32- MENTE DESTRUTIVA

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Mashh tava muito ansiosa para escrever do ponto de vista de um dos meus personagens favoritos dessa história e um dos que eu mais gostei de fazer a construção. Espero que gostem de conhecer um pouco mais sobre a minha bebê psicopata. OBS: pode ter algo delicado de ler para algumas pessoas.

BELATRIX

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BELATRIX

Eu não conseguia gostar desse jardim, não conseguia gostar do excesso de cores nele, não gostava do modo como as flores pareciam tão vivas enquanto eu....

Engoli em seco e voltei a caminhar. Eu não deveria pensar nessas coisas, não deveria pensar sobre a beleza nas cores das flores ou o quanto era maravilhoso seu cheiro e a sensação de vida e felicidade que elas transbordavam. Eu não sou colorida, minha alma é negra. Eu não sou feliz, eu tive momentos de felicidade. Eu não estou viva, estou sobrevivendo sobre os sonhos dos outros.

As vezes eu achava que quanto mais eu me fechava para as pequenas belezas da vida, mais minha sanidade se esvaia. Todos possuem um escape da realidade, um porto seguro que lhe permite aguentar o peso do mundo com mais facilidade, que lhe permite aguentar perante toda a merda que é a vida; O meu era a pintura e a música, gostava de catalogar as cores, amava guardar imagens bonitas e momentos de felicidade para tentar reproduzi-los na tela mais tarde na esperança que a sensação boa jamais fosse embora. Infelizmente nem esse prazer eu possuía mais.

Quando eu era pequena, minha mãe se encantava com minhas artes e me incentivava com muito afinco. Narcisa também era boa, mas ela não possuía o talento que eu tinha e, principalmente, não tinha o amor que eu nutria pela pintura. Quando meus pais descobriram o que aquilo significava para mim, eles ficaram com uma enorme raiva, "Um Black não deve amar, principalmente algo tão inútil quanto isso. Seria uma vergonha para a nossa família", eles diziam. Então eu fui proibida de pegar em um pincel ou uma tela, mas eu não podia evitar, era como se fosse um chamado que eu recebia, eu ficava leve nos momentos em que deixava minhas mãos agirem, ás vezes nem sabia o que iria pintar e só descobria quando havia terminado.

Mas todas as vezes que eles descobriam que eu os desobedecia e continuava com minhas pinturas, eu passava horas e horas de joelhos na sala, chorando, gritando e implorando que meu pai parece com a tortura. As vezes ele me atingia com o cruciatuz, mexia na minha cabeça modificando uma parte de mim que eu costumava gostar "Você não é nada! Você é fraca! Você não ama! Você deve ser um monstro e monstros não amam. Você só possui o nome Black, sem isso não lhe resta nada" , ele repetiu isso até eu ter aprendido a oclumência e fosse capaz de impedi-lo, porque eu já não aguentava mais sua presença dentro de mim. Por não poder mais entrar na minha cabeça, ele passou a usar adagas para marcar minhas costas, mas ele não parara com a tortura psicológica: "Essa é minha arte e você jamais poderá ve-la" e mesmo se pudesse, não gostaria de ver. Sempre que isso acontecia eu ia correndo para o meu quarto, Narcisa chegava logo depois e cuidava das minhas costas, assim que ela terminava ela saia do quarto e era naquele momento que eu me permitia chorar e tentava lutar contra as palavras do meu pai na minha cabeça.

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