three

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— Você perdeu o juízo que te sobrava? Perdeu a educação que te demos?– meu pai gritava enquanto eu calada escutava o sermão, por incrível que pareça eu consegui finalmente fazer a proposta para Thomas Shelby mas ele falou para o meu pai porque minha ideia era arriscada. Mas eu precisava disso

— Ele não é seu amigo? Eu só pedi um favor.– cruzo meus braços e encosto na cadeira do pub, que estava vazio graças a Deus.

— Ele não é um amigo, nós tememos e ele por respeito, eles mantém o pub protegido e a nossa família também. E você não pediu um favor simples, o respondeu e ele não gostou.– ele diz nervoso andando de um lado para o outro, me levanto e seguro suas mãos fazendo ele parar.

— Pai, eu preciso disso, preciso sair desta cidade. Quero ir para Londres, quero trabalhar e vir ver vocês no feriados, quero dar um futuro bom para você, a mamãe e os gêmeos.– digo quase implorando — Eu só pedi uma instalação e um emprego lá, e ele disse que é fácil conseguir mas me deixei ir.

— Você não vai sair de perto da sua família, aqui é perigoso mas o mundo lá fora é mais ainda.– ele diz relutante, sinto meus olhos molhados e ele solta minhas mãos — Termine a limpeza, como castigo e depois vá pra casa.– ele pega seu casaco e sai do pub bravo e com razão, eu não deveria ter feito aquele pedido ao maldito Shelby.

Pego um pano molhado e começo a limpar as mesas sentindo minhas lágrimas molharem ainda mais meu rosto, começo a soluçar e encaro a parede a minha frente tentando me recuperar, escuto o barulho da porta abrindo e por um momento almejei que fosse meu pai e que ele possa ter mudado de ideia ao me ver chorar, ele costumava fazer meus caprichos ao ver minhas lágrimas, mas eu já não era tão pequena, e já não era tão feliz ao ver de novo o rosto de John Shelby. Ele me encarou enquanto eu não pude disfarçar o choro, me virei e continuei limpando a mesa.

— Se quiser beber algo pode pegar Sr Shelby.– digo com a voz um pouco falha, pela sombra vejo que ele não se move do lugar, estava parado com as mãos nos bolsos da calça.

— Está tudo bem?– ele pergunta, como se estivesse preocupado, jogo com força o pano em cima da mesa e me viro em direção a ele lentamente, eu senti minha raiva nas veias e não me importei com as palavras que sairiam da minha boca.

— Como se vocês se importassem com algum de nós, vocês Shelby's não se importam com ninguém além de vocês...– eu dizia caminhando até ficar cara a cara c ele — Exigem nossa lealdade mas não enxergam um palmo de seus narizes arrebitados, seu maldito...– paro de falar ao sentir a mão dele no meu pescoço, ele me encara com muita raiva, eu despertei um monstro. Mas eu estava brava com razão, e ele só se sentia irritado pelas minhas palavras — Vá em frente e mostre quem realmente é você Shelby. – provoco e ele encara minha boca e não me dá nem tempo de pensar antes de juntar com a minha, ele solta meu pescoço e segura minha nuca afim de aprofundar o beijo, que era tão doce, tão reconfortante que por um momento eu esqueci a raiva, a tristeza e tudo sujo ao meu redor para me concentrar no beijo de John. Segurei seu rosto e retribui o beijo lento que ele me deu, saboreando cada pedaço de sua boca macia, paramos o beijo por falta de ar e ainda nos encaramos por segundos até eu solta-lo e ver ele pegar o casaco todo desconsertado e sair correndo do pub. Toco meus lábios e reparo no que acabou de acontecer.

Eu gostei do beijo do Shelby.

Webelong    ✨John Shelby✨Onde histórias criam vida. Descubra agora