29. VIDA DE CASADOS

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Por um singelo momento Olívia recobrou sua consciência, que estava totalmente dispersa, apenas criando imagens , sonhos em sua mente, situações confusas que rapidamente foram esquecidas assim que ela deslizou sua mão pela cama, ainda estava na mesma posição em que recordava haver ter se acostado.

Preguiçosamente abriu suas pálpebras, coisa que fez com facilidade, pois o ambiente estava uma penumbra , apenas sendo iluminado pela luz do luar, mas o ambiente estava mais claro, indicando que o Sol estava próximo de nascer, encobrindo o satélite natural da Terra .

Ainda meio sonolenta apoiou sua mão sobre o macio leito,  girando seu corpo para o lado oposto, em busca de sanar a necessidade de saber como seu marido se encontrava, mas a surpresa, uma surpresa que a desperto por completo foi justamente o fato de não encontra—lo e sim o mesmo lugar vazio ao seu lado, não sabia se deixava sua preocupação tomar conta ou ria pela ironia daquele homem sempre fugir da possibilidade de despertar com ela, sendo que segundo ele era ela quem temia algo, mas sinceramente já estava começando a se convencer do contrario.

—Lionel  – chamou em um tom audível para qualquer pessoa presente naquele cômodo.

Não obtendo resposta alguma, preguiçosamente e um pouco preocupada pela ausência de daquele homem, jogou as cobertas que envolviam seu corpo, calçando o chinelo de pano ao lado da cama, caminhou até o pequeno sofá, agarrando seu robe, curiosamente e temendo aquele silencio se dirigiu até o banheiro, acedendo a luz e o encontrando completamente vazio.

Parte de si estava preocupada com aquele sumiço, ao mesmo tempo em que encontrava—se instigada, curiosa pelo paradeiro de Lionel , que obrigatoriamente deveria estar repousando ao seu lado e não perambulando  pela penumbra da casa.

Assim que alcançou a porta , se pôs a caminhar pela penumbra do caminho, a obrigando acender as luzes para clarear o lugar, mas a todo tempo com seus ouvidos atentos a qualquer pequeno ruído que a possibilitasse encontrar seu marido .

Coisa que para aumento de sua preocupação não aconteceu, aquele silencio, somado ao breu era demasiadamente perturbador se não espantoso , mas assim que alcançou o andar de baixo, surgiu um pequeno rastro de Lionel , pois seus olhos curiosamente analisaram toda a sala, encontrando apenas uma diferença, a porta da sala que dava para uma pequena área em frente ao jardim estava aberta.

Caminhando cautelosamente, onde parte de si cogitava seu marido ter sido  o responsável por tal esquecimento ou ser o caminho que levaria até ele, enquanto  a outra parte , uma menor a queria assustar, cogitando as piores possibilidades que sua mente poderia criar ou imaginar .

Temerariamente, com os passos lentos e cautelosos, buscando realizar pouco ou nenhum ruído , aproximou—se da porta, podendo sentir certa brisa gélida acometer suas pernas desnudas , tomando coragem inspirou profundamente o ar, parando no meio da porta, com os olhos atentos ao jardim a fora, um jardim que estava completamente vazio, soltando profundamente o ar que enchia seus pulmões levou sua mirada ao lado esquerdo, onde para seu alivio encontrou Lionel  , que estava sentado sobre um banco de madeira, com almofadas brancas que decoravam aquela área em frente ao enorme jardim.

Sem nenhum ruído apenas se pôs a observar, não por um tempo longo, apenas poucos segundos, mas que foram suficientes para constatar a expressão distante e melancólica, trajando um moletom que vestia somente um braço e escondia o outro, com as pernas aquecidas por uma manta que normalmente ficava no sofá da sala.

—Perdeu o sono? – indagou por fim, passando pela porta e caminhando lentamente até Lionel , que parecia não haver se espantado com sua presença.

—Despertei e não consegui voltar a dormir – respondeu, levando sua atenção ao céu ainda iluminado pela luz do luar.

Aquela resposta não teve para Olívia a veracidade que Lionel  esperava, pois aquela expressão distante não era de uma pessoa que simplesmente havia perdido o sono , era obvio que algo a mais o havia despertado .

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