Gilda
Mesmo que Emma tenha dito que estava bem, e que conseguia falar, eu ainda estava preocupada com ela, ela estava tremendo um pouco e suando frio, eu seguro a sua mão com força o que parece tê-la acalmado um pouco, eu não queria ter que fazer ela falar sobre algo que ela quer esquecer, mas se o que aconteceu com ela acontecer com eles nos precisamos saber, já que podemos até mesmo ajudar quando eles voltarem. Eu espero que eles fiquem bem, e que as palavras da oficial Sparrow sejam verdadeiras, é isso que eu espero.- Não estamos te forçando Emma, pode se acalmar e seguir o seu ritmo, não tenha pressa. – Don sorri para Emma em tentativa de acalma-la, e parece funcionar.
Todos eles estão olhando para Emma, esperando-a falar, mas sem pressiona-la, seus olhares são gentis e compreensíveis, eles esperam ela falar, mas pacientemente.
- Bom... – Emma finalmente solta as suas primeiras palavras, mas dá uma pequena pausa antes de continuar – Quando eu... estava no terceiro andar... na verdade eu não me lembro de muita coisa, eu acho que estava deitada em uma cama ou algum tipo de maca, daquelas de hospital, eu estava sempre vendada e com alguma coisa na boca me impedindo de falar, eu ouvia vozes, vozes na minha cabeça e, também as vozes das pessoas que ficavam naquela sala, eles pareciam se divertir com a situação em que eu me encontrava.
- Você reconhecia alguma das vozes? – Pergunta Ray, e Emma apenas discorda balançando a cabeça – Alguma voz, se parecia com a voz da oficial Sparrow? – Emma que olhava para as suas pernas que estavam cruzadas em cima da cama tentando evitar olhares, rapidamente olhou para Ray e logo em seguida olhou para o teto de olhos fechados com uma expressão pensativa.
- ... Não, eu não me lembro, talvez sim, mas, eu não consigo ter certeza. Eles me impediam de pensar em muitas coisas que não fosse a dor.
- O que... o que quer dizer com isso Emma? – Olho para ela assustada, e apertando as suas mãos ainda mais fortes.
- Bom, eu não sei muito bem o que eles faziam, mas eu acho que eram... cortes com facas, e algumas vezes, eram coisas mais pontudas e finas como... agulhas. Tudo o que eu sentia era muita dor e, o sangue escorrendo pelo meu corpo. Eu estava com as pernas e os braços amarrados... eu me debatia e gritava, implorando para que eles parecem com aquilo, tudo o que eu queria era sair e ver vocês de novo, principalmente você. – Emma não aguentou e deixou escorrer lagrimas de seus olhos, mas mesmo com lagrimas em seus olhos ela olhou para mim e sorriu, eu não aguentei e comecei a chorar também, puxei ela para um abraço apertado, na tentativa de reconfortar, não somente ela, mas sim nos duas.
- Eu sei que... eu não quero nunca mais ir pra lá e passar por tudo aquilo de novo, e o que eu não desejo para mim eu não desejo para ninguém, espero que eles fiquem bem, e que o que a Sparrow disse seja verdade, espero que eles não sofram o que eu sofri. Espero que eles fiquem bem e voltem para cá sã e salvos. – Emma fala entre o choro e soltando alguns soluços, ele me apertava forte e escondia seu rosto em meu pescoço, e eu apenas a abraçava de volta e tentando conter meu choro.
- Emma, eu sinto muito, sinto muito por termos feito você se lembrar disso. – Norman veio até Emma e segurou em sua mão, ela se afastou um pouco de mim secando suas lagrimas.
- Não se preocupe eu estou bem! – Emma sorriu para Norman o que fez o mesmo sorrir de volta.
- Eu sei que o mais provável, é que eles passem pelo que a Emma passou, mas mesmo assim, eu prefiro acreditar que eles vão voltar sã e salvos, assim como a oficial disse. – Don fala colocando um leve sorriso em seu rosto, ele sabe que o pior pode acontecer, mas ele espera o melhor, assim como todos nós.
- Eu também Don, prefiro acreditar que eles três vão voltar a salvo. – Eu sorri para ele e ele sorri de volta.
O clima do quarto já não estava tão pesado e sombrio igual a antes, estava mais calmo, estávamos todos mais calmos.
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Bem vindo ao inferno
FanfictionDois amigos que depois acabam se tornando três, cada um com suas vidas pessoais uma mais complicada que a outra, mas tentando se ajudar ao máximo, e, como se isso não bastasse, em um piscar de olhos não somente suas vidas mas como a de todas as outr...