Verde e prata

35-DUMBLEDORE

DAHLIA

Banheiro feminino era um ambiente sagrado, o espaço em que as garotas se escondiam, se arrumavam, fofocavam e planejavam seus atentados, e também, era palco das maiores confusões e entretenimentos.
Desde que comecei a andar com Narcisa e Belatrix esse passou a ser um lugar muito mais frequentado por mim, era até divertido se sentar na pia e começar a cantar com as garotas enquanto arrumávamos o cabelo ou alinhavamos nossos uniformes, mas hoje especificamente eu me sinto sufocada aqui dentro, mas não consigo sair.

Hoje de manhã Régulos veio me dizer que Dumbledore pediu para eu ir vê-lo em sua sala depois do almoço, isso se eu conseguir almoçar. Não vejo problema em conversar com o velho, não tenho medo ou algo do tipo, mas uma pequena angústia permanece.
Dumbledore tem um olhar reflexivo que é como se ele conhecesse todo o nosso ser ,e isso me dá raiva, porque tem muitas vezes que eu própria não me conheço, como um velho barbudo poderia? Ele já fez muitas atrocidades na vida e hoje em dia se dá o direito de julgar outras pessoa.

Nunca permaneci em uma sala sozinha com ele, nunca trocamos mais  palavras do que: "Boa noite, senhorita Farwley" "Boa noite, professor Dumbledore". A verdade é que eu fugia dele todos esses anos da mesma forma que ele fugia de mim. Mas agora a pouco mais de um mês de eu me formar em Hogwarts parece que as coisas não vão poder mais se adiar e teremos que conversar.
Mas pelo menos agora estou mais preparada, sei mais coisas sobre seu passado, mais coisas sobre o seu presente também, espero que isso me dê munição o suficiente para me proteger se necessário.

Por causa dessa "reunião" marcada, venho arrastando Bela pro banheiro sempre que posso, e fico alguns minutos me encarando no espelho e aproveitando para molhar meu rosto.  Enquanto a Black impacientemente me esperava.

Algumas outras meninas estão no banheiro também, mas elas apenas conversam entre si, um grupo de garotas da grifinoria entra pelas grandes portas, entre elas eu avisto cabelos ruivos brilhantes e fecho meus olhos com força, merda, eu não precisava disso pra melhorar o meu dia.

—Evans. — Belatrix grita animada. Ela com certeza já não aguentava mais me esperar e não poderia perder a oportunidade de implicar com  Lily, era algo que Belatrix se divertia fazendo. Nunca me importei, mas merda, a ruiva até que é legal.

Uma segundanista Lufana que estava do meu lado na pia tentava alcançar as torneiras, eu a impedi e sussurrei: —Va chamar o professor Slughorn, apenas ele. E o traga correndo.

—Mas esse é o banheiro feminino.

—Vá logo, garota! — Agradeci quando a menina saiu correndo do banheiro.

Bela vai até o grupo de meninas que tentam inutilmente se postar na frente da ruiva que empalidece um pouco. Lilian pode ser uma mulher muito inteligente e corajosa, mas Belatrix realmente havia atormentado a garota em nossos primeiros anos, mesmo tentando manter a cabeça erguida era possível notar o medo da grifana.

—Soube do seu pequeno acidente a algumas semanas atrás. Espero que esteja melhor. — apesar do tom ser doce, era arrepiante o modo como Bela arrudiava a ruiva. A morena pegou uma mecha de cabelo de Liliy a fazendo estremecer, eu não fui a única a perceber isso pois Belatrix gargalhou. —Esta com medo de mim, sangue ruim?

Todos observavam a cena, inclusive eu. Me sentia uma covarde por não intervir, mas por que eu faria isso? Não tenho nada a ver com o assunto, certo?
As amigas da grifana pegaram suas varinhas escondidas e eu fiz o mesmo prestando mais atenção nelas do que em Belatrix e Lilian. Mesmo não concordando com as ações da Black, se fosse necessário, eu iria protegê-la.