Capítulo 10 - Coisas Boas

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Olivia Markey

Depois de passarmos a manhã toda no Buraco Azul, decidimos voltar para Hawkins. Billy e eu cantolávamos uma canção que tocava na rádio.
Olho para ele em um determinado momento, que sorri largamente olhando para a estrada. Tento gravar cada detalhe dele, por mínimo que seja.
Seus olhos tão azuis quanto o lago, os cabelos loiros e longos balançando contra o vento que entrava pela janela, sua boca rosada se movendo enquanto canta.
Sei que ele não vai me fazer esquecer tudo o que passei, assim como não também não posso fazer isso por ele. A única coisa que tenho certeza é que estar aqui, com ele, me faz feliz e é isso que importa para mim.

- Eu não quero ir para casa - digo após um tempo - não quero voltar à realidade.

- Eu também não! A realidade sempre vai nos perseguir mas, podemos enganar ela de vez em quando, como agora!

Sorrio e ele volta a olhar para a estrada. Depois de algum tempo vejo a placa "Bem-vindo à Hawkins" e de repente, estamos de volta à realidade. Billy estaciona o carro em frente a minha casa.

- É, parece que acordamos! - suspira e eu concordo - eu me diverti muito hoje!

- Eu também! - sorri - acho melhor eu entrar.

- Te vejo amanhã?

- Claro, esqueceu que tem trabalho amanhã?!

- Vou adorar te ver naquele maiô! - sorriu malicioso recebendo um tapa no braço da minha parte.

- Te vejo amanhã, idiota!

- Vou esperar ansioso!

Reviro os olhos sorrindo e saio do carro, indo em direção à porta. Olho para trás e ele acena sorrindo antes de dar partida no carro e sumir na estrada. Entro em casa sorrindo largamente e vou até a cozinha, onde minha mãe olhava pela janela.
- Quem era aquele no carro? - perguntou.

- Só um amigo - abri a geladeira.

- Amigo é? Sei...

- Sem sermão, dona Anne!

Beijo sua testa e tomo um suco de laranja. Termino e a ajudo com o jantar, depois de comer e arrumar tudo, subo para o quarto e me jogo na cama, sorrindo ao lembrar de Billy.

¤¤¤

No dia seguinte, acordo de bom humor. Saio de casa e pego a bicicleta, pedalando e sentindo o vento no rosto. A estaciono e caminho até o vestiário, encontrando Billy.

- Oi! - sorri ao me ver e respondo com outro sorriso - hoje você não se atrasou!

- É, um milagre aconteceu!

- Então, eu queria saber se você quer se divertir um pouco depois do trabalho.

- Você acha que só porque me beijou ontem eu vou cair de amores por você? - ele afirmou com a cabeça, me fazendo rir - não seja convencido, você pode quebrar a cara!

- Achei que você tinha se divertido ontem!

- Eu me diverti! Mas isso não significa que eu vou, necessariamente, me apaixonar loucamente por você. Você me proporciona um divertimento momentâneo.

- Adoro quando você usa palavras complicadas! E não, eu não quero que você se apaixone por mim ou vice-versa. Só quero que você viva e vejas as coisas belas desse mundo. Quero que seja livre e sinta essa liberdade.

- Então, sem amor ou qualquer outra coisa do tipo? Só diversão e liberdade?

- Exatamente! - sorriu - mesmo eu tendo certeza que você vai se apaixonar por mim!

- Quanta modéstia! - o empurro para fora do vestiário - agora, vai lá fazer a única coisa em que você é bom: se exibir.

Ele riu e foi em direção ao seu posto, dando tchauzinhos para mim.

¤¤¤

Depois que o meu turno acabou, fui até o vestiário e vi um dos chuveiros ligados. Me aproximei e vi Billy lá. Como os chuveiros não tinham portas, era possível ver seu corpo de costas, enquanto a água descia por seu tronco. Ele nota minha presença e se vira, me fazendo desviar o olhar.

- Tá me espiando, Markey? - sorri maldosamente.

- Vai sonhando, garoto! - ri arrumando minhas coisas.

- Quer entrar aqui, comigo? - mordeu o lábio - a água tá uma delícia!

- Hoje não!

- Ah, então pode ser outro dia?

- Se você se comportar, quem sabe!

- Vai dizer que não quer aqui, agora... - passou a língua por entre os lábios - Vai desperdiçar esse corpinho!

Parei de mexer na minha bolsa e o encarei. Desci o olhar por seu corpo, seus braços musculosos, o abdômen com gotículas de água... É, era um corpo e tanto! Mas não seria eu a admitir isso e aumentar seu ego.
Voltei o olhá-lo nos olhos.

- Já vi melhores!

- Talvez, mas aposto que eles não faria nem metade do que eu pretendo!

- Ah é?! E o que você faria?

- Se contar, estraga a surpresa! Mas, se você me esperar, eu posso te mostrar um lugar.

- Se você não demorar...

- Me espera no carro! - colocou uma toalha e foi até o armário, jogando as chaves para mim.

Sai porta afora e entrei no carro, mexendo no rádio do mesmo. Alguns minutos depois, Billy apareceu e entrou.

- Onde a gente vai? - perguntei.

- É surpresa!

Deu partida no carro, com um sorriso no rosto.


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All the love

BROKEN, billy hargroveOnde histórias criam vida. Descubra agora