Tire Meu Fôlego | Dean Winchester

Sobrecarregado

Por Lisa...

Ouvi leves sussurros me fazendo abrir os olhos lentamente, à luz vem de encontro a eles ativando uma imensa dor de cabeça. Pressionei minhas pálpebras com força e as abri novamente esperando enxergar melhor.

Sentei-me na cama com dificuldade e olhei em volta analisando cada detalhe daquele cômodo. Percebo que estava usando uma blusa masculina, tentei lembrar o que havia acontecido, mas meus pensamentos ainda estavam confusos.

— Que ótimo! — Ironizei.

Levantei-me e sai um pouco sonolenta do quarto, andei pelo corredor com as mãos apoiadas na parede, comecei a escutar um barulho e caminhei em direção ao som. Assim que adentrei no cômodo, vi alguém muito familiar sentado com os pés em cima da mesa enquanto comia uma torta de maneira despreocupado. Ao notar minha presença, virou seus olhos esverdeados para mim, surpreso.

— Lisa! — correu em minha direção com rapidez — Você não deveria ter se levantado.

— Aonde estou?

— Vamos, preciso te levar de volta para o quarto.

— Não toca em mim! — Disse afastando-me.

Dean estava preocupado, ele desviou seu olhar para minha barriga fazendo seu semblante ficar mais pesado.

— Você está sangrando, creio que os pontos se abriram.

— O que aconteceu? — Olhei pra ele assustada.

— Você não se lembra? — Perguntou e eu neguei com a cabeça. 

— Minhas memorias ainda estão confusas, não consigo lembrar de muita coisa...

— Vou te explicar tudo, mas primeiro precisamos dá um jeito no seu sangramento. — Sugeriu.

Respirei fundo e assenti com a cabeça, Dean me apoiou em seu ombro e me levou até o quarto, ele foi em direção a cama e me deitou sobre ela com cuidado.

— Preciso fazer novos pontos.

Inclinou-se para o lado e buscou a caixa média, retirando de lá, uma linha com agulha e em seguida passou álcool em suas mãos.

— Você sabe o que está fazendo?

— Já tive que saturar muitos ferimentos, então sim, eu sei o que estou fazendo. — Disse com desdém.

Revirei meus olhos ao escutar sua resposta, fazendo-o sorrir de forma agradável.

— Estamos no Bunker?

— Sim, agora preciso que você fique quieta porque isso vai doer.

— Está bem — Engoli seco enquanto limpava o meu ferimento.

Quando a agulha começou a costurar minha pele, senti uma dor terrível, Dean permanecia calado tentando se concentrar em fechar os pontos, ele estava nitidamente nervoso. Assim que terminou, ele suspirou pesadamente.

— Espero que evite fazer movimentos brusco agora. — Disse afastando-se.

— Você quem trocou minhas roupas?

Percebi que ele ficou um pouco surpreso com a minha pergunta.

— Pode ficar tranquila, eu precisava trocar suas roupas porque estavam encharcadas de sangue, mas não reparei em nada.

Fiquei um pouco sem jeito, mas evitei transparecer isso pra ele. Dean ficou pensativo por um tempo e me olhou curioso.

— Posso te fazer uma pergunta?

Franzi o cenho confusa, mas concordei.

— Os seus olhos costumam mudar de cor? — Perguntou-me atípico.

— Como assim?

— Ontem à noite acho que vi eles ficarem roxos... Era como se pudessem ver através da minha alma.

Confesso que fiquei surpresa com a sua pergunta, não me contive e soltei uma gargalhada, ele só poderia estar de brincadeira com a minha cara.

— Eu realmente não sei do que você está falando, Dean.

Ele não parecia muito feliz com as minhas risadas, deu de ombros revirando os olhos.

— Espera, você está falando sério?

— Quer algumas camisetas para poder tomar um banho? — Disse ele ignorando-me.

Não insisti em ter sua resposta, apenas aceitei a sua decisão de mudar totalmente o assunto.

— Sim... Estou precissando de um banho urgente.

Dean não disse nada, apenas saiu do quarto e após alguns minutos entrou entregando-me algumas peças de roupas. Agradeci e fui em direção ao banheiro, me despi e entrei no box, quando senti a água caindo sobre meu corpo foi como se todos os meus músculos estivessem se relaxando.

Enquanto a água caia em minha pele, tentava lembrar de algumas cenas do que havia acontecido, me questionava em saber o porquê de ter esquecido dos detalhes, ainda mais quando Dean me faz uma pergunta estranha, não fez o menor sentido. Só sei que desde o dia da tragédia, uns 5 meses atrás, eu não fui mais a mesma, parece que outra pessoa está vivendo a minha vida.

{...}