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DULCE

Era incrível o efeito que Christopher tinha sobre mim. Quando comecei a faculdade, eu estava tão deprimida que nem me esforçava em conhecer as pessoas a minha volta. Entrava na sala muda e saia calada, copiava tudo o que era necessário, mesmo não entendendo quase nada e sem ter ânimo para aprender o que os professores ensinavam.

Há duas semanas as coisas mudaram completamente. Meu apetite voltou, conseguia dormir durante toda a noite, tinha vontade de cuidar de mim e de conhecer outras pessoas. Passei a ser mais simpática e extrovertida na faculdade e já tinha feito algumas amizades, que deixavam minhas manhãs mais animadas. Não estou dizendo que minha capacidade de ser feliz depende de Christopher, minha felicidade depende apenas de mim e tenho essa consciência, mas ele me dava forças para lutar e me apoiava em minhas batalhas. Só de saber que eu sairia da casa do meu pai e me libertaria dessa prisão, me deixava mais leve para viver.

Christopher trabalhava durante o dia inteiro e meu pai andava mais rigoroso com meus estudos e horários, então não conseguíamos nos ver com muita frequência, mas nos falávamos todos os dias. Eu passava horas pesquisando anúncios de apartamentos para alugar e enviava para ele, que ia visitá-los. Queria poder fazer isso com ele, mas estava respeitando todas as regras de meu pai, para que tudo fosse mais fácil e depressa.

Quando saí da faculdade, vi Christopher encostando em frente ao carro da mãe e abri um sorriso enorme, deixando de escutar tudo que Rodrigo dizia ao meu lado. Ignorando meu colega, corri em direção ao meu namorado, abraçando-o com força.

— Meu amor, que saudade que estava! — ele me apertou com força, enfiando o rosto em meu pescoço e aspirando meu cheiro.

— Também estava, minha pequena — beijou minha bochecha — Quem era aquele cara cheio de sorrisinhos para você?

Me afastei de Christopher, mantendo meus braços em torno de seu pescoço e dei de ombros.

— Rodrigo, um colega da minha turma — ele olhou por cima do meu ombro, provavelmente para onde Rodrigo estava e prendi o riso — Está com ciúmes, Uckermann?

— Tenho motivos para sentir ciúmes? — me olhou atentamente.

— Eu amo você, seu bobo! — colei meu corpo ao dele — Mas se você quiser deixar claro para todos que sou inteiramente sua, não me importo.

— É mesmo? — aproximou o rosto do meu, roçando nossos narizes — E como faço isso?

— Me beijando agora mesmo.

Christopher riu pelo nariz antes de beijar. Afundei minhas mãos em seu cabelo, puxando-o ainda mais para mim. Estava morrendo de saudades de sentir seu toque e meu coração estava explodindo de felicidade por estarmos fazendo isso sem esconder de ninguém. Poderia passar minha vida em seus braços, que não me importaria.

— Vim te buscar para conhecer um apartamento — disse quando nos afastamos ofegantes — A decisão final é inteiramente sua.

— Meu pai me deixou sair com você durante a semana?

— Deixou sim, mas não podemos demorar muito — bufei, encostando minha cabeça em seu peito e o senti acariciar meu cabelo lentamente — Não fica assim, isso já vai acabar, eu prometo.

— Eu sei, meu amor. É que sinto sua falta.

— Também sinto, acredite — beijou minha cabeça — Vamos?

— Vamos.

Durante o caminho, Christopher foi me contando sobre o trabalho, como as coisas eram diferentes da sede da empresa, mas o quanto estava empolgado. Confesso que eu morria de medo dele se arrepender de ter trocado de emprego daquele jeito por minha causa, mas tentava colocar em minha cabeça que ele era adulto e tomou suas decisões sozinho.

Em quarentenaOnde histórias criam vida. Descubra agora