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— Que apartamento bonito! — Harley disse, como se estivesse entrando ali pela primeira vez.

— Harley, você mora aqui.

— Gostei da sua jaqueta.

— Obrigada. Eu gostei da sua pantufa.

— Não vai me convidar pra entrar?

— Pode entrar.

— Então, Pamela, eu tive uma ideia. O que você acha da gente abrir um vinho... só um! E terminar logo aquelas perguntas sem fim? Deram ótimos resultados pra Kara e Lena.

— Tudo bem.

Pam foi pegar a bebida enquanto Harley esperava sentada no sofá da sala, olhando pela varanda. Era noite e estava começando a chover. Ela viu um raio, bem longe dali, e ouviu o som de trovão. Pegou o copo que Pam tinha trazido e deu um gole. Pam também se sentou no sofá, mas bem longe, quase caindo da outra ponta.

— Vi uma pergunta muito boa aqui que eu não fiz ainda — Harley estava com medo de assustar Pam, mas queria ser direta. — Você realmente não se lembra daquele dia na casa da Selina?

Pamela quase congelou, mas também se sentiu aliviada por Harley ter perguntado. Odiava fingir que nada tinha acontecido.

— Essa é uma das 36 perguntas? Que específica — Pamela tentou ser engraçada, mas Harley não riu dessa vez. Só um pouco. — Eu não lembro de muita coisa. Não tenho certeza.

— Você lembra que a gente se beijou? Tipo, por umas duas horas.

— Eu lembro um pouco. Mas achei que podia ser coisa da minha cabeça.

— Não foi. Mas eu comecei a achar que você tinha se arrependido e preferiu fingir que não lembrava.

— Não! Claro que não. Eu me arrependi de não ter lembrado, Harley.

— Tudo bem. Eu só precisava ter certeza. A gente pode começar nosso date do zero agora que está tudo claro.

— Você não vai sair e tocar a campainha de novo, vai?

— Eu não ia, mas ótima ideia! Você me conhece tão bem, Ivy!

36 perguntas | harlivyOnde histórias criam vida. Descubra agora