Quando Harley saiu do trabalho na segunda à tarde, parecia que ia explodir de alegria. Estava doida pra contar pra alguém como tinha sido seu dia com Diana e Steve e decidiu procurar Pamela na universidade. Nunca tinha ido até a faculdade de Botânica, mas sabia que ficava perto dali e resolveu procurar. Trocou os tênis pelos patins para andar mais rápido e, em pouco tempo, encontrou o prédio. Procurou Pamela pela biblioteca, pelos laboratórios e entrou acidentalmente em uma estufa. Levou bronca de professores que disseram que era proibido andar de patins na universidade, mas ignorou — e acabou quase derrubando Pamela quando esbarrou com ela pelo corredor.
— Ai! Harley? O que você tá fazendo aqui? — ela perguntou com o coração acelerado pelo susto.
— Decidi mudar de curso, vou estudar Biologia agora.
— Sei.
— Vim atrás de você. Achei que a gente podia voltar pra casa juntas.
O apartamento era tão perto da faculdade que elas resolveram voltar andando. Enquanto saíam do prédio e caminhavam pela calçada, Harley foi logo contando tudo que estava pensando, mesmo que Pam nem tivesse perguntado nada, sem conseguir conter sua animação.
— Hoje foi perfeito. Estou quase chegando no final da pesquisa com as primeiras pessoas. Amanhã é o último dia, mas acho que já sei como vai terminar, sinto que vai dar certo. Aquela Diana não me engana. Sei que ela vai acabar pedindo o número dele. Mesmo que ele use aquela pochete horrível. Mas tudo bem porque ele é muito bonito mesmo. Faria os dois, claro, mas nesse caso eu estava mais pensando que...
— Do que você tá falando?
— Lembra que eu te falei que estava fazendo uma pesquisa com um possível casal na faculdade?
— Lembro que você comentou, mas não tinha entrado em tantos detalhes assim.
— Eu tô fazendo o teste das 36 perguntas com eles, conhece?
— Esse não é aquele questionário que faz as pessoas se apaixonarem?
— Sim! Isso! São aquelas perguntas que eu te fiz outro dia.
— Aquelas eram as mesmas perguntas do teste? Harley, você tá dando em cima de mim? — ela perguntou em tom de brincadeira.
Espero que sim, espero que sim, espero que sim.
— Que? Não! Claro que não — Harley começou a rir, rir muito mesmo, do jeito que ela sempre ria quando estava assistindo desenhos na TV e bebendo alguma coisa com muito álcool. — Ai, Pam, imagina só. Pro resultado dar certo tem um monte de regra. Pra começar que as pessoas tem que responder quase tudo, a gente não respondeu nem metade. Fora que as duas pessoas precisam querer desenvolver sentimentos pra participar do teste de verdade, e não é o nosso caso, então não tem problema — ela explicou com muita convicção, mesmo que no fundo não tivesse tanta certeza do que estava dizendo. — Enfim, é bem mais complexo do que parece, mas pode confiar em mim, tem muitos fatores envolvidos. Mas o que eu queria dizer é que eu tenho certeza que está funcionando com a Diana e o Steve! Tá na cara deles!
Ela voltou a falar, eufórica, sobre tudo que pensava — mesmo que não devesse revelar detalhes sobre os casais que atendia, ela não conseguia se conter, precisava contar pra alguém e sabia que Pam não ia falar nada pra outras pessoas. Elas já tinham se tornado amigas, afinal.
— Depois de amanhã, vou conhecer o próximo casal. Não sei nada sobre elas, só vi o nome no arquivo que a professora me deu. Ai, sei que é confidencial, mas não aguento segurar! As meninas que vão vir depois da Diana e o Steve se chamam Kara e Lena. Hmmm, preciso pensar no nome do ship, você tem alguma ideia?
Pamela já não prestava atenção em quase nada do que Harley estava dizendo. Não conseguia parar de pensar no que ela tinha dito antes, sobre o teste não funcionar com elas. Estava decepcionada. Mas por que ela ia querer que funcionasse?
— Pam? O que você acha?
— Do que?
— Da Kara e da Lena!
— Espero que elas fiquem juntas.
Agora ela realmente estava curiosa pra saber o resultado do maldito teste. Que merda.
— Se a Diana e o Steve saírem juntos dessa pesquisa amanhã, vou ter que sair pra comemorar. Você vem comigo?
Diz que não, diz que você vai estar muito ocupada regando as plantas ou qualquer coisa do tipo.
— É claro que eu vou, Harls.
— Harls! Ninguém nunca me chamou assim antes. Gostei.
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36 perguntas | harlivy
FanficExiste uma teoria que diz que duas pessoas desconhecidas podem se apaixonar uma pela outra respondendo apenas 36 perguntas. Harley Quinn é uma estudante de Psicologia que decide testar essa teoria em uma pesquisa da faculdade - e acaba fazendo as 36...