— Soube que está mandando alguns dos seus para Guilford fazer vistoria.
— Sim, foi preciso. Parece que vocês não estão dando conta em resolver a situação dos ataques que vem acontecendo.
— Creio que está havendo algum mal entendido, essas mortes surgiram do nada.
— O que está querendo dizer com isso.
— Pense comigo, porquê anos de calmaria seria quebrado assim de repente? Guilford sempre foi protegida, nunca houveram deslizes recorrentes com vampiros antes, eles sempre resolvem suas situações.
— Está querendo dizer que isso tudo é proposital?
— Sim, é isso o que eu quero dizer.
— Se você sabe que é proposital, então, certamente deve saber o motivo também.
— Não, eu não sei.
— Não se esqueça que fui eu quem cuidou de você quando era um garoto. Me diz, tem haver com aquele laboratório incendiado?
— Como sabe do laboratório?
— Só um palpite. — Ele responde dando de ombros.
— Tudo bem, eu conto, mas se você fizer alguma coisa...
— Uma coisa de cada vez. — Me interrompendo ele fala.
— Foi em uma operação, eu descobri que aqueles malditos humanos estavam torturando e fazendo experimentos em uma jovem garota, a sua mãe havia morrido ao dar a luz, e desde então, ela foi mantida naquele lugar.
— Espera... Nasceu? Ela...
— Sim, ela é mestiça, como eu.
— Curioso... Eu não ouvia falar em mestiços desde... Faz muito tempo.
— Eu não podia deixá-la naquele lugar.
— Então ela está com você.
— Sim, ela está.
— Você arrumou um problema e tanto para a sua vida. Os vampiros de Guilford estão atrás dela, eu não sei o que ela fez, mas analisando os fatos, talvez eles só queiram te atingir, e pegando ela, eles conseguiriam isso, certo?!
— Quem de Guilford procurou você?
— O seu amigo, Lúcio.
Desgraçado de merda!
— Ele me procurou, alegando que havia uma vampira dando problemas. Disse até que matou dois dos dele.
— Aquele verme maldito!
— Se acalme, se você disser que não foi ela, eu acredito em você, inclusive, pedirei para que os meus encerrem as buscas em sua cidade.
— É claro que não foi ela! Eles a pegaram e estavam mantendo-a presa para alimentar outros vampiros.
— O Lúcio ainda faz isso?
— Você o conhece, deveria saber.
— Terei que conversar com ele sobre isso...
— Não, eu irei. — Saio da sua sala em passos largos, ouvindo ele vindo logo atrás.
— Oliver, não vai fazer nenhuma besteira.
Não respondo, apenas continuo andando até sair da casa e ir direto para o meu carro.
Maldito Lúcio. Sempre agindo as espreitas... Um covarde mesmo.
Já era noite e eu ainda estava na estrada quando vejo uma garota entrar na frente do meu carro do nada fazendo com que eu freiasse com tudo. Ao sair do carro vejo que agora ela está caída no chão, e o seu corpo ensanguentado.
— Merda... — Passo as mãos pelo cabelo em nervosismo ao ver todo aquele sangue.
— Me ajuda... — Ela falava com dificuldade.
— O que aconteceu? — Me abaixo para ouvi-la melhor, e só agora posso ver.
O seus braços, pernas e pescoço estavam marcados por presas. Ela é mais uma das vítimas que aqueles malditos estão fazendo e soltando pelas rodovias.
Travo uma luta interna, tentando pensar em algo. Se eu a levasse para um hospital, ela falaria quem a atacou, mas eu também não podia deixa-la morrer dessa forma.
Levanto o seu corpo, pegando-a no colo, e é nesse momento que vejo a mulher dar o seu último suspiro, morrendo em meus braços.
Coloco o seu corpo no banco de trás do carro e entro, sentindo a raiva me atingir mais ainda.
— Desgraçado! — Soco forte o volante, tentando conter o que eu estava sentindo.
Olho para as minhas mãos ensanguentadas, e era inevitável não sentir aquele cheiro que eu tanto tentava evitar. E em um ato repentino eu toco a minha língua, e foi como se algo despertasse dentro de mim.
Eu não posso fazer isso, não posso me perder. Com esse pensamento, eu consegui me controlar e enfim ligo o carro, dirigindo em alta velocidade já sabendo para onde eu iria.
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Projeto Leech
VampiroStella é uma garota nascida em um laboratório de pesquisa. Sua mãe morreu logo após o seu nascimento. Cientistas trabalham a anos numa mesma causa, e agora, querem saber se ela tem a mesma "doença" que tinha a sua mãe, e assim que é comprovado o me...