Uma armadilha

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Por Lisa...

Após conseguir a informação do demônio, segui um longo trajeto até a cidade onde estava hospedada. Já era quase seis horas da manhã e eu não havia dormido nem um pouco, o cansaço percorria pelo meu corpo implorando por uma cama macia e alguns edredons quentes.

Estacionei o carro assim que cheguei no motel, caminhei em direção a recepção deparando-me com a mesma mulher que havia me atendido a alguns dias atrás.

— Preciso da chave reservar do quarto n° 07, perdi a que estava comigo... — Disse assim que me aproximei.

— Então é você a jovem que não me paga a alguns dias. — Analisou-me com o semblante pesado. — Suas coisas ainda estão no quarto, mas preciso que me pague primeiro.

— A única quantia de dinheiro que tenho está no quarto, então preciso da chave para entrar nele.

A mulher me olhou como se estivesse pensando, então ergueu-se para trás pegando uma chave e me entregou sem dizer nada.

— Obrigada. — Agradeci e segui em direção ao quarto.

Assim que entrei no cômodo senti um leve aroma de enxofre, peguei minhas coisas espalhadas pelo quarto e arrumei dentro da mala, conferi para ver se não estava faltando nada e suspirei aliviada ao perceber que estava tudo em ordem.

Separei uma peça de roupa e então fui tomar um banho. Em seguida fiz um novo curativo no ferimento fechando-o com uma faixa limpa.

— Preciso mandar uma mensagem para o Ethan. — Pensei alto pegando um celular de dentro da bolsa.

Escrevi uma mensagem explicando que talvez ficarei sumida por alguns dias e então apertei a opção "enviar". Retirei o chip para garantir que ele não me rastreia e quebrei jogando no lixo.

Olhei em volta para conferir se não tinha nada sendo deixado para trás, então peguei a mala e caminhei até a recepção.

— Cadê o meu dinheiro? — Questionou assim que me vê.

— Obrigada pelo café, estava mesmo precisando — Peguei o copo de suas mãos e dei um gole. — Faça bom aproveito com o dinheiro que ganhei matando pessoas.

A olhei com um sorriso no rosto colocando o dinheiro sobre o balcão, percebo que ela travou por alguns segundos.

— O-o que?! — Gaguejou.

Ignorei-a seguindo em direção ao carro, joguei a bolsa no banco de trás e entrei colocando o copo de café no câmbio. Analisei mais uma vez o mapa e em seguida coloquei um chip novo no celular.

A localização que o demônio havia me dado não ficava muito longe e ele garantiu que Casey estava isolado no meio de uma floresta vivendo em uma mansão. Isso não me surpreende, o lugar se encaixa perfeitamente em seus padrões de riqueza e isolamento.

Minha atenção estava focada na estrada enquanto dirigia, mas o Dean Winchester insistia em permanecer em meus pensamentos, desde quando nos encontramos tive uma sensação estranha, era como se tudo estivesse programado para acontecer.

— Mas que merda! — Gritei freando bruscamente o carro quando um pássaro se chocou contra o vidro fazendo um barulho ensurdecedor.

Respirei fundo tentando recuperar o fôlego do susto apoiando minhas mãos no volante e voltei a minha posição inicial dirigindo

[...]

Após alguns minutos percebo que estava próxima da residência, então estacionei o carro e peguei algumas armas na mala que me seria útil.

Não havia nenhum barulho vindo de dentro da casa, a porta estava destrancada aumentando ainda mais a possibilidade de ser tratar de uma armadilha, mas não dei importância. Adentrei no cômodo olhando em volta caminhando com uma adaga em mãos.

— Ora, ora... Finalmente me encontrou. — Disse uma voz vindo de cima fazendo-me olhar em direção a escada.

Casey estava parando carregando um olhar impenetrável, ele não transpareceu nenhuma reação de surpresa.

— Venha até aqui para me dá as boas-vindas. — Disse com sarcasmos.

O demônio gargalhou fazendo meu sangue ferver, ele desceu lentamente sem se sentir ameaçado.

— Tantas vezes você tentou me matar, e em todas elas falhou.

— Não pretendo falha dessa vez!

— Jura? — Zombou — Você não passa de uma mortal fraca e vulnerável. — Disse ele descendo o último degrau da escada.

Me apoiei em sua direção pronta para atacá-lo, mas fui impedida sendo arremessada contra o chão.

— Isso foi patético. — Aproximou-se colocando sua mão em meu pescoço pressionando com força.

— O que vai fazer comigo?

— Lúcifer deseja tê-la intacta. — Disse Casey analisando-me. — E ele mandou dizer que está com muita saudade de você.

— Então por que Lúcifer não veio me dizer isso pessoalmente?

— Oh Lisa... — Soltou-me — Não sei o que ele tanto viu em você, mas por mim eu a mataria agora.

Casey deu de ombros com um leve sorriso satisfatório.

— Só quero vê-lo tentar. — Disse me levantando.

Voltei meu olhar ao seu, podendo vislumbrar a raiva que se formava em sua íris à medida que sua face era tomada pela fúria. Casey ergueu sua mão em minha direção chocando meu corpo contra a parede prendendo-me.

— Não me desafie garota!

— Ou o que?

Ele segurou meu rosto firme forçando-me a encarar seus olhos pretos. Tentei me soltar da parede, mas foi inútil. Casey parecia se divertir com a situação.

— Quer descobrir? — Perguntou-me deslizando sua mão pelo meu corpo.

— Se tocar em mim mais uma vez eu te mato!

— Você não está em condições de exigir nada. — Acariciou meu rosto delicadamente.

A sensação do meu sangue ferver em ódio correu pelas minhas veias dano-me forças. Minha única satisfação era de vê-lo pagar por tudo que já fez, então com muito esforço consegui levantar minha mão e cravar a adaga em seu abdômen fazendo-o me olhar confuso enquanto o metal derretia em sua casca matando-o lentamente. Fiquei apreciando a cena e então o olhei firme.

— Faz um favor pra mim. — Abri um leve sorriso. — Avisa Lúcifer que estou chegando.

{...}

Tire Meu Fôlego | Dean WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora