36. A ESCOLHA

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O desespero de Olívia foi súbito, jamais havia sentido tamanho desespero, mas seus olhos não se faziam capazes de parar de fitar aquela face cheia de ódio , com os olhos negros e bufando feito  um animal, que era a figura de seu marido em um choque mais completo que os deles.

—Sua desgraçada – gritou Lionel  a agarrando pelo braço, próximo ao cotovelo com força e a puxando para longe daquele homem.

Aquele puxão fez com que os pés de Olívia se emaranhassem e desequilibrassem, fazendo com que seu corpo rapidamente fosse jogado sobre o gramado.

—Olívia – gritou Juan, buscando ir ao socorro da amada

—Perto dela você não chega – gritou furiosamente Lionel , levando seu punho cerrado de encontro com a face de seu rival .

O corpo de Juan cambaleou para trás, logo indo parar no chão, Lionel  sem hesitar pulou sobre o rival, lhe proferindo inúmeros socos em uma velocidade que parecia impossível para qualquer ser humano, até a pouco tempo enfermo.

—Lionel —gritou desesperada, buscando detê—lo, enquanto tentava se por em pé – Lionel  – gritou novamente apenas acompanhando com os olhos aquela insana agressão .

—Olívia – gritou uma voz masculina que parecia paralela a toda aquela realidade , mas uma voz conhecida.

Em prantos com lágrimas escorrendo por sua face, com os músculos frágeis, como se não fosse capaz de se pôr em pé, como se alguma punição do universo apenas a obrigasse assistir o resultado de suas mentiras .

Subitamente cerrou suas pálpebras, em um movimento ligeiro, contudo assim que voltou a abrir seus olhos encontrou uma claridade insuportável , logo fitando Lionel  parado ao seu lado, com uma expressão de preocupação bem acentuada.

—Lionel  – suspirou sentando—se, fitando o ambiente ao seu redor

Aliviada constatou que estava em seu quarto , que estava sobre sua cama, que aquela maldita realidade havia sido falsa, que aquela mensagem nunca havia chegado e felizmente não havia chegado o momento de enfrentamento de Lionel  e Juan .

Pode sentir sua face úmida e um soluçar escapar de seus lábios, indicando que os efeitos daquele sonho haviam sido reais , incredulamente abaixou seu olhar, fitando a camisa xadrez que Lionel  já trazia em seu corpo, confusa subiu seu olhar encontrando aqueles olhos tomados por uma preocupação que quase chegava a um pânico.

—Está bem? –indagou em um suspiro de preocupação .

Olívia apenas sentiu suas forças desabarem, juntamente com inúmeras lágrimas que escorriam copiosamente de suas glândulas lacrimais, molhando sua face ; em um movimento suave com a cabeça a balançou negativamente , abriu seus braços e envolveu com força o pescoço de Lionel .

Em um movimento temerário e incompreensivo, pois não compreendia o que se passava, Lionel  envolveu a cintura de sua esposa em seus braços, levando sua mão direta até as madeixas dela, buscando consola—la e que aquele choro isentasse cessasse .

Perdida naqueles braços aconchegantes , que naquele momento se assemelharam a um porto seguro, um lugar sem tormentas, onde os males permaneciam distantes , Olívia chorou, chorou tudo que não havia chorado desde a confusão que se fez  sua vida, chorou lágrimas que pareciam sair de seu peito, pois quanto mais escorriam por sua face, mais sentia—se aliviada.

Chorava por Juan, por tudo que aconteceu com ele, pelas desgraças que haviam acometido sua vida, pela impossibilidade de estar com ele, mas chorava também por Lionel , seu adorável marido que mesmo sendo cruel estava ali por ela, estava ali para ela , porque a amava, do jeito insano dele  a amava .

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