✨ bônus ✨

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A garoa fina caia e eu sentia ela bater no meu rosto como estilhaços de vidro, estava doendo muito e eu não sabia se chorava e gritava ou se mantinha os cavalos correndo. A cada solavanco do caminho eu sentia mais dor, o bebê precisava vir ao mundo e eu precisava de proteção. A mais ou menos um mês uma família italiana iniciou uma guerra de vingança com os Shelby, Thomas era o maior culpado e não pudemos contestar. Eu e John que estávamos morando na nossa nova casa em Londres tivemos que voltar a Birmingham como todos os outros familiares, eu andava com escoltas mas eles acabaram me achando, minha bolsa estourou enquanto eu estava sendo atacada. Atiraram nos meus dois seguranças, e agora estavam atrás de mim com cavalos.

Escutei o barulho de um tiro e ouvir o relinchar do cavalo que caiu e fez a carroça perder o controle e bater na árvore, imediatamente corri pra dentro e peguei a arma que estava lá, meu choro estava agudo, tentei falar minha boca e ficar quieta porque eles pensariam que eu estaria morta mas escutei os passos deles se aproximando e mirei pela pequena janela e atirei nem ver onde iria acertar, escutei o grito de um deles e o outro começou a atirar, soltei alguns gritos e me deitei no chão, as contrações aumentavam cada vez mais. Eu tirei forças de onde não tinha pra levantar de novo e consegui ver pela janelinha que um deles estava caído com um tiro na perna, mirei nele e atirei mais duas vezes e o vi morrer, o outro estava quase entrando na carroça e rapidamente eu comecei a atirar e descarreguei tudo nele, soltei outro grito ao sentir a contração mais forte, o suor já tinha se misturado com as lágrimas, poderiam ter mais deles por perto. Se passaram alguns minutos até que eu escutei mais passos, peguei uma pistola que estava perto e apontei para a entrada da carroça esperando outro italiano e quando o cara apareceu eu atirei sem ver.

— BELLA SOU EU.– John gritou e eu soltei a arma e o esperei entrar, senti um alívio tão grande que as lágrimas tomaram mais intensidade, ele veio até mim e conferiu se eu estava ferida.

— Eles estavam atrás ... John eles tentaram me matar...– eu soluçava

— Precisamos sair daqui.– ele diz e tenta me levantar mas eu sinto mais dor e grito, aperto o braço dele e ele faz uma cara de dor

— Eu não consigo... John ele tá nascendo.– não conseguia controlar o choro

— Calma, está tudo bem. Thomas está vindo com mais homens, vamos ter que esperar e deixar o bebê nascer aqui.– ele parecia desesperado — Eu não sei o que fazer, amor me desculpa... Me desculpa te fazer passar por isso...– ele diz se sentando atrás de mim e apoiando meu corpo, ele beija minha cabeça e coloca as mãos na minha barriga enorme — Ele já deve estar saindo, precisamos fazer força amor, tudo bem?– assenti e ele começou a empurrar minha barriga, enquanto eu gritava e fazia força — Calma, respira amor.

— EU TÔ RESPIRANDO SEU IDIOTA.– grito com raiva e faço força ao sentir outra contração, aperto mais o braço de John e ele grita também. Sinto uma contação forte seguida e faço mais força ainda e aí sinto o bebê sair de mim, o pego com as mãos e desenrolo o cordão do corpo dele, John pega um canivete e corta o cordão, nós dois choramos ao ver o rostinho do nosso menino.

— É um meninão.– o choro do bebê estava estridente, então eu enrolei ele em alguns panos e o limpei como pude, coloquei o seio na boca dele e enquanto eu amamentava John saiu e viu se estava tudo tranquilo. Ele voltou minutos depois e se sentou ao meu lado e acariciou a cabeça do bebê. — Roubou meu brinquedo garoto!

— Olha amor ele é igualzinho a você.– digo sorrindo e analisando o rostinho do meu pequeno — O narizinho, a boca... eu carrego uma criança por nove meses pra ele sair uma cópia do pai.– digo indignada

— Mas ele tem a força e a teimosia da mãe.– ele diz rindo, ficamos um tempo babando no bebê até ouvirmos os carros parando do lado de fora. — É o Tommy.– ele se levanta e sai pra fora, ele conversa um pouco e depois entra pra me buscar — Consegue se levantar? – assinto e entrego meu pacotinho para ele, assim que ele sai eu puxo pelo cordão minha placenta e ela sai facilmente, arrumo meu vestido como posso e saio com dificuldade da carroça. Do lado de fora tinha pelo menos cinco carros, todos Peaky Blinders, John me levou até um dos carros e nós partimos para o hospital.

Acordei ao sentir uma presença diferente no quarto, Thomas estava a minha frente me vendo dormir e eu levei um susto, olhei ao redor e nem John nem o bebê estavam.

— Não precisa ficar com medo de mim sempre.– ele diz calmo e se encosta na cadeira

— Você me deu motivos para isso.– apoio as mãos na cama e levanto meu corpo até ficar sentada — Onde está o meu filho?

— Está ali fora com o john.– ele diz e acende um cigarro — Eu queria pedir perdão pelo ocorrido e dizer que a partir de hoje a sua segurança não vai falhar mais...

— A partir de hoje você poderia ser homem e resolver seus problemas logo.– digo com raiva

— Se algo acontecesse com você ou meu sobrinho eu me mataria Bella.– vejo sinceridade em seu olhar e suspiro fundo — Eu vou fazer tudo o que posso pra me desculpar por tudo o que eu fiz.

— Tudo bem Thomas.– sorrio fraco e seguro sua mão — Nós somos família querendo ou não, e John está tão feliz mesmo passando por um guerra.

— Qual vai ser o nome do bebê?– foi tão corrido que eu nem pensei nisso, sorri lembrando da previsão da tia Polly.

— Tia Polly disse que deveria ser Jason.– ele ri também e nós vemos todos entrarem na sala, John segurava nosso bebê no colo e veio até mim na cama, ele me deu um beijo e me entregou o bebê que começou a chorar.

— Incrível como ele é a cara do pai.– Ada comenta rindo

— Eu ainda vou sofrer com isso.– digo fazendo graça

— Não se preocupem ainda vão ter mais dois iguaizinhos a ele.– tia Polly diz tratando o cigarro dela e nós olhamos espantados para ela

— Como sabe que vou ter mais dois meninos?– pergunto já com medo

— Ora, eu sou Polly Gray.– ela diz indignada e nós rimos.

Webelong    ✨John Shelby✨Onde histórias criam vida. Descubra agora