nineteen

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Leiam escutando alguma música muito triste.
Recomendação:( Can i - Tedy)

Sai do quarto de Thomas antes que o dia nascesse, arrumei minhas coisas e resolvi que era melhor ir embora e deixar a família Shelby por alguns dias, precisava espairecer. Tirei meu anel do dedo e deixei perto da cama onde John estava dormindo, ele vai entender quando acordar. Talvez ele lembre da traição dele ou não, mas Thomas me prometeu que nossa noite juntos será um segredo. Pedi ao motorista dele que me deixasse na casa de meus pais e ele atendeu meu pedido, e assim que eu cheguei corri para o colo da minha mãe para chorar.

— Vai passar querida, vai passar.– ela dizia e acariciava meus cabelos, mesmo sem saber o que deveria passar

Eu devia seguir meus instintos, os Shelby são uma maldição, a minha maldição. E não demorou muito até que John recordasse seus sentidos e viesse atrás de mim, meu pai atendeu a porta depois de duas batidas estrondosas.

— O que quer senhor Shelby?– meu pai perguntou sendo completamente rude

— Eu preciso falar com a sua filha.– ele diz e entra sem permissão na casa

— Não pode entrar assim!– meu pai eleva a voz e apareço bem no momento em que John aponta a arma para ele, ele estava nervoso e me encarou com raiva

— Eu posso fazer o que eu quiser porque eu sou um Shelby.– ele diz isso olhando para mim — Eu quero falar com a Arabella.

— Ela não quer se casar com você.– meu pai diz com as mãos em rendição, ele estava tentando ficar calmo.

— Eu quero falar com ela porra!– ele grita chacoalhando a arma na cara do meu pai, e isso me causa medo, ele parecia tão louco que poderia tirar minha família de mim.

— Eu vou falar com ele pai.– digo e meu pai me olha temendo pela minha vida

— Filha,não...– ele tenta argumentar

— John abaixa essa arma.– peço e ele exita mas a abaixa, vou até ele e o empurro para fora da casa e bato a porta atrás de mim. Ele anda de um lado para o outro na calçada. — O que você quer?

— O que eu quero? Porra o que eu quero?– ele pergunta gritando de indignação, e solta um riso sarcástico — Você deixou o seu anel de compromisso, sumiu do nada. Porra Arabella eu quero a merda de uma explicação.– ele argumentava e apontava a arma na minha direção, ainda bem que tinha pouca gente na rua. Foi minha vez de soltar um riso irônico.

— Você não se lembra de nada do que fez ontem?– pergunto indignada e rindo

— Eu sai para beber com Arthur e Michael, e me lembro de acordar hoje de manhã e ver a porra do seu anel.– ele o tira do bolso e me mostra — Coloca ele.– cruzo meus braços — Arabella não complica as coisas.

— Acabou John.– ele sorriu de novo, mas dessa vez com um olhar maldoso

— Como é?– ele pergunta nervoso

— É o que você ouviu, acabou tudo entre nós. Na verdade nunca existiu um nós...

— Existe, existe um nós.– ele fala por cima e se controla — Coloca a aliança, a gente não vai mais discutir.– ele oferece de novo e eu gargalho — Você é minha Arabella.

— Eu não sou um objeto para ser sua! Até o final do mês faço meus pais devolverem sua casa e vamos embora, eu não quero nunca mais te ver na minha frente!– grito a última parte — Ficar com você vai me destruir ainda mais...– sinto meu rosto molhado e percebo que tinha começado a chorar — Você é a minha maldição John Shelby.

— Não posso deixar isso acontecer, isso não vai acontecer...– só tinha uma saída, John não me deixaria mesmo em paz a menos que eu dissesse a verdade.

— Eu transei com o Thomas.– solto de uma vez e vejo seu olhar ficar escuro, a partir daquele momento não havia mais o John que eu conhecia na minha frente

— É mentira, tá dizendo isso pra mim te deixar em paz.– ele diz mais para si mesmo

— Eu queria que fosse mentira, pode perguntar pra ele ou pra qualquer empregado da casa que tenha ouvido meus gemidos de madrugada, enquanto você estava desmaiado de bêbado no quarto, exausto porque a Lizzie te deu muito prazer...– digo o nome dela com um nó na garganta, vejo a cara de espanto e arrependimento dele — Então volta pro bordel de onde você saiu ontem e aproveita sua vida de solteiro John, eu não quero te ver nunca mais. – sem esperar uma resposta abro a porta de casa e entro a batendo em seguida, me encosto nela e deslizo até o chão chorando, meus pais que provavelmente escutaram toda a discussão me encaravam atentos e poderiam até estar decepcionados, mas agora sabiam toda a verdade, e envés de me castigar se sentaram ao meu lado no chão, um de cada lado e eu senti o abraço dos dois enquanto soluçava quase sem ar.

Webelong    ✨John Shelby✨Onde histórias criam vida. Descubra agora