Webelong ✨John Shelby✨

thrirteen

A música estava alta no pub, e todos riam, bebiam e cantavam. Lembro de uma época em que Thomas havia proibido a música, o lugar era sem cor e sem brilho mas agora todos pareciam iluminados.

— Lembra quando você subia nas mesas e cantava para as pessoas?– um velho amigo do meu pai disse e eu sorri

— Porque não canta aquela cantiga que escreveu querida?– meu pai pergunta e a vergonha me atinge

— Ninguém quer me escutar cantar papai.– digo com vergonha

— Senhoras e senhores!– o amigo do meu pai grita e a música e a conversa param — A senhorita River vai cantar uma cantiga para nós.– ele pega em minha mão e me ajuda subir em uma cadeira e todos batem palmas e ficam em silêncio me esperando começar.

— Are you going to Scarborough Fair?
Parsley, sage, rosemary and thyme
Remember me to one who lives there
For once he was a true love of mine... – vejo os irmãos Shelby entrar no pub, John me encara assustado e Thomas curioso — Tell him to make me a cambric shirt
Parsley, sage, rosemary and thyme
Without no seam nor fine needlework
And he shall be the true love of mine... Tell him to wash it in yonder dry
Parsley, sage, rosemary and thyme
Where water sprung and rain never fell
And he shall be the true love of mine. – termino e escuto as palmas de todos ali, até de Thomas e Arthur, mas John continuou com as mãos dentro dos bolsos da calça, mordendo o palito na boca e sério.

Desci da cadeira com ajuda do amigo de meu pai e fui para atrás do balcão, os irmãos Shelby entraram na salinha deles e eu me servi de xarope, depois de um tempo ali conversando com as pessoas decidi sair e tomar um ar. Me encostei na parede do pub e fiquei olhando a rua escura, ainda dava pra escutar o barulho lá dentro, escutei passos e vi um homem se aproximar de mim, eu tinha visto ele dentro do pub então não pensei que seria ameaça.

— Sua voz é muito linda.– pelo tom de voz arrastada ele estava bêbado. Resolvi não responder, ele poderia ir embora se eu ignorar — Parece um lindo rouxinol, cantando... Merecia estar presa em uma gaiola – ele diz a última parte baixa e sério — Tem rumores dizendo que você é amante do Thomas Shelby, então quer dizer que você é boa no que faz...– ele diz se aproximando, e segura meu corpo.

— Para! Se afasta!– ele começa a beijar meu pescoço e segura firme meu corpo — SOCORRO!– grito e ele tapa minha boca, levanto meu joelho e dou um chute nas bolas dele, o mesmo se contorce e cai no chão, no mesmo momento Thomas sai do pub fumando um cigarro e vê o ocorrido, ele corre até mim e segura meu rosto

— Está tudo bem? Ele te machucou?– ele analisa meu rosto vendo se tem algum ferimento

— Eu estou bem, sei me defender.– tiro as mãos dele de mim. — É só um bêbado.

— A regra aqui é ninguém tocar em você.– ele diz isso e tira a arma do coldre e no mesmo momento da um tiro na cabeça do homem, vejo o sangue jorrar e sinto meus olhos lacrimejando, ele matou um homem na minha frente. Coloquei as mãos na boca e senti as primeiras lágrimas descerem.

— Tommy!– escuto a voz de John e ele chega perto de nós e analisa a situação.

— Leva a Bella pra dentro.– Thomas manda e John segura meus braços e começa a me arrastar pra dentro do pub, eu não sabia o que fazer ou falar. John nos colocou dentro do escritório do pub e fechou a porta.

— Ele matou um homem, na minha frente.– dizer em voz alta foi mais perturbador ainda, minha mente estava repetindo

— Você está bem? O homem te machucou?– sentei na cadeira e comecei a limpar meu rosto — Se ele te fez algo eu juro...

— Vai fazer o que? Matar ele? Seu irmão já fez isso.– quase gritei

— Eu sei que está assustada, é a primeira vez que vê isso...

— Eu não estou assustada John, eu estou explodindo de raiva. Quem te deu o direito de dar uma casa para os meus pais? Eu e minha família não somos propriedade dos Peaky Blinders!– grito e me aproximo dele — Eu vou tirar minha família daqui, desse buraco, e não quero nunca mais ouvir falar de você e nem dos seus irmãos.

— Você deveria ser grata! Estamos ajudando você, o Thomas ajudou te dando um lugar pra ficar e um emprego, mas isso é explicado porque ele gosta de você!– ele joga na minha cara nervoso

— Thomas não fez isso porque gosta de mim, ele fez isso porque...– percebi que iria falar demais e paro

— Porque? Porque Thomas vem ajudando você e sua família?– ele fica desesperado pra saber e segura meus braços me chacoalhando — Me fala a verdade Arabella.

— Eu não posso!– olho no fundo dos olhos dele e espero que ele veja minha sinceridade

— Ele pode te ajudar e eu não? Se não me disser o porquê eu nunca vou acreditar nos seus sentimentos por mim, Thomas te fez algo não fez?– ele estava louco.

— John ele não fez nada comigo.– eu disse sendo carinhosa, precisava contornar a situação para o Thomas não me matar — Eu juro que não é nada, ele só tem consideração pela minha família – coloco as duas mãos no rosto dele e aproximo do meu — Eu não consigo mais ficar longe de você, vamos parar de brigar?

— A dois minutos você estava explodindo de raiva.– ele diz e nossos rostos estavam bem próximos,ele estava caindo.

— É a saudade que faz isso.– ele sorri e segura meu rosto me dando o melhor de seus beijos, lentamente ele saboreia minha boca e eu aproveito para matar a saudade que eu estava. Não menti em nenhum momento, eu não esqueço John desde nosso primeiro beijo, nossa noite não saia da minha cabeça. As mãos dele me seguravam como se eu fosse escapar a qualquer momento, e não conseguimos nos desgrudar.

— Vamos para a minha casa?– ele pergunta e eu queria resistir.

— Tenho que sair escondida, meu pai não pode nos ver juntos.– ele ri

— Que isso, seu pai me adora.– ele me dá alguns selinhos e eu sorrio

— Ele te adora porque não sabe que você fez amor com a filhinha dele.– ele segura meu pescoço de leve e ri

— Eu fodi a filhinha dele.– ele diz com a voz rouca e eu me derreto toda, sinto minha calcinha enxarcada só de ouvir ele falar assim. Ele desce os beijos para meu pescoço e suspira pesado — Eu preciso de você de novo Bella.

— Então vamos antes que meu pai nos pegue aqui.– ele me beija mais uma vez e abre a porta do escritório, saímos pelos fundos e ele colocou seu casaco pesado em cima de mim para ninguém me ver.