32. DIA SEGUINTE

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Subitamente Lionel  abriu suas pálpebras, logo as obrigando fechar devido certa claridade que atravessava as cortinas que ficavam em frente as janelas e a porta de vidro do quarto; em um piscar demorado , sem muita pressa voltou a abrir suas pálpebras , tragando a saliva amarga em sua boca, soltou um longo bocejo .

Lentamente levou sua mirada até a mulher que dormia profundamente entre seus braços, foi inevitável não esboçar um suave sorriso ao fitar aquela face angelical, com uma expressão serena , como se estivesse distante .

Era incrível, inexplicável, mas despertar com aquela mulher que pela primeira vez passava toda a noite em seus braços curava todos seus males e enfermidades, nada doía, apenas uma súbita e incontrolável felicidade consumia seu interior, lhe dando vontade de passar todo o dia sorrindo como um tolo .

Lionel  a amava, jamais havia negado esse sentimento, indiscutivelmente a amava, desejava, queria e necessitava , aquela mulher que um dia havia cruzado seu caminho havia se tornado indispensável para sua vida, desde que houvera pousado seus olhos nela, naquela noite gélida, em que lhe salvou a vida, um momento que apesar de tudo jamais se arrependeria .

Apesar das mentiras, farsas e enganos , ainda a amava, ainda não se arrependia de nenhum ato, daria a vida por ela quantas vezes fossem necessário, apenas lhe entristecia e gerava uma impotência em seu interior saber que ela não o amava, que aquela noite não passava de puro prazer, desejo e sexo para ela, não que para ele houvessem feito amor, sabia que seria distinto a noite em que chegassem a esse ponto , isso se algum dia alcançassem esse amor .

As vezes sua prepotência falava mais alto a ponto de sentir ganas de oferecer dinheiro aquela mulher para que em um singelo momento ela mentisse, para que voltasse a mentir e proferisse que o amava, mesmo que fosse uma mentira.

Todavia não poderia reclamar, porque seu lado cruel sabia que jamais a permitiria que partisse, mesmo parecendo sórdido, a considerava sua propriedade, algo que ele havia comprado e que para toda vida deveria pertencer a ele, com ou sem amor , pois se mais noites como aquela se repetissem talvez não sentisse falta daquele sentimento que apenas o tornava frágil e em alguns momentos chegava a fazer mal, a ponto de torna—lo insano .

—Humm—um gemido sonoro adentrou os ouvidos de Lionel  o despertando daqueles pensamentos.

Curiosamente seus olhos alcançaram a face, mais precisamente os olhos daquela mulher, os encontrando trêmulos, como se indicasse que estava prestes a despertar .

Malditamente aquela doce beleza, uma beleza fresca de uma mulher que a pouco havia se tornado isso, uma mulher, onde até então era uma menina, uma criança , uma beleza que o encantava e embriagava, esvaziava sua mente e tornava—se seu único desejo e objetivo , um objetivo simples, que era, tê—la em seus braços para sempre .

Assim que a claridade da luz do Sol invadiu os olhos de Olívia, ela escondeu sua cabeça no peito desnudo de Lionel , proferindo um suave resmungo com os lábios cerrados .

—Creio que necessitamos de um blecaute – murmurou Lionel , achando graça do incomodo de sua esposa, pois se assemelhava ao seu .

Subitamente Olívia abriu seus olhos, encontrando aquele homem desperto, mas seu espanto foi maior ao se dar conta que pela primeira vez haviam despertado sobre a mesma cama, pela primeira vez não havia sido largada como um objeto, para que despertasse sozinha, tomando as conclusões que bem entendesse.

—Vo...—murmurou incrédula, fixando seus olhos naquelas íris verdes, que a fitavam gentilmente – Você ainda está aqui? – indagou surpresa, com uma expressão que não sabia se era de espanto , onde não sabia se ficava seria ou ria de nervosismos e incredulidade.

Eu aceito Você [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora