De volta ao início

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Por Dean...

Nossos rostos estavam próximos, conseguia sentir sua respiração acelerada e seu olhar penetrante sobre o meu. A encarei por alguns segundos, era como se seus olhos estivessem me prendendo, me deixando paralisado. Minhas mãos ainda estavam firmes prensando seu corpo contra a parede.

— Pode me soltar, Dean? — Pergunta com dificuldade, sentindo o aperto em seu pescoço.

— Me desculpa.

Afastei-me um pouco, elevando o tom de voz tentando disfarçar a aflição, mas estava confuso demais tentando entender o que estava acontecendo.

— O que faz aqui?

— Precisamos conversar, o Sam está com você? — Seus olhos que antes transmitia alívio e uma tranquilidade, mudam instantaneamente, posso ver sua preocupação.

— Sim, mas como você conseguiu me encontrar?

— Um amigo rastreou o seu número.

— Oh, me lembre de trocá-lo depois.

— Dean. — Aproximou-se — Podemos conversar em um lugar mais reservado? — Pergunta, quase num sussurro.

— O que está acontecendo?

Lisa olhou em volta com cautela para se certificar de que não tinha ninguém por perto.

— Ache o Sam e me encontre no estacionamento. — Respirou fundo me olhando. — Vê se não demora.

Balancei a cabeça em concordância, sem a menor ideia do que dizer em seguida. Lisa virou-se e saiu andando em passos rápidos e silenciosos, fiquei observando-a até perdê-la de vista.

Analisei o corpo do lobisomem morto sobre o chão e segui em direção a uma caçamba de lixo que estava próximo jogando fora o sobretudo e o chapéu que usava. Meus pensamentos estavam tão distraídos que não ouvi passos de alguém se aproximando, só percebi quando uma voz escoou em meus ouvidos.

— Vejo que não teve dificuldade em matá-lo.

— Não é mole não, Sammy. — Forcei um sorriso.

Sam guardou a arma na cintura e se aproximou, logo o sorriso dos meus lábios se desmanchou e um olhar sério dominou ambos.

— Por que essa cara? Você foi mordido?

— Não... — Dei uma breve pausa antes de prosseguir — Lisa apareceu e quer conversar, parece ser algo sério.

— Como assim?

Sam perguntou ainda olhando confuso para mim. Não respondi nada, apenas fiquei pensando no que Lisa havia me dito, passei por ele caminhando em direção ao estacionamento fazendo-o acompanhar meus passos com uma expressão emburrada no rosto. De longe avistei a morena sentada no capô do meu carro desfrutando de um lanche.

— Esta maluca? Quer amassar a minha Baby? — Indaguei revoltado assim que me aproximei.

— Não exagera, Dean. — Encarou-me entediada — Por que tirou o chapéu? Combinava com você.

Fitou-me com um olhar indecifrável, era impossível saber se tinha sinceridade em seu tom.

— O que quer nos contar?

— Descobri algo que provavelmente é do interesse de vocês. — Desceu do carro em um pulo erguendo-se de pé.

— E sobre o que se trata?

Olhei pra ela com certa curiosidade fazendo-a desviar seu olhar por dois segundos e suspirou fundo voltando seus olhos em minha direção.

— Lúcifer...

Ao ouvir aquele nome minha cabeça ferveu em ódio, como se fosse entrar em ebulição. Me virei para encarar o Sam e seu semblante entregou a mesma expressão que a minha, estávamos perplexos.

— Você tem certeza? — Pergunto receoso.

— Irei explicar tudo para vocês, mas precisamos ir para um lugar seguro...

— O Bunker. — Respondi de imediato fazendo-os concordar. — Se sairmos agora, chegaremos de manhã cedo.

— Tudo bem.

Lisa deu de ombros abrindo a porta do banco do passageiro na frente e se sentou, ela olhou para mim e Sam ainda parados analisando seus movimentos.

— O que estão esperando? Vamos logo.

— É Sammy, acho que você perdeu o banco da frente. — Disse sarcástico, fazendo-o revirar os olhos, rindo junto comigo.

— Eu sei que você estava desejando isso, Dean. — Sam falou para que só eu pudesse ouvir. Quando me dei conta do que se tratou o sorriso dos meus lábios se desmanchou.

— Até parece.

{...}

Estava um silêncio no carro, mas não um silêncio constrangedor, era um silêncio reconfortante. O clima ficou nublado e começou a cair finas gotas de chuva, mesmo com o vidro fechado, podíamos sentir o cheiro bom que estava do lado de fora e a calmaria do vento.

Sam estava quase dormindo no banco de trás, e Lisa permanecia inquieta. Isso está tirando o meu foco da estrada, pelo espelho do carro, eu observava em pequenas pausas o jeito que ela me analisava curiosa.

— Vamos ver o que você tanto escuta, Dean Winchester.

Lisa inclinou-se para ligar o rádio e estava tocando "You Shook Me All Night Long".

— Não acredito! — Abriu a boca surpresa e logo sorriu de maneira calorosa. — Eu amo essa música.

Confesso que fiquei um tanto admirado ao vê-la se empolgar com um rock clássico. Não pude evitar e comecei a dirigir, batendo as mãos no volante no ritmo da música que toca no carro. A morena foi mais ousada e começou a cantar os refrões.

"Working double time, on the seduction line".

Lisa me olhava com os olhos brilhantes e um sorriso que iluminou seu rosto, observei seus movimentos sorrindo bobo pelas suas expressões.

"All night long..." — Com a voz rouca e fraca, cantei a última parte da música.

Depois de uma nostalgia como aquela, ficamos em silêncio, olhando um para o outro, até sermos interrompidos pelo Sammy apoiando suas mãos no banco e se inclinando para nos dizer algo.

— Lisa, você agora é oficialmente a versão feminina do Dean. — Zombou, nos fazendo rir.

{...}

Tire Meu Fôlego | Dean WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora