28. OLMO

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Olmo não era um sobrenome de peso para Lionel , mas era um sobrenome que compartilhava com sua esposa , criando um vinculo entre ambos, ele sempre tivera esse sobrenome, mas não era igual o de sua mãe, tão pouco ao de seu avô, mas sabia que era de seu pai , não sabia o porque , mais aquela indagação fez recordar daquele detalhe, dentro de tantos outros detalhes relevantes.

Lionel  sentia—se encurralado por sua esposa, não sabia se seu discernimento que estava demasiadamente afetado para contestar ou se ela que realmente tinha razão em suas palavras , mas uma coisa estava cBella em seu interior, contar aquela história não era de seu agrado , não era um conto que seus lábios seriam capazes de proferir facilmente , tão pouco algo que queria .

Aquela dúvida, onde não sabia se cedia ao seu desagrado e ganas de manter seu passado em segredo ou se seguia o conselho lógico de sua esposa, o fez sentir necessidade de inspirar profundamente o ar , coisa que fez com tanta força que gerou a necessidade de expira—lo pela boca, como se estivesse proferindo um suspiro de impaciência .

Com o olhar contrariado levantou sua cabeça, voltando a fitar a figura feminina de sua bela esposa, uma mulher que o desequilibrava e surpreendia nos momentos mais inapropriados ou seria nos mais apropriados? Realmente ele não sabia , a única coisa que tinha certeza era que aquela situação seria mais fácil se tal indagação inoportuna houvesse surgido em meio a uma discussão, pois facilmente ele se livraria daquele assunto com a velha desculpa '' não é de sua conta'' .

Contudo infelizmente não era assim, mesmo sentindo certo nervosismo tomar seu corpo com a mera cogitação de contar e  recordar sua longa história, sabia que seria mais fácil proferi—la naquele momento em que pouca ou nenhuma intimidade emocional tinha com aquela mulher , facilitando digerir o gosto amargo de uma possível rejeição ou aumento do asco que Olívia já havia alegado sentir por ele.

—Está bem – murmurou, chacoalhando levemente em um sinal positivo sua cabeça, semicerrando suas pálpebras e arqueando ambas as sobrancelhas rapidamente .

Os olhos castanhos de Olívia se abrandaram, como se sumisse a necessidade de ter razão e persuasão para por fim saber a verdade que tanto aguçava sua curiosidade , não temia o que estava preste a ouvir, pois realmente já havia presenciado o pior daquele homem, nada a espantaria, como era de desejo de Bella. 

Para o alivio de Lionel  um barulho ecoou pelo quarto, era um som que seu ouvido estava habituado, era alguém batendo na porta, deu graças pela primeira vez por aquela interrupção , afinal tardaria o inicio de sua história , sem mencionar que daria tempo para talvez reconsiderar ou recordar fatos que preferia esconder em um lugar esquecido de sua mente.

—Pode entrar – ordenou Lionel , pela primeira vez encontrando uma expressão de desgosto na face de sua esposa por uma interrupção.

—Trouxe seu jantar—anunciou Olga abrindo a portar, enquanto na outra mão segurava a bandeja.

—Deixa eu te ajudar—prontificou—se a senhora Olmo, segurando a bandeja em suas mãos.

—Não era necessário Olga – reclamou Lionel , incomodado com tamanhos cuidados e atenção.

—Era sim – respondeu prontamente a governanta—Não pode abusar – completou esboçando um suave sorriso – Vai comer agora senhora? – indagou fitando Olívia

—Depois eu desço para comer – respondeu suavemente

—Com licença – proferiu Olga se retirando .

—Melhor deitar—se – sugeriu  Olívia, segurando a bandeja e fitando Lionel

Contrariado, algo que deixou evidente em sua expressão, Lionel  deitou—se sobre o leito, ajeitando habilmente os travesseiros em suas costas, ficando sentado , logo vendo Olívia pousar as pernas de madeira da bandeja em volta de suas coxas, deixando na altura de seu tronco aquela apetitosa refeição, que apenas pelo aroma já aguçava seu paladar e despertava sua fome .

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