Capítulo 18 - Os Devorados

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Depois que Billy conseguiu fugir, fomos todos para a casa de Mike, em silêncio. Todos me encaravam esperando alguma explicação para o aconteceu, mas eu só conseguia pensar no garoto marrento que estava me apaixonando.

- Ninguém vai falar nada?! - Lucas colocou as mãos na cintura - ela acabou de nos mostrar que tem poderes!

- Para Lucas! - Max o repreendeu.

- Tudo bem! - falei pela primeira vez depois daquilo tudo - ele tem razão.

- Não precisa nos contar, se não quiser - El disse apertando meu ombro.

- Eu preciso! - respirei fundo e os encarei - meu pai era um militar, ele serviu muitos anos no Vietnã e, quando voltou, foi selecionado para participar de um projeto ultra secreto do governo. Eles queriam criar super soldados e encheram ele radiação, mas não deu certo e ele voltou para casa, conheceu minha mãe e eu nasci.
- Eles perceberam que eu nunca ficava doente. Um dia, me viram fazer os brinquedos levitarem e foi aí que perceberam que eu herdei os traços genéticos das coisas que injetaram no meu pai. Sabiam que, se alguém do governo descobrisse, viriam atrás de mim,  então sempre manteram isso em segredo. Mas eu fui crescendo e meu poderes aumentando.
Até que, uma noite eles saíram e eu resolvi fugir para ir em uma festa. Eles voltaram e ficaram desesperados, ligaram para todos os poucos amigos que eu tinha e descobriram onde estava. Meu pai apareceu e me buscou. Começou a chover e a gente tava brigando muito.
Eu queria voltar para festa, então, comecei a controlar o volante do carro com a mente... - senti meu coração se apertar - mas eu não vi o caminhão! Meu pai tava consciente e me mandou sair do carro e ver o motorista do caminhão - as lágrimas saiam descontroladamente - eu disse que não ia, mas ele insistiu, então eu fui. Assim que eu cheguei perto do caminhão... o carro explodiu.

- É por isso que eu prometi não usar mais esses poderes, porque toda vez que uso, uma coisa ruim acontece! - exclamei soluçando - eu só queria ser normal! Eu só queria voltar no tempo e concertar o que fiz!

Escondi o rosto com as mãos, enquanto as lágrimas molhavam meu rosto mais e mais. Senti braços em volta dos meus ombros, ergui a cabeça e vi Max me abraçando. Eleven fez o mesmo, me apertando um pouco. Os meninos se juntaram à nós, formando um grande abraço coletivo.
Senti um peso sair do meu coração. Era a primeira vez que contava aquilo tudo, era libertadora a sensação de tirar esse peso das costas, ainda mais com as pessoas que eu sabia que podia contar.

- Você não tá sozinha, Olivia - Max sorriu - nesse grupo, a gente sempre aceita o diferente.

- Pode contar com a gente sempre! - El apertou o meu ombro - eu sei muito bem o que você tá passando.

- É, a gente tá aqui! - Mike disse e os meninos concordaram.

- Eu prometi que não usaria mais esses poderes, mas não se trata mais do que eu quero - respirei fundo - se eles são a forma de salvar o Billy, eu tenho que tentar!

- Quais são seus poderes? - Lucas perguntou.

- Bom, tem a telecinese, que eu usei agora à pouco - disse - eu consigo ler pensamentos e manipula-los, mas só quando as pessoas permitem, tenho alguns sonhos premonitórios e consigo curar alguns ferimentos pequenos. 

-  Pera aí, você tá dizendo que consegue ler pensamentos e se curar sozinha?! - Mike franziu o cenho e eu assenti - então prova, lê minha mente.

- Não funciona assim! - sorri - você precisa permitir que eu entre na sua mente.

- Ok, eu permito! - ele se sentou na cadeira - o que mais eu tenho que fazer?

- É sério?! - Max arqueou a sobrancelha.

- Tá bom! - me aproximei dele - fecha os olhos e relaxa.

BROKEN, billy hargroveOnde histórias criam vida. Descubra agora