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CHRISTOPHER

Quando Dulce me viu, sorriu amplamente e correu em minha direção, soltando a mala no caminho. Abri meus braços a tempo suficiente para segurá-la quando pulou em cima de mim, enroscando suas pernas em minha cintura e enfiando o rosto em meu pescoço.

Seu perfume me invadiu e a apertei em meus braços, enfiando o rosto em seu cabelo e aspirando seu cheiro. Fazia um ano que não nos víamos pessoalmente e eu estava morrendo de saudades.

— Senti sua falta, bebê! — disse em meu ouvido, me fazendo sorrir largamente.

— Também senti sua falta, pequena! — algumas pessoas nos olhavam sorrindo, outra nos reprendendo pela posição em que estávamos, mas eu não liguei. Queria mantê-la em meus braços pelo máximo de tempo que conseguisse.

— Acho que perdi minha mala no caminho — riu soltando-se de mim e a coloquei no chão. Dulce segurou carinhosamente meu rosto entre as mãos antes de apertar minhas bochechas com força, me fazendo esquivar dela — Você está ainda mais bonito com essa barba.

— Você também está linda, pirralha — provoquei fazendo-a rolar os olhos — Esse ruivo combinou com você, sempre foi uma pimentinha mesmo

— Você continua chato — resmungou. Eu peguei sua mala, que estava jogando a uns dois metros de distância e começamos a caminhar para fora do aeroporto — Nem acredito que estou aqui! Estou tão animada para conhecer a cidade e preciso fazer compras. Quero uma roupa bem bonita para ir ao show.

— Desde que não seja curta

— Ah, Chris, não começa... Já tenho dezoito anos e você não pode ficar dando uma de irmão ciumento a vida inteira. Vê se não pega no meu pé lá no show...

— Seu pai me encarregou de cuidar de você direitinho nesse show, então nem pense que vai sair das minhas vistas lá — Dulce me olhou com um sorriso cínico e a encarei o mais sério que pude.

— Quer dizer que você vai passar o show inteirinho sem ficar com nenhuma mulher?

— É completamente diferente. Eu tenho que cuidar de você.

— Você quem sabe, meu objetivo principal é assistir ao show, mas saiba que se eu não for ficar com ninguém, também não vou deixar você ficar, priminho — mordi o lábio inferior desviando os olhos e Dulce gargalhou.

Nem sempre fomos unidos assim, por causa da nossa diferença de idade, eu costumava implicar muito com ela quando éramos mais novos. As coisas mudaram quando sua mãe foi embora, deixando-a com tio Fernando, que era um homem extremamente rígido em relação a ela e que praticamente não a deixava sair de casa. Meu tio sempre gostou e confiou muito em mim, então Dulce acabava recorrendo a mim quando queria fazer algo.

Às vezes era extremamente chato acompanhá-la em seus programas, principalmente quando as amigas estavam envolvidas, era sempre um bando de pirralhas falando sobre atores do momento, mas à medida que ela foi crescendo as coisas mudaram. Dulce era divertida e muito inteligente, nossas conversas sempre fluíram muito bem. Ela ficou bem chateada quando aceitei a proposta de emprego em Los Angeles, ainda assim foi quem mais me apoiou em tudo.

— Cadê seu carro? — perguntou quando chegamos ao estacionamento e apontei o Mercedes Cabriolet vermelho— Uau! O emprego está mesmo dando certo, hein?

— Esse carro não é meu, não achei necessário comprar um aqui. O aluguei por essa semana, achei que você fosse gostar — guardei sua mala e entramos no carro. Dulce parecia um pouco confusa com o que eu disse, então apertei um botão no painel e a capota começou a descer. Ela arregalou os olhos e sua boca abriu levemente

Em quarentenaOnde histórias criam vida. Descubra agora