhos, mas a claridade é um maldito empecilho na minha tentativa e eu novamente os fecho com força; Então alguns sentimentos e sentidos começam a ser percebidos pelo meu corpo: sede, fome, cansaço, uma dor de cabeça enorme e, uma enorme vontade de vomitar; E é somente isso que me faz abrir os olhos de supetão e girar meu corpo para o lado afastando a mão de Noah da minha.

Começo a colocar a comida para fora, mesmo não me recordando da última coisa que comi, pois minha mente ainda está confusa. —Merda! —Vejo os pés de alguém se afastando em um pulo da onde eu estou vomitando, logo sinto mãos segurando meus cabelos e agradeço fortemente por isso.

Quando finalmente paro de vomitar, continuo esperando mais um tempo na mesma posição para ver se não viria mais nenhuma ânsia, quando percebo que não vomitarei mais me sentei de maneira desajeitada.

Observo rapidamente todo o espaço branco em minha volta, estou na enfermaria do colégio e vejo que á alguns outros leitos sendo usados. Respiro fundo , finalmente olhando para os olhos do meu irmão, que me observava com uma enorme preocupação.

—Você me assustou. —Noah confessa e eu me surpreendo. Ele não costuma demonstrar emoções dessa maneira, pode até brincar e fazer algumas piadas descontraídas. Mas é raro que Noah Flint peça desculpas, admita que sente algo realmente "forte" ou demonstre fraqueza, até mesmo para mim.

—Estou bem! —Ele nega com a cabeça, mas mesmo assim parece aliviado. Vejo olheiras próximo de seus olhos, sua pele está pálida e as roupas totalmente bagunçadas, quando olho para seus pés observo o enorme estrago que fiz em seus sapatos. —Me desculpe. —Diferente dele, não tenho nenhuma dificuldade em me desculpar ou admitir meus erros, por mais que meu orgulhos às vezes não concorde com tal ato.

—Temos muito o que conversar. —Concordo com a cabeça e lhe ofereço um sorriso amarelo , quase me sinto culpada por não tê-lo avisado que iria estar em uma prisão cercada de dementadores, os únicos seres do qual eu realmente sinto medo e que sempre me deixaram fraca. Ouço algumas sussurros vindo da maca à minha diagonal direita. —Eu juro que quase os matei.

De primeira eu não consegui entender direito, mas então, as cortinas da maca que eu escutava as vozes se abrem e um enorme grifinorio se aproxima rapidamente enquanto manca um lado do corpo,  uma preocupação lhe marcando o rosto, logo atrás dele vem mais dois rapazes.

Verde e prataOnde histórias criam vida. Descubra agora