03 "Liberdade"

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Oliver se assustou ao lembrar que Stella ainda não havia se alimentado naquele dia. Desde o ocorrido pela manhã, ela não saiu mais do quarto e ele, tomado por preocupações, havia se esquecido completamente.

Ela não devia ter visto aquela cena. Oliver não se orgulhava do que fez, mas tinha consciência de que era necessário para protegê-la. No fundo, ele acreditava que, com o tempo, Stella entenderia isso.

Caminhou até seu quarto e a encontrou de pé, olhando pela janela que dava vista ao jardim da casa. Vivendo longe da cidade, tudo ao redor era apenas floresta, um refúgio silencioso.

 Vivendo longe da cidade, tudo ao redor era apenas floresta, um refúgio silencioso

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— Stella — chamou com a voz baixa, mas mesmo assim ela se assustou.

— Oi... — respondeu com um leve tremor na voz — só estava olhando lá pra fora. Gosto desse cheiro... da brisa que vem dali.

Por mais que ela tentasse soar calma, sua tensão era evidente.

— Se quiser, pode ir lá fora depois.

— Sério...? — um pequeno sorriso nasceu em seus lábios. Era a primeira vez que ele a via sorrir desde que chegou, e isso o preencheu por dentro.

— Sim, mas só depois que comer. Você deve estar faminta. Me desculpa por ter esquecido... Minha cabeça anda cheia. Acabo esquecendo que não estou mais sozinho.

— Tudo bem... Podemos ir agora?

— Claro, vem comigo.

Levou-a até a cozinha, onde uma mesa já estava posta com diversas opções de comida.

— Isso tudo é para nós? — ela perguntou, encantada. Certamente nunca viu nada parecido em sua frente.

— Sim, pode comer o que quiser.

Sentaram-se em silêncio. Stella começou a comer com avidez, demonstrando uma atenção especial ao bolo de chocolate.

— Vejo que gostou do bolo — comentou Oliver, desviando os olhos do celular para observá-la.

— Sim... — disse envergonhada — gostei muito, mais do que de sanduíche.

— Estou vendo — ele sorriu. — Me diz, o que você gosta de fazer? Se é que te deixavam fazer alguma coisa...

— Eu gosto de ler. Onde eu vivia, me davam muitas revistas pra passar o tempo. Eles me ensinavam algumas coisas, para que eu os entendesse, e pudesse me comunicar com eles.

— Isso é bom. Aqui tem uma biblioteca com muitos livros. Eu não costumo ir muito lá, mas sempre que quiser, pode ir.

— Sério? Muito obrigada — disse ela, sorrindo mais uma vez ao terminar sua fatia de bolo.

— Não precisa agradecer.

— Posso ir lá fora agora?

— Claro, é só abrir aquela porta — apontou para uma porta próxima à despensa.

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