04 "Universo Feminino"

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Me sinto no paraíso rodeada de tantos livros

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Me sinto no paraíso rodeada de tantos livros. Passei a tarde inteira separando uma pilha deles para ler, tem de tudo aqui, tudo mesmo. E depois de tanto rodear aquele lugar, paro em uma prateleira e um livro em específico me chama a atenção.

Ele não tinha nome, apenas uma rosa na capa, mas na contra-capa pude ver que fala sobre o universo feminino.

Acabei pegando-o também e separado em um canto em que eu me lembrasse. A chuva lá fora estava muito forte, dava para se ouvir daqui, fora os raios e trovões... Não gosto desses sons.

E percebendo agora o tempo em que estou sozinha aqui, me dá aflição. Mas assim que eu penso em sair dali, tudo foi tomado por uma escuridão repentina.

- Oliver! - Grito, sentindo o medo tomar conta do meu corpo.

O que eu faço agora? Não enxergo nada...

Tento sair daquela sala, mas bato em alguma coisa, me fazendo cair para trás.

Ouço passos se aproximarem e logo, uma luz também.

- Oliver? - O chamo novamente.

- Stella! Onde está?

Me levanto e sigo a luz fraca, o encontrando com um corte grande sobre o peito.

- O que aconteceu com você? - Olho fixo para o corte, o que me fez ficar zonza.

- Não foi nada, vem, vamos sair daqui.

Não consigo desviar o olhar sobre o seu peito, não exitando em passar a mão sobre o local que sangrava.

Percebendo o meu ato estranho, ele segura minha mão e me guia para fora dali.

- Houve um apagão, vou dá uma olhada na caixa de força, fique aqui.

- Não me deixe sozinha...

- Será rápido, não saia daqui para que não se machuque.

Ele me entrega a luz que segurava, acendendo outra para ele e se vai, me deixando sozinha.

Ainda sinto algo formigar dentro de mim, olho para a minha mão, vendo a ponta dos meus dedos um pouco sujos com o sangue de Oliver, e completamente movida pela curiosidade, levo até o nariz, sentindo o cheiro, e quando percebo, já estou provando do seu gosto, mas, retirando rapidamente da minha boca.

Não devia ter feito isso, isso não deve ser normal, por mais que a minha vontade interna tenha sido maior.

A luz volta de repente e com isso, Oliver também.

- Pronto, resolvido. - Vem em minha direção, me analisando. - Está sujo aqui. - Passa o seu polegar no canto da minha boca, mas me afasto rapidamente, envergonhada.

- Está tudo bem. - Falo mais para mim do que pra ele.

- Vou voltar para o escritório. Aliás, eu preparei um quarto para você dormir, é uma porta depois do meu, pode ir vê-lo se quiser.

- Achei que eu fosse ficar com você...

- Não dá.

- Por que não?

- Dormir juntos, isso é algo bem íntimo eu diria, é melhor que você tenha o seu próprio quarto, sua privacidade, e eu, a minha.

- O que é... Intimo?

Ele parece pensar bastante no que me responder.

- Resumindo, é quando duas pessoas se gostam muito, olha... Eu não sei explicar.

- Você não gosta de mim então!?

- O que? Escuta... Não é isso, eu gosto, mas esse gostar que te falei, é sobre outra coisa. Caramba, me sinto até um velho, tentando explicar sobre sexo.

- Sexo? - Pergunto confusa.

- Não, me nego a falar sobre isso. - E assim ele sai.

Volto para a biblioteca pegando o livro com a rosa na capa e vou para o quarto, que é bem grande por sinal, a cama também.

Depois de horas lendo o livro, decidi dar uma pausa, quando o meu estômago me incomoda com fome, nem sei que horas são.

O livro é bem interessante, mas fala sobre coisas que eu nunca havia escutado antes.

Me assusto ao ouvir a porta do quarto abrir, e guardo o livro debaixo do travesseiro.

- O que está fazendo? - Oliver pergunta, parado na entrada.

- Só estava lendo um pouco. - Me levanto.

- Tudo bem, só vim avisar que o jantar está pronto.

- Estou faminta. - Sorrio.

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