O Encapuzado

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Por Dean...

O dia já havia amanhecido e os raios de sol atravessava as cortinas iluminando boa parte do quarto. Acordei sentindo um peso no lado esquerdo do meu corpo, nada muito desconfortável, só uma leve dormência

Lisa estava deitada em meu peito, por cima do meu braço esquerdo, esse mesmo envolvia seu corpo em um abraço. Fiquei a encarando, admirando suas feições, e os detalhes de seu rosto delicado me deixavam ainda mais encantado.

Dei um sorriso de canto e me levantei calmamente da cama para não a acordar. Fui tomar um banho rápido, em seguida peguei minha carteira e caminhei até à recepção onde uma mulher de cabelos cacheados e olhos esverdeados me atendeu.

— Que estranho, não me lembro de uma mulher tão bonita me atendendo ontem à noite. — Brinquei, arrancando um sorriso dela.

— Asseguro que tenha sido a minha vozinha, aliás, ela adoraria dar uma volta no seu Impala 67.

— Então você entende de carros?

— Não só de carros... — Olhou-me com malícia. — Mas vejo que você já está acompanhado. — Apontou para trás, me fazendo ver Lisa abrindo o porta-malas.

A encarei com um sorriso travesso no rosto, e coloquei o dinheiro sobre o balcão. Comecei a caminhar indo em direção ao meu carro, e quando Lisa me viu, engoliu seco.

— Você está melhor? — Pergunto calmo.

— Sim, mas prefiro não falar sobre.

Assenti com a cabeça e resolvo não insistir, não quero causar mais desconforto. Depois de terminar de arrumar nossas coisas pegamos a estrada e durante todo o trajeto ficamos em silêncio.

— Até que ela é bonita. — Pronunciou quebrando o silêncio.

— Quem?

— A mulher da recepção.

— Sim, mas ela não me chamou muito a atenção.

— Acho pouco provável, deu de notar os flertes entre vocês. — Resmungou baixo.

— Estava nos espiando? — Pergunto surpreso sem tirar o olhar da estrada, deixando-a sem jeito.

— Claro que não, só estava procurando por você e acabei me deparando com a cena.

— E isso te incomodou? — Retruquei soltando uma risada satisfatória.

Lisa abriu a boca para falar algo, mas desistiu assim que avistou a entrada da cidadezinha. As ruas estavam desertas, o tempo fechado e não se via nenhuma alma se quer.

— O que aconteceu aqui? — Perguntou confusa, olhando em volta.

— Não sei, mas vamos descobrir.

Estacionei o carro e descemos caminhando em direção as residências para ver se encontrávamos alguém. Batemos nas portas, mas ninguém parecia escutar.

— Dean... — Sua voz saiu baixa.

Lisa apontou para janela de uma casa que estava logo a nossa frente, havia uma criança nos observando através do vidro. Apenas nos olhamos por alguns segundos, incapazes de compreender o que estava acontecendo e caminhamos até a varanda. Em seguida batemos na porta e logo uma mulher nos recebeu.

— Posso ajudá-los?

— Sim, gostaríamos de fazer algumas perguntas. — Mostrei meu distintivo e ela nos deixou entrar.

— Aconteceu alguma coisa?

— Recebamos uma ocorrência nessa região, e percebemos que não tem ninguém nesse vilarejo, sabe o porquê?

— É época de colheita, muitos dos moradores acampam na floresta.

— Mas só você ficou?

— Eu precisava ficar para organizar algumas barracas. — Consigo perceber desconforto em seu tom.

— Se importa se eu der uma olhada lá em cima? — Pergunta Lisa, indo em direção as escadas.

— Não, pode ficar à vontade.

Observei Lisa subir as escadas, até que a perdi do meu campo de vista. Notei que a mulher está inquieta, ela não parava de mexer em seu colar que está no pescoço.

— Tem mais alguém na casa?

— Só o meu filho. — Engoliu seco.

— Vocês moram sozinhos?

Antes que ela pudesse responder, uma criança que não aparentava ter mais do que seis anos desceu correndo da escada fazendo Lisa aparecer logo depois seguindo o menor.

— Tudo limpo. — Suspirou, fitando-me.

A encarei, percebendo que, ela estava muito estranha e andava totalmente pensativa. O menino sentou ao lado da mãe segurando um urso de pelúcia e de repente a chaleira começou a ferver fazendo um barulho irritante.

— Preciso arrumar o chá, esperem só um segundo. — Alertou a mulher, indo em direção da cozinha.

— Não sei você, mas eu a achei super estranha. — Digo tentando descontrair.

— Vocês não deveriam estar aqui, ele vai descobrir. — Sussurrou a criança, fitando o chão.

— Ele quem?

— O homem encapuzado. — A encarou firme. — Ele alertou, e agora o próximo será o Ethan.

Estava confuso, ainda não conseguia entender direito o que a criança está dizendo. Percebo que Lisa ficou assustada, me virei de volta para o garoto e só agora percebi que estava saindo sangue de seu nariz.

— Ei, você está bem? — Inclinei-me para perto dele.

— O que isso significa? — Perguntou a morena, quase gaguejando.

— Passagens para o inferno. — Segurou o pulso de Lisa com força encarando-a com um sorriso e logo depois desmaiou no sofá.

{...}

— Que merda acabou de aconteceu lá dentro? — Pergunto confuso enquanto caminhávamos em direção do carro.

— Nada bom. — Suspirou alto. — Essa droga de lugar não tem sinal! — Gritou irritada mexendo em seu celular.

— Pode me explicar o que está acontecendo? Quem é Ethan?

Lisa parou e me olhou erguendo uma das sobrancelhas, levou uma das mãos até a cabeça e permaneceu em silêncio.

— Você sabe quem é o encapuzado?

— Vou tentar explicar tudo, mas preciso que me leve para o mais longe daqui.

Mesmo sem entender o motivo de tal pedido, concordei, sabia que poderia confiar. Fomos para o meu carro, e Lisa ficou o caminho inteiro tentando conectar sinal em seu smartphone.

— Deveria estar funcionando. — Bufou irritada.

— Estamos a poucos quilômetros de uma cidade, pode ser que lá tenha torre telefônica, se quiser posso para por lá.

— Tudo bem...

Ajeitou-se no banco e fechou os olhos respirando fundo tentando manter a calma, mas ela estava visivelmente muito nervosa.

{...}

}

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Tire Meu Fôlego | Dean WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora