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Dahlia

O final de semana foi consideravelmente tranquilo. Pude conhecer um pouco mais sobre cada um do grupo, principalmente sobre Rég que nas últimas duas noites me fez companhia na madrugada. Sempre tive certa dificuldade para dormir, Noah que sempre foi um morto-sono, ainda assim ficava ao meu lado durante as noites em claro, mas com os inúmeros trabalhos e o cansaço que vem tendo, é só fechar os olhos e a coisinha dorme imediatamente. Régulos que também parece ter problemas com insônia, me conta com um brilho nos olhos suas histórias de infância sobre o sofá do salão comunal, enquanto todos estão no quarto.

No intervalo das aulas, fiz mais uma visita na sala precisa, imaginando meu quarto na mansão e tirando um pouco da saudade de casa. Meu tempo passou e tive que me dirigir para a próxima aula, defesa contra a arte das trevas. No meio do caminho senti um cheiro terrível, vinha de um dos corredores vazios, já que a maioria dos alunos já estavam em aula, ou se dirigiam a ela nos andares inferiores.

—Você! —Filtw, o zelador ranzinza acusou apontando em minha direção. Uma onda de fumaça verde exalava fedor ao seu redor, o que me fez dar alguns passos pra trás.

—Sua bruxinha, metida. Você jogou as bombas. —então jogaram bombas de bosta nele? Isso explica o cheiro ruim, mas talvez isso venha dele mesmo.

—Eu não fiz nada. Se me dá licença, eu tenho aula agora. —continuo a andar em direção as escadas.

—Você é a única perto da cena do crime, não pense que porque sua família tem dinheiro você não ficará de detenção. —O zelador tenta novamente se aproximar de mim, porém ando mais rápido.

—Eu não fiz nada, seu aborto de merda. Agora me dê licença, eu estou atrasada. —Não quero perder essa aula, que novamente será com a grifinória. Desde a briga na sala de poções, nunca mais falei com os marotos ou eles comigo, a aula de história da magia havia sido mais silenciosa do que o normal.

A porta da sala estava com uma fresta aberta, não havia mais ninguém nos corredores . Quando entro, todos os alunos estão de pé em uma fila. Consigo me postar na frente de Noah sem que o professor perceba meu atraso.

—Por que se atrasou? —ele sussurra atrás de mim

—Filtw acha que eu plantei algumas bombas de bosta pra brincar com a cara dele. —tento observar o que havia lá na frente.

—Bixo-papão. —Severo me responde sem eu realmente precisar perguntar.

—Lucius transformou o pai em um palhaço de circo.  —Nate se pôs ao meu lado ao falar com o sorriso no rosto.

—Jamais contém isso pra ele. —o Malfoy ciou para nós. Que rimos do desespero em sua voz.

Resolvi prestar atenção no medo que as outras pessoas tinham. Para Lily Evans, foi o desprezo de sua irmã. Para Bela, seu pai, o medo de Lupin, foi uma lua cheia. Nate, viu uma criança ser morta a sua frente, a bela menina com os olhos cheios de lágrimas.

Quando chegou minha vez, eu não sabia o que esperar. Fiquei de frente para o armário, com a varinha em mãos, tentando me preparar psicologicamente para sei lá o que me aguardasse.

A criatura se formou, decifrando meu medo em alguma imagem. O que eu vi, me roubou a respiração por um pequeno momento, eu via meu próprio reflexo, mas meus olhos estavam completamente vazios, como se eu não passasse de um casca sem nada na vida para me motivar, como se eu não tivesse mais ninguém, não tivesse nem a mim mesma. Tampei a visão da turma, não queria que ninguém me visse daquele jeito.

—Ridículos —apontei a varinha para o ser, que se transformou em um leão, com uma camiseta da sonserina , e balançando o bumbum, sua enorme cauda ricocheteou no rosto de Marlene, amiga da Evans. Antes de dar a língua  para a garota e voltar para o armário. Os sonserinos gargalharam da transformação do leão e a feição da garota. Até os grifinórios na sala tirarão sarro da situação. Remus Lupin, acabou soltando uma risada nasalada, o que lhe custou uma cotovelada do Potter.

Verde e prataOnde histórias criam vida. Descubra agora